quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Menos palavras e mais acção


difusão da palavra e das palavras atingiu nos nossos dias uma projecção universal nunca antes vista, devido mass media e às novas aos grandes redes sociais. Em contraposição, e infelizmente, o valor da palavra foi-se esvaindo e é cada vez mais residual.

É espantosa a facilidade com que se lêem os factos, se julga, se condena e se absolve na praça pública; é incrível a multiplicação dos “treinadores de bancada”, a profusão de pseudo videntes, autênticos mestres da alquimia, de sentença inquestionável e infalível. O cortejo podia continuar …

Não sei se é pela especial devoção que tenho a S. Tomé, o incrédulo discípulo de Cristo, que, perante os cenários tão surrealistas que nos pretendem “vender”, me interrogo: e depois das palavras, o que fica? Quais as consequências? O que vai mudar e melhorar?

O também discípulo de Cristo, Tiago, dizia convictamente: “uma fé sem obras é morta, é nula”. Parafraseando esta afirmação apetece-me dizer: palavras sem obras, sem compromissos, sem contributos para mudar o que está errado, valem muito pouco, quase nada.

Sei que, ao fazer esta afirmação, eu próprio serei incoerente, se não procurar seguir um caminho diferente e fazer algo pelos outros, pela Sociedade. Creio que, nesta hora de dificuldade, de crise, de provação para tantas pessoas e famílias em Portugal e por esse Mundo fora, são-nos pedidas, a todos nós, mais provas, obras, e menos verborreia.

Termino, por isso, com as palavras de dois grandes homens. O primeiro, alentejano e português, natural de Montemor-o-Novo, é conhecido como S. João de Deus, e o Mundo inteiro confirma a grandeza da sua obra: “Fazei o bem, irmãos” foi o seu lema. O outro, Baden Powell (BP) é inglês, fundou o Escutismo e deixou-nos uma frase lapidar para seguirmos: “procuremos deixar este mundo um pouco melhor do que o encontrámos”.

“Palavras, leva-as o vento”. Por isso, caríssimos leitores, para mim e para vós, aqui fica mais um desafio.

Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário