domingo, 27 de janeiro de 2013

Mídia Social: espaço de evangelização

Monsenhor Claudio Celli e monsenhor Paul Tighe comentam a Mensagem do Papa para o 47 º Dia Mundial das Comunicações Sociais

A Mensagem do Papa Bento XVI para o 47 º Dia Mundial das Comunicações Sociais expressa uma "avaliação positiva", mas "não ingénua" do social media . Afirmou esta manhã monsenhor Claudio Celli, presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, na apresentação da Mensagem para os jornalistas credenciados na Sala de Imprensa do Vaticano.

De acordo com monsenhor Celli, o Santo Padre na sua Mensagem vê as novas mídias como oportunidade para "favorecer formas de diálogo e debate", com potencial de “reforçar os laços de unidade entre as pessoas e promover eficazmente a harmonia da família humana”.

Desde que "realizadas com respeito e cuidado pela privacidade, com responsabilidade e empenho pela verdade” porque “nestes espaços não se partilham apenas ideias e informações, mas em última instância a pessoa comunica-se a si mesma”.

Na dinâmica da mídia social, há um dimensão mais ampla que está inserida naquela “ainda mais rica e mais profunda” da “busca existencial do coração humano".

O responsável pelo Dicastério das Comunicações Sociais destacou a abordagem comedida do Santo Padre que não transcura "a voz discreta da razão" e a oportunidade que a rede possa ser um espaço de evangelização.

Se por um lado é rejeitada a agressividade com que, muitas vezes, os internautas se confrontam, e por outro favorecida a atitude de "diálogo, escuta e respeito pelo outro", não é necessário, disse Celli, ceder em um conceito equivocado de "tolerância", que quase sempre indica uma latente hostilidade, e não um acolhimento autentico.

Fazendo um balanço das primeiras seis semanas do perfil Twitter do Papa Bento XVI, monsenhor Celli disse que os followers do Papa chegam a dois milhões e meio, enquanto o perfil em latim - (@ Pontifex_ln) - activado há poucos dias, já tem cerca de 10 mil usuários.
Quanto às mensagens hostis que às vezes aparecem no perfil do Twitter @pontefix, Celli disse: "Fomos apanhados de surpresa”. O projecto de qualquer maneira vale à pena, disse o monsenhor, seja pelas "belas mensagens" de apoio ao Santo Padre, seja porque "se você quiser se comunicar com o homem de hoje," é oportuno fazê-lo através das novas tecnologias, com todos os riscos que isso comporta.

É melhor "estar presente do que estar ausente para evitar esses riscos", disse o responsável pelas comunicações do Vaticano. Quanto aos twits negativos, os moderadores optaram por cancelar apenas as "ofensas gratuitas", e manter as críticas mais ou menos respeitosas que, explicou Celli, "podem ​​representar ocasião de reflexão e crescimento”.

Respondendo a pergunta de um jornalista, monsenhor Celli assinalou que não será aberta uma página oficial no Facebook dedicada a Bento XVI, tratando-se de um social media de dimensão "pessoal", enquanto o Twitter é mais adequado para uma comunicação "institucional".

O monsenhor encorajou os seguidores do Santo Padre a "retwittar" as mensagens do Papa, lembrando que cerca de 7% dos usuários já o fazem.

A conferência de imprensa contou com a presença do monsenhor Paul Tighe, secretário do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, lembrando que a Internet é uma forma de comunicação determinada pelos próprios usuários, portanto, eles têm uma grande responsabilidade de transmitir "comunicações positivas" destinadas a "promover o bem-estar individual e social”.

Além disso, o ambiente digital não é "um tipo de mundo paralelo, ou apenas virtual", mas sim, um ambiente existencial onde as pessoas vivem e se movem", portanto, um “continente” onde a  “Igreja deve estar presente" e onde "os crentes, se querem ser autênticos na sua presença, devem buscar partilhar com os outros a fonte mais profunda de sua alegria e sua esperança, Jesus Cristo”.

Ao final, monsenhor Tighe mencionou o sucesso da página Facebook de News.va, através da qual os artigos do portal Vaticano tem  "mais ressonância”. A este respeito, monsenhor Celli ressaltou que as notícias mais lidas no News.va são as de "conteúdo espiritual mais forte”.


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