quinta-feira, 29 de março de 2012

Programas no MeoKanal

O canal de TV da paróquia já disponibiliza mais de 16 horas de programação, obviamente torna-se impossível visualizar todos os programas de seguida. Por essa razão muitos são os paroquianos que nos inquirem sobre como aceder a um ponto específico da programação sem terem de iniciar no primeiro programa!
Este é o seu comando Meo, deve entrar no canal da paróquia seguindo as instruções da imagem acima. 

Depois de estar no canal deverá carregar no botão indicado pela seta vermelha, que lhe permitirá o acesso ao ecrã de informações do canal.
No lado esquerdo do ecrã tem uma série de opções, a segunda (indicada pela seta vermelha na imagem acima) é PROGRAMAÇÃO, devem usar as setas do comando para seleccionar essa opção e depois usar a seta para a direita para entrar na lista de programas.

Os ecrãs de programas são muitos (neste momento 44), para se poder ver o ecrã seguinte deve carregar-se no botão P- do comando, para voltar ao ecrã anterior deve carregar-se no botão P+.

Para escolher um programa no ecrã visível deve utilizar-se as setas para cima e para baixo e o botão OK.

terça-feira, 27 de março de 2012

Beja: Diocese debate-se com falta de meios para combater «indiferentismo» religioso

Beja, 27 Mar 2012 (Ecclesia) – A ausência de uma prática cristã estável, acentuada por problemas como o êxodo populacional e a quebra significativa na taxa de natalidade, constitui há anos um enigma difícil de resolver para a Igreja Católica de Beja.

Em declarações à ECCLESIA, o vigário-geral da Diocese, padre António Domingos Pereira, sublinha que “com o número reduzido de padres, a sua média etária que ronda os 60 anos e as distâncias que cada um tem de percorrer, não é fácil fazer uma pastoral muito activa e presente”.

Actualmente, a força evangelizadora que está ao serviço daquela que é a segunda maior diocese do país, com 12189 km2, ascende a pouco mais do que uma centena de padres, religiosos e diáconos permanentes.

Limitado no número e no tempo, o clero apenas consegue “responder àquilo que é o tradicional, como as missas e os sacramentos”, salienta aquele responsável, numa entrevista publicada no Semanário ECCLESIA desta terça-feira.

Um dos casos mais “extremos” desta realidade está à vista no concelho de Mértola, onde nove paróquias, algumas bastante distantes umas das outras, estão neste momento entregues a apenas um sacerdote.

“O seu colega adoeceu, está a tratar-se no Norte e ele ficou sozinho com todas aquelas comunidades”, explica o vigário-geral, adiantando ainda que “uma das paróquias obriga a uma deslocação de 76 quilómetros”.

A Diocese de Beja integra actualmente cerca de 211 mil habitantes, menos 12 mil do que em 2001, segundo os dados preliminares do Censos 2011, analisados pelo Instituto Nacional de Estatística.

Apesar da maior parte da população ser baptizada e se declarar católica (cerca de 184 mil pessoas), a prática dominical na região não ultrapassa os 6,1 por cento.

Algumas localidades, sobretudo no interior ou mais próximas da fronteira com Espanha, estão tão isoladas do coração da Diocese que se tornaram quase “indiferentes” ao anúncio do Evangelho.

Enviado para a freguesia da Amareleja, bem perto do rio Alqueva, há cerca de sete meses, o padre Erbério Salença confessa-se “assustado com o ritmo com que as pessoas respondem à Igreja, muito diferente daquele que conheceu na sua terra natal, em Moçambique” ou que encontrou em outros pontos de Portugal, como Lisboa.

“Aqui as pessoas têm o conhecimento de Deus mas reina um pouco o indiferentismo. Há que chamá-las de novo à casa do Pai”, aponta o sacerdote, que conta com o apoio de algumas irmãs Servas de Nossa Senhora de Fátima.

Situada no extremo norte do concelho de Moura, aquela localidade integra as paróquias da Amareleja, da Póvoa de São Miguel e de Nossa Senhora da Estrela.

