quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Dom Rino Fisichella apresenta a exposição "O Caminho de Pedro"

Cidade do Vaticano, 05 de Fevereiro de 2013

O arcebispo dom Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, apresentou nesta manhã, durante conferência de imprensa, a exposição "O Caminho de São Pedro" (Castel Sant'Angelo, 6 de Fevereiro a 1º de Maio de 2013), que será aberta amanhã pelo cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado Vaticano. Informou o serviço de comunicação do Vaticano (VIS).

Participaram também Alessio Geretti, curador da mostra, e Daniella Porro, superintendente do núcleo dos Museus de Roma. A exposição faz parte dos eventos do Ano da Fé e contou com a colaboração de nove países europeus. À mostra, obras de arte dos séculos IV e V até o início do século XX.

“É bom explicar, em primeiro lugar”, disse Fisichella, “a razão desta exposição. A fé não é apenas um compromisso dos crentes. Ela expressa a necessidade do homem de olhar para dentro de si mesmo e captar aquele desejo por Deus, que está gravado no coração de cada pessoa. O momento cultural que estamos vivendo é fortemente caracterizado por movimentos que se alternam e que revelam as contradições destes nossos tempos. Por um lado, parece haver uma sensação geral de cansaço e de indiferença, que afecta também a fé. Como se a fé se limitasse a um grupo minoritário de pessoas, no geral idosas, e não tivesse mais nenhum apelo para a geração mais jovem. Em segundo lugar, percebemos um entusiasmo excessivo com o progresso científico e com as novas formas de vida, como se elas fossem a solução dos graves problemas da actualidade. Neste caso, não raramente se alega que seria bom reduzir a fé aos limites do particular, sem nenhuma incidência social e cultural. Mas é fácil verificar o constante crescimento do desejo de apreciar tanto a beleza da natureza quanto a das obras que a arte criou (...) Hoje, felizmente, ainda procuramos por algo mais importante e mais profundo, porque a mente é motivada pelo desejo de conhecer e admirar (...), de ir em busca de uma contemplação da beleza que não pode ser efémera, porque criou cultura e se estende ao longo dos séculos, sempre inspiradora e admirável, por meio do génio do artista e do que ele foi capaz de criar, movido pela fé e pela capacidade de interpretar".

"É precisamente para sustentar este desejo e dar voz ao anseio de Deus, que existe em muitas pessoas, latente, que nós decidimos organizar esta exposição como uma viagem através dos séculos, para entrar no conhecimento de um dos personagens que sempre provocaram a mente dos artistas a fim de levá-los a tentar compreender o mistério que ele trazia consigo, e, assim, lhe dessem voz. Quisemos expressar ‘o caminho de Pedro’ na arte. (...) Pedro é um ícone da humanidade que procura e encontra, e, depois de encontrar, segue em frente. No entanto, ele é também fraco e trai, mas sabe pedir perdão. Movido pelo amor, ele deixa tudo para proclamar ao mundo o mistério da Ressurreição de Cristo. Uma verdadeira jornada de fé que não conhece limites e que os artistas souberam expressar em muitas obras que atestam a sua beleza".

"Esta exposição é uma forma de crescer na fé, mas é também um desafio a sentirmos a necessidade de acreditar como resposta à pergunta sobre o sentido da vida. Perante uma obra de arte, crentes e não crentes têm reacções diferentes, mas a beleza que se expressa chama uns e outros a ouvir uma mensagem que pode ser recebida no silêncio da contemplação. (...) Esta é uma das razões pelas quais não fizemos a mostra num lugar caracterizado religiosamente, mas num espaço aberto a todos que sejam movidos apenas pelo interesse artístico. A verdadeira arte sabe provocar. Não precisamos forçar a mão com muitas palavras, para evitar o risco de tornar supérflua a sua mensagem".


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