quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Colômbia: ''A paz passa pelo fim do conflito armado mas não é o fim

"Todos os sequestrados devem ser colocados imediatamente em liberdade" disse o presidente dos bispos

Madrid, 05 de Fevereiro de 2013

O cardeal Rubén Salazar Gómez, presidente da Conferência Episcopal da Colômbia (CEC), fez uma chamada a todos os colombianos, ao governo e  aos guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), para ter confiança nos diálogos de paz  que estão acontecendo em Havana, Cuba.

Numa conferência de imprensa, no dia de abertura da XCIV Assembleia Plenária dos Bispos, em Bogotá, monsenhor Salazar Gómez pediu a todos para que “tenhamos confiança no processo de paz... certamente que é difícil ter confiança pela violência em crescimento que se vive no país... mas temos que ser capazes de terminar com essa guerra interna que acabou com o país durante 50 anos...".

Ele disse que a paz "passa pelo fim do conflito armado, a paz não é o fim do conflito armado... Temos que apoiar esse desejo que os governos e as partes envolvidas têm de alcançar a paz. Sou partidário de pensar que as FARC o estão fazendo de boa vontade, que chegou o momento de acabar com o conflito armado... Se o Governo e as FARC estão convencidos de que chegou o momento de acabar com o conflito armado vamos ter sucesso".

Lembrou que não é fácil e existe uma “dificuldade extrema” em torno desse processo de diálogo entre delegados do governo e do grupo rebelde das FARC.

Explicou que o ter concordado em começar no meio das hostilidades armadas, supõe "uma extrema dificuldade porque ao mesmo tempo em que se dialoga um está pensando em como acabar com o outro”.

"Estamos orando ao Senhor para que esses diálogos em Havana cheguem a um final feliz. Penso que uma das contribuições fundamentais da Igreja é a oração ... abrimos o nosso coração para começar um processo de reconciliação com os outros...".

Questionado sobre as opiniões de algumas personalidades e sectores que são contrários ao processo de diálogo, afirmou que no sistema democrático da Colômbia, apesar de ser imperfeito, as pessoas têm o direito de expor as suas razões.

No entanto, fez uma chamada para que se faça “um debate não passional, mas racional, um debate de ideias, de altura e argumentos, e não somente um debate de palavras fortes e altissonantes."

Quanto à situação dos membros da polícia e do exército em cativeiro das FARC, afirmou que “todos os sequestrados devem ser colocados em liberdade imediatamente. O sequestro nunca poderá ser considerado algo válido e de direito”.


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