Tal como acontece um pouco por toda a região alentejana, a maior parte da população que aqui vive é constituída por “pessoas idosas, com mais de 50 anos, em muitos casos aposentados que voltaram dos grandes centros para construírem aqui as suas casas”, em busca de tranquilidade para o que resta da vida.

“Há dias em que tenho 10 pessoas na missa”, admite o padre Erbério Salença, para quem são necessários “mais missionários” para espalharem a mensagem de Deus.

Por outro lado, acrescenta, é preciso “tentar chegar aos pais através dos filhos”, aproveitando os jovens que ainda não saíram para outras paragens, em busca de um futuro melhor.

Segundo o padre Pedro Guimarães, que serve a região de Santiago do Cacém desde 2007, o sentimento de pertença das pessoas à Igreja é também muitas vezes posto em causa devido a preconceitos fortemente enraizados.

“Há paróquias em que os homens não vão à Igreja porque a pressão social é tão grande que eles não se sentem capazes de ir e quem for vai ser algo de gozo durante a semana”, acrescenta o sacerdote.

Neste contexto, “abraçar as famílias e chegar aos homens, para que eles consigam fazer parte da comunidade, tem sido uma grande luta”, conclui.

JCP

segunda-feira, 19 de março de 2012

Alentejo: Festival de música sacra apresentado como «grito do Interior esquecido»

Lisboa, 16 Mar 2012 (Ecclesia) – O festival de música sacra ‘Terras Sem Sombra’ 2012, promovido pela Diocese de Beja, quer ser um “grito” do “Interior esquecido”, disse hoje o seu director-geral, José António Falcão.

O responsável falava no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, onde foi apresentada a oitava edição desta iniciativa, cujo programa inclui seis concertos “itinerantes” entre o próximo dia 24, em Sines, e 23 de Junho.

Alertando para os “patrimónios que correm risco” no “Alentejo profundo”, o também director do Departamento do Património Histórico e Artístico (DPHA) da Diocese de Beja afirmou que o festival de música sacra pode funcionar como um “grito do Interior esquecido do país e dos centros históricos, que precisam de vida”.

José António Falcão diz que a iniciativa quer privilegiar a ligação entre “monumentos, a música e o território”, nas mais variadas expressões, como a gastronomia ou a biodiversidade, como “instrumento” ao serviço de comunidades que “não têm voz”.

O director do DPHA sublinhou, em conferência de imprensa, ser um “pequeno milagre” fazer um festival como este, num momento de crise, elogiando a sua lógica de parceria, “com grande envolvimento das comunidades locais”.

A música, o património e a biodiversidade foram apresentados como os eixos dinamizadores desta edição, promovendo o diálogo entre a música e a sociedade que a recebe e abraçando a “causa nobre” da defesa de alguns dos recursos mais ameaçados no território.

O ‘Terras Sem Sombra’ renova a aposta na preservação da biodiversidade, promovendo ‘acções-piloto’, com carácter pedagógico, com a colaboração do Instituto da Conservação da Natureza, no dia seguinte a cada concerto.

“Fazemos isto com muito entusiasmo”, disse José António Falcão, que recordou o potencial de valorização dos “produtos locais” como a cortiça, o vinho ou mesmo o “leite de burra”.

Sobre o programa musical, o director-geral do festival revelou a vontade de lançar “Uma ponte entre as grandes páginas musicais do passado” e a “criação contemporânea”, também em “chave ecuménica”.

Já o director artístico do Festival, Paolo Pinamonti, antigo responsável pelo Teatro Nacional de São Carlos e actual director do Teatro de la Zarzuela (Madrid), agradeceu às “muitas pessoas que fizeram possível esta oitava edição”, num ano de “crise significativa”.

“O modelo deste festival é um modelo saudável, que funciona” porque “se enraíza num território”, sustentou.

A edição de 2012, consagrada à importância do canto na música religiosa, intitula-se ‘Com voz suave e bem modulada’ e vai decorrer como uma espécie de “declinação das diferentes formas da vocalidade”, afirmou Pinamonti.

O ‘Terras Sem Sombra’ conta com o alto patrocínio do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, que enviou uma mensagem à organização, mostrando-se “sensível à forma como este festival se desenvolveu e se expandiu, alargando o âmbito da sua programação”, com uma série de actividades paralelas “igualmente apaixonantes”, que visam dar a conhecer também “a natureza e a cultura alentejanas”.

Depois do concerto de Sines, seguem-se Almodôvar, Beja, Grândola, Vila de Frades e Castro Verde.

Em Julho, na serra de Grândola, vai decorrer a entrega do Prémio Internacional ‘Terras Sem Sombra’, criado em 2011.

OC

terça-feira, 13 de março de 2012

A verdade da Humildade

O tema da humildade aparece, explícita ou implicitamente, em alguns textos que tenho escrito para o Ecos, porque considero que ele é, infelizmente, para muitas pessoas, um ilustre desconhecido, mas de grande importância para a solução de imensas questões com que nos deparamos todos os dias, e em diferentes âmbitos da vida.

Uma verdade lapaliciana que a humildade nos ensina, é que não sabemos tudo, pelo contrário, sabemos muito pouco, e é infelizmente mais aquilo que desconhecemos, já dizia o sábio filósofo Sócrates.

Diante desta evidência, pelo menos para mim, a conclusão óbvia é que só podemos honestamente progredir se reconhecermos as nossas limitações. É esta, aliás, uma das conclusões que podemos tirar do progresso humano: sempre que avançamos, e temos dado passos de gigante, em amplos sectores, vamo-nos apercebendo dos caminhos sempre novos e desafiantes que se vão desenhando à nossa frente. A humildade é, por isso, também um sinal claro de inteligência.

Se, pelo contrário, eu considero que já sei tudo, que nunca me engano, e analiso tudo e todos a partir de mim, como se eu fosse a referência e o modelo incontornáveis, parto de um pressuposto errado, logo, as conclusões só podem ser, erradas! A partir desse erro passarei a organizar a minha vida, a encarar os outros e o mundo, não como eles são em si, mas como eu, na minha subjectividade, os imagino e avalio.

A humildade poderia/deveria, pois, ser aplicada a um sem número de situações, das quais recordo apenas algumas:
  • Quantos problemas entre casais, e entre pais e filhos se resolveriam, se cada um reconhecesse os seus erros, sem procurar desculpar-se culpabilizando o outro?
  • Quantas questões familiares, por exemplo heranças e afins, quantos conflitos profissionais, seriam solucionados antes de chegarem aos Tribunais?
O caminho que a humildade nos propõe exige esforço, sacrifício, vontade de mudança, mas o seu resultado compensa, e os seus frutos podem ser imensos e bem visíveis.

O tema da humildade é omnipresente na mundividência cristã: Cristo assumiu-a na sua encarnação e na Cruz, e propõe-na como caminho para os seus discípulos. Sem humildade não se cresce na fé, na esperança e no amor, pois, quanto mais me vou apercebendo das minhas imperfeições, mais devo sentir em mim os apelos à mudança. Para os católicos, em especial, convém lembrar que, sempre que celebramos a Eucaristia, afirmamos que pecamos "muitas vezes por pensamentos, palavras, actos e omissões, por minha culpa, minha tão grande culpa..." A fé, na medida em que nos leva a Deus, o Santo dos Santos, e O traz até nós, deveria tornar-nos forçosamente mais humildes, uma vez que à luz da Luz as "nódoas" são mais visíveis. E esta é a verdade da nossa humana condição: pecadores, mas filhos, profundamente amados pelo Pai.

Que a Quaresma deste ano nos desafie e nos ajude a exercitarmo-nos nos caminhos exigentes mais autênticos da humildade.

Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário
in Ecos de Grândola, nº 239, 09 de Março de 2012