quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Fundamentalismos e Intolerâncias


Os recentes ataques jihadistas em Paris, suscitaram em mim o desejo de escrever algumas linhas sobre este tema e algumas questões a ele conexas.

Para mim é claro que ninguém, invocando o nome de Deus, pode provocar a morte do seu semelhante e, muito menos, justificar tal barbárie e perversão do comportamento humano. É um paradoxo, uma autêntica contradição.

Este é, infelizmente, um dos extremos a que pode conduzir o fanatismo religioso, mas há outros, com e sem conotação religiosa. Dou apenas alguns exemplos, em vários âmbitos, na minha opinião bem elucidativos:

- Certamente nos lembramos daquele Pastor de uma Igreja Cristã, nos Estados Unidos, que resolveu queimar em público um exemplar do Corão, provocando a ira de multidões em vários países do Mundo e a consequente morte de cristãos inocentes. Casos como este não são raros e contribuem em muito para desacreditar o Cristianismo;

- A liberdade para crer ou não, para professar a sua fé, para mudar de Religião sem coação, deveriam ser princípios universais e não é isso que acontece num sem número de países. No Ocidente cada um, em princípio, dispõe de todas estas possibilidades, mas a reciprocidade destes direitos não existe em muitos países, nos diversos Continentes;

- E que pensar do triste espectáculo em que tantas vezes se transforma o Futebol, com claques que se ofendem e agridem, e, para se deslocarem, são escoltadas pela Polícia, como se de criminosos se tratasse?

- Vejamos também os Partidos Políticos, quando se esquecem daqueles que os elegeram e se entregam a 'jogos de poder", colocando o "bem comum" na prateleira, e nomeando os seus apaniguados para cargos, sem ter em conta as suas aptidões e competências e as reais necessidades;

- Outro mal é, ainda, a corrupção, na qual, por amor ao dinheiro e àquilo que ele representa, se passa por cima de tudo o que é legal e justo, permanecendo apenas como princípio o "vale tudo";

- Olhemos igualmente para as atitudes de quem (pessoas ou grupos, tantas vezes minorias), persiste em impor as suas ideias a quem não pensa da mesma forma, utilizando todos os meios, mesmo ilíci­tos, segundo a mesma lógica acima referida;

- E que dizer, quando se protegem até ao exagero os animais, as plantas e o meio ambiente e se desvaloriza e "descarta" a vida humana, nomeadamente das crianças, dos deficientes dos refugiados e dos idosos, como nos lembra o Papa Francisco na Carta Encíclica Laudato si?!

Poderia continuar a enunciar outras situações congéneres, embora nem todas com a gravidade da que teve lugar em Paris, pois a lista é longa, basta pensarmos um pouco criticamente.

Uma situação extrema, como esta, pode, contudo, proporcionar uma reflexão sobre aquilo que, de verdade, é essencial na vida, e permitir-nos perceber até que ponto a Religião e as diversas Religiões podem ou não dar o seu contributo na humanização das nossas sociedades, ou, os seus exageros e perversões, produzirem o efeito inverso.

Uma outra questão que me parece oportuna é a interrogação sobre como foi possível chegar-se a este extremo, porque um fenómeno desta natureza, com estas proporções e consequências, só existe se for alimentado por interesses obscuros, que não consideram a vida humana como o valor primordial, principal e inalienável.

Com tristeza o digo, parece que só quando acontece uma desgraça, é que a opinião pública internacional acorda (quando acorda) da letargia em que habitualmente mergulha. Vamos ver até quando este despertar se mantém, pois, o imediatismo é outra das notas negativas do nosso tempo, em virtude do homem atual ter a memória curta e a indiferença ser uma pandemia.

Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário
in Ecos de Grândola, nº 284, 11 de Dezembro de 2015


segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Intervenção de requalificação na Igreja Matriz de Grândola

A Igreja Matriz de Grândola, edifício classificado como Monumento de Interesse Público, foi objeto de uma intervenção de requalificação da sua Capela Mor, devidamente autorizada pela Direção Regional de Cultura do Alentejo e com o apoio da Câmara Municipal de Grândola, sendo o Projeto da autoria do Arq. António Machado.

A intervenção supõe ainda a substituição do Altar e do Ambão, o que ocorrerá brevemente.

Ficam algumas imagens do resultado final da intervenção de requalificação:



domingo, 6 de dezembro de 2015

Batizandos

Na missa dominical de 06 de Dezembro de 2015, na Igreja Matriz de Grândola, foram apresentados 3 jovens e adultos que irão receber o seu Batismo no próximo dia 25 de Dezembro: o Miguel, a Catarina e o Marco.



sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Intervenção de requalificação na Igreja Matriz de Grândola

A Igreja Matriz de Grândola, edifício classificado como Monumento de Interesse Público, vai ser objeto de uma intervenção de requalificação da sua Capela Mor, devidamente autorizada pela Direção Regional de Cultura do Alentejo e com o apoio da Câmara Municipal de Grândola, sendo o Projeto da autoria do Arq. António Machado.

A intervenção supõe ainda a substituição do Altar e do Ambão, que já se encontram instalados na Capela da Penha, como pode ser observado nas fotografias que a seguir apresentamos.




quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Repensar a vida e refletir na morte


Estamos num período do ano que nos convida a refletir, infelizmente, tantas vezes a partir da experiência da morte, sobre o sentido da vida humana. Haverá certamente outras respostas lícitas e respeitáveis; nós cristãos, porém, não devemos deixar de apresentar a nossa visão e propostas sobre estas questões essenciais, para que, quem as quiser aprofundar o possa fazer, a partir de uma base séria e fundamentada, e assim poder, se o desejar, optar em consciência.

Nós cristãos acreditamos que a nossa vida tem um sentido e que a morte não interrompe definitivamente o nosso projeto de vida, pois Cristo ressuscitou. Esta perspetiva abre novos horizontes na vida de quem acredita, horizontes esses que não nos limitam aos frágeis e limitados trilhos, nos quais decorre a condição humana, mas antes nos convidam à abertura ao transcendente, ao absoluto, à eternidade, à divindade, pois, à luz da fé, nós somos filhos de Deus, filhos no Filho (Cristo), dirá S. Paulo, e, por isso, também nós ressuscitaremos, venceremos a morte, e celebraremos a vida em plenitude junto d'Aquele a Quem, com verdade, chamamos Pai, Pai nosso.

É certo que existe a tentação em muitos homens de se fecharem numa ontologia puramente imanente, temerosa do transcendente, que pretende transmitir a aparente sensação de que nada mais é necessário, de que a nossa liberdade não tem limites, de que o mito do "Homem novo", que cresce sem amarras, nem limitações, e a quem basta apenas a condição terrena, na qual se joga o teatro da sua vida, é a única verdade. Nada de mais errado, como a história de tantos homens e mulheres que, ao longo dos séculos se abriram a fé, e se sentiram plenamente completos e realizados, o pode provar. O ser humano é um mistério, que não pode ser espartilhado, dissecado em laboratório, com a pretensão de encontrar respostas para tudo apenas no terreno do racional e humano, ou ainda pior, na técnica e/ou na economia.

A fé não retira nada à condição humana, pelo contrário, alarga-lhe os horizontes e torna o Homem mais responsável por si, pelos outros e pelo Mundo em que vive, dizendo-lhe com toda a verdade que somos uma única Família Humana, cada vez mais interdependente. A última Carta Encíclica do Papa Francisco "Laudato si", pode ser uma preciosa ajuda para quem quiser aprofundar estas questões.

O período que se aproxima pode ser uma ocasião ótima de pararmos e refletirmos sobre o sentido último da nossa vida, sobre o porquê e o para quê da nossa existência, procurando, sem ilusões nem saltos acrobáticos, respostas que de verdade nos satisfaçam e preencham. Como diz S. João, "só a verdade liberta", pelo que, só quem procura viver na verdade, com verdade enfrentará estas questões. Não basta a sinceridade, pois esta traz a marca da subjetividade, e a passagem desta ao subjetivismo, é uma tentação em que é tão fácil cair… Se a subjetividade é um valor e uma conquista do pensamento humano, se lhe cortamos a relação com a verdade, corremos risco de nos limitarmos a viver baseados apenas nas boas intenções, e de acomodarmos a verdade às nossas convicções e interesses, um ciclo vicioso, do qual é difícil sair sem o recurso à ancora segura da verdade que, independentemente dos temporais, quaisquer que eles sejam, não deixará de nos apoiar e projetar para horizontes, de facto, positivos e verdadeiros.

Não deixemos de refletir sobre estas questões, mesmo sabendo que elas são, muitas vezes, incómodas, e nos convidam a construir sobre a "rocha firme" e a não nos limitarmos a construir sobre a "areia". (Jesus Cristo)

Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário
in Ecos de Grândola, nº 283, 13 de Novembro de 2015


sábado, 14 de novembro de 2015

A esperança para além da esperança


o chegar esta época do ano, sinto como que um impulso a escrever algumas linhas sobre o sentido da vida humana, sobre a morte e a vida para além da morte, embora, como sacerdote e pároco, lide diariamente com estas questões, que afetam todos sem exceção e não deixam de nos interpelar.

Como cristão, sei que a nossa vida tem um sentido e que a morte o não interrompe definitivamente, mas apenas nesta dimensão terrena em que vivemos a condição humana. Até racionalmente, considero que a nossa existência seria muito pobre se tudo se esgotasse neste Mundo. E a verdade é que existe em todos os seres humanos uma sede de eternidade, mesmo que nem sempre tenha resposta, ou seja encaminhada da forma mais adequada.

Para quem é cristão, a resposta passa por Cristo, o Filho de Deus, que, ao assumir a nossa humanidade, partilhou connosco a Sua divindade e nos assumiu também como Seus irmãos e filhos de Deus (filhos no Filho, dirá S. Paulo) e isto faz a diferença, e tem feito, para tantos milhões de homens e mulheres, das mais diversas raças, línguas e culturas, ao longo dos séculos. Nada fica na mesma quando nos abrimos à luz da fé e percebemos que a eternidade, o absoluto, a divindade, se abrem a nós e alargam os nossos limitados horizontes, fazendo-nos entender que é na vida para além da morte, vida em plenitude, que se revela a totalidade da condição humana.

Um dos símbolos que usamos no batismo é a luz e é perfeitamente correto para expressar que sem fé estamos “cegos” para imensas realidades, que permanecem sem sentido nem explicação; a nossa própria vida, cheia de tantas interrogações e mistérios aspira a respostas, que nós cristãos encontramos em Cristo e no dom da fé.

É vulgar dizer-se que a esperança é a última coisa a perder-se; pois bem, a esperança cristã leva-nos ainda mais longe e permite-nos concluir que em Cristo a esperança humana é alargada até ao infinito, pois é esse o seu verdadeiro limite.

Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário
in Diário do Alentejo, nº 1751, 13 de Novembro de 2015


sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Visita da Imagem Peregrina de Fátima


A Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima está a percorrer todo o Portugal, passando por todas as Dioceses, até 2017, data do Centenário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima. A Imagem chegará à Diocese de Beja, vinda da vizinha Arquidiocese de Évora, no dia 22 de Novembro. A Grândola chega no dia 28 de Novembro, vinda do Arciprestado de Cuba, e o programa será o seguinte:

Dia 28

15:30h: Concentração em Santa Margarida do Sado e organização do cortejo automóvel para Grândola
16:00h: Chegada a Grândola. 1ª entrada de Grândola e cortejo automóvel até à Igreja Matriz.
16:30h: Recitação do Rosário
18:00h: Eucaristia
19:00h-21:00h: Tempo de oração individual na Igreja Matriz
21:00h: Procissão de velas



Dia 29

23:00h-07:00h: Vigílias de oração pelos grupos e movimentos da Paróquia
09:00h: Missa Dominical
10:00h: Saída da Igreja em cortejo automóvel até S. Francisco da Serra. Entrega da Imagem à Paróquia de Santiago do Cacém

Todos somos convidados a decorar as nossas ruas, a acender velas e procurar ter um lenço branco.

Não haverá Missa às 11:30h no Domingo dia 29 de Novembro.


quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Imagem Peregrina: Programa para o Arciprestado de Santiago do Cacém


Arciprestado de Santiago do Cacém

28 de Novembro
 
Grândola: Acolhimento da Imagem Peregrina, Santa Margarida do Sado: 15.30h. Cortejo automóvel para Grândola. 18h – Eucaristia. Procissão de velas, às 21 horas (Igreja Paroquial).

29 de Novembro
 
Grândola: 9h: Eucaristia (igreja Paroquial). Despedida da Imagem Peregrina, e saída em cortejo automóvel para S. Francisco da Serra.

S. Francisco da Serra: Acolhimento da Imagem Peregrina, às 10h30m (junto à Igreja Paroquial);

Santiago do Cacém: Acolhimento da Imagem Peregrina e Eucaristia, às 11h30m (igreja Matriz); Celebração Mariana e despedida da Imagem Peregrina, às 14h30m (igreja Matriz);

Santo André:
16:00 - Acolhimento da Imagem Peregrina, Igreja Matriz (Aldeia de S. André);
        16:30 – Cortejo automóvel pela Freguesia;
        18:00 – Chegada a V. N. Santo André – Igreja Paroquial de S. Maria
        21:00 - Procissão de Velas, às 21 horas - Igreja Paroquial de S. Maria

30 de Novembro:

Santo André: Igreja de Santa Maria
        11:00 – Terço
        11:30 – Eucaristia
        14:00 - Despedida da Imagem Peregrina para Sines.

Sines: Acolhimento da Imagem Peregrina, às 14h30m (igreja Paroquial); Procissão de Velas, às 21 horas (igreja Matriz);

01 de Dezembro

Sines: Celebração Mariana e despedida da Imagem Peregrina às 14h30m (igreja Paroquial).


quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Registo Notarial da propriedade da Capela da Penha


EXTRACTO

Certifico, para efeitos de publicação, que por escritura lavrada no dia dois de Outubro de dois mil e quinze, no Cartório Notarial sito na Estrada do Fidalgo, números 4 e 6, em Santiago do Cacém, titulado pela Licenciada Ana Paula dos Santos Marques, iniciada a folhas doze e seguintes, do respectivo livro de notas para escrituras diversas número cento e sessenta e um, foi efectuada uma escritura de Justificação, pela qual a "FÁBRICA DA IGREJA PAROQUIAL DA FREGUESIA DE GRÂNDOLA", NIPC 501 448 799, pessoa moral canonicamente erecta e com personalidade jurídica, com sede na Praça Marquês de Pombal, número 51, Grândola, na actualmente denominada União de Freguesias de Grândola e Santa Margarida da Serra, concelho de Grândola, justificou a posse e o direito de propriedade, dos seguintes imóveis:---------------------------
UM: PRÉDIO URBANO composto de uma MORADA DE CASAS COM UMA DIVISÃO e fachada caiada, área coberta e total de quarenta metros quadrados, destinado a Serviços, que confronta do Norte, Sul, Nascente e Poente com a Herdade da Penha, sito em PENHA, na actualmente denominada União de Freguesias de Grândola e Santa Margarida da Serra, concelho de Grândola, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 830, e---------------------------------------------------------
DOIS: PRÉDIO URBANO composto de um EDIFÍCIO DESTINADO A IGREJA denominado SENHORA DA PENHA em fachada caiada, com a área coberta e total de cento e oitenta metros quadrados, destinado a Serviços, que confronta do Norte, Sul, Nascente e Poente com a Herdade da Penha, sito em PENHA, na actualmente denominada União de Freguesias de Grândola e Santa Margarida da Serra, concelho de Grândola, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 829,-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ambos os prédios a desanexar da parte rústica do PREDIO MISTO sito em PENHA, na actualmente denominada União de Freguesias de Grândola e Santa Margarida da Serra (extinta freguesia de Grândola, concelho de Grândola, descrito na Conservatória do Registo Predial de Grândola sob o número MIL QUINHENTOS E SESSENTA E NOVE, da freguesia de Grândola, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 1 da Secção JJ.---------------------------------------------------

Que, desde o ano de mil novecentos e trinta que a "FÁBRICA DA IGREJA PAROQUIAL DA FREGUESlA DE GRÂNDOLA", adquiriu a propriedade dos referidos bens imóveis identificados em UM e DOIS, por restituição gratuita feita pelo Estado Português, que por sua vez tinha tomado posse dos ditos imóveis em data que não pode precisar, uma vez que a CAPELA DA SENHORA PENHA identificada em DOIS se encontra construída desde o século dezasseis, razão pela qual também desconhece como os titulares inscritos e os seus ante possuidores obtiveram registo de propriedade a seu favor do prédio do qual os prédios a justificar são a desanexar.-------------------------------------------------------------------------------------
Que, assim desde o ano de mil novecentos e trinta que a FÁBRICA DA IGREJA PAROQUIAL DA FREGUESIA DE GRÂNDOLA está na posse dos referidos prédios urbanos, posse esta desde sempre exercida em nome próprio, com a consciência de nunca, nem mesmo no acto de aquisição estar a prejudicar direitos alheios, com o conhecimento de toda a gente e sem a menor oposição ou interrupção de quem quer que fosse.------------------------------------------------------------------

Que durante este período de tempo, a justificante agiu como proprietária, sem nunca ocultar esta sua posição ou ser importunada por quem quer que fosse desde o seu início, desde sempre usufruindo directamente os referidos prédios urbanos, sempre utilizou o prédio identificado em DOIS para fins eclesiásticos, nomeadamente para a celebração de eucaristias, sacramentos, festas religiosas e de outros actos no âmbito da igreja católica, e o prédio identificado em UM como espaço de apoio à referida igreja, onde se encontram guardados bens da referida igreja, considerando-os como coisas suas, desta forma os conservando e beneficiando, fazendo obras de beneficiação, reparando o telhado, fazendo as obras que o uso e o tempo iam tomando necessárias e deles retirando todos os benefícios próprios de verdadeira dona.----------------------
Trata-se por conseguinte, de uma posse caracterizada pela boa-fé e exercida de uma forma pública, contínua e, pacífica.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Que, deste estão reunidos os requisitos para a aquisição, por usucapião, que a FABRICA DA IGREJA PAROQUIAL DA FREGUESIA DE GRÂNDOLA invoca, do direito de propriedade sobre os mencionados prédios. Que, devido à forma de aquisição invocada, se encontra impossibilitada de comprovar o seu direito de propriedade pelos meios extrajudiciais normais.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Está conforme o original.------------------------------------------------------------------------------------------------
Santiago do Cacém, aos 02 de Outubro de 2015.-------------------------------------------------------------------------
 

A Notária,





Tentativa de assalto à Capela da Penha

Pelas 19:15 horas do dia 13 de Outubro de 2015, o Padre Manuel António do Rosário, Pároco de Grândola, foi alertado para a existência de indícios que indicavam que alguém tentara forçar a entrada na Capela de Nossa Senhora da Penha.

Tendo-se deslocado à Capela, na companhia das autoridades policiais, verificou que alguém tentara arrancar uma barra de ferro de uma das janelas.

Esta situação irá exigir de todos nós uma maior atenção e partilha de informação. É profundamente lamentável que situações destas persistam e que haja pessoas sem escrúpulos que, com actos destes, vão contribuindo para a destruição do nosso património, já tão mal tratado em tantos locais.
Deste acto profundamente lamentável ficam algumas fotografias e um apelo a que estejamos todos atentos e nos empenhemos na defesa, proteção e promoção do nosso património.



terça-feira, 13 de outubro de 2015

Regresso às aulas e outras questões


O início de um novo Ano Escolar é sempre motivo de uma amálgama de sentimentos, que atravessam todos os envolvidos: alunos e suas famílias, comunidade educativa, sindicatos, governo e demais protagonistas.

Não tenhamos dúvidas, eu pelo menos não tenho, de que o futuro de qualquer país, Portugal incluído, passa pela Escola, nos seus diferentes níveis. Não me compete avaliar a Escola que temos, pois não disponho de elementos, nem me sinto com competência para o fazer. Tenho, contudo, a firme convicção de que devemos apostar cada vez mais na formação das novas gerações, sempre respeitando o papel insubstituível da família, primeira instituição responsável pela educação dos filhos. Recordo a este propósito, e muitos dos nossos leitores também se lembrarão, que, num passado não muito longínquo, alguns regimes ditatoriais tentaram substituir-se à família, retirando-lhe toda e qualquer interferência na educação dos filhos. Essas tentativas falharam, mas a tentação persiste ainda hoje, de forma mais declarada ou eufemística, através de formas de subalternização da família, da aprovação de medidas contra e/ou à margem dela, da alteração de nomes e de funções, ao abrigo de uma pseudo-modernidade, cujos paladinos se consideram os únicos possuidores da verdade, numa espécie de versão laicista de um antigo lema que se usou muito na Igreja: Roma locuta. Causa finita. (Roma falou, já não há mais nada a acrescentar).Creio que a família não pode nem deve admitir que lhe retirem as suas competências neste campo, em nome da sua essência emissão e da verdadeira liberdade.

Há, no entanto, um outro lado desta questão, sobre a qual também gostaria de deixar algumas pinceladas. Como padre que sou, não sou pai, mas fui encarregado de educação durante alguns anos, de vários jovens que frequentavam o Seminário de Beja, e testemunhei, muitas vezes com tristeza e profunda inquietação, o desinteresse e a ausência de muitos pais e encarregados de educação, da Escola. Soluções para este problema, não tenho, mas gostava de deixar aqui, no início deste Novo Ano, os meus votos de que Escola e Família possam formar um binómio de complementaridade na prossecução deste projecto prioritário, que é a educação das novas gerações.

O que está em causa é tão importante, que mereceria ser objecto de um verdadeiro pacto de regime, envolvendo também os próprios partidos políticos. Estes deveriam entrar neste amplo projeto, dando mostras de autêntica maturidade democrática, e sendo capazes de despartidarizar esta questão, de modo a ser possível encontrar consensos, traduzidos em opções conjunturais, ou mesmo estruturais, prontas a atravessar várias legislaturas, e dar assim corpo a um verdadeiro projecto educativo, centrado na pessoa humana, no respeito incondicional da sua dignidade e direitos, e naturalmente, no cumprimento dos deveres inerentes à nossa condição de cidadãos.

A verdadeira educação creio dever estar aberta aos valores, por isso, concluo com a proposta dos quatro pilares, que o "Bom Papa" João XXIII apontou na Encíclica "Pacem in Terris", para edificação de um Mundo melhor: Verdade; Justiça: Liberdade; Amor. Uma educação sem valores ou à margem dos valores das famílias, é uma forma inaceitável de ditadura, que até pode formar pessoas tecnicamente competentes, mas, com uma grande probabilidade, vazias, individualistas, insensíveis, insolidárias.

Para todos vós, caros leitores, sobretudo, para os mais jovens, os meus votos de um Ano Letivo 2015-2016 rico de novas experiências e de crescimento, a todos os níveis, sobretudo em humanidade.

Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário
in Ecos de Grândola, nº 282, 09 de Outubro de 2015

Celebração do sétimo aniversário sobre a chegada do Pároco Manuel António a Grândola


Viveu-se, no passado dia 21 de setembro, um dia de grande festa, na comunidade cristã grandolense, pelo facto de se ter celebrado, pela sétima vez, o dia em que o Padre Manuel António assumiu a paróquia de Grândola.

A comunidade organizou-se e proporcionou uma lotação esgotada na Igreja Ma­ triz de Grândola, a fim de celebrar-se a missa das 18HOO, tendo estado presente o Padre José Bravo e todos os grupos e movimentos da paróquia, assim como dezenas de paroquianos, de todas as idades, que presenciaram uma emocionante homilia proferida pelo próprio Padre Manuel António.

No final da missa foram lidos por duas paroquianas, dois textos em nome da comunidade cristã e dos diversos grupos que nela existem, de homenagem à figura ímpar que é o nosso pároco, nos quais as palavras «amigo», «Conciliador», «Pastor», «empreendedor»: «paciente» e «perseverante» foram referi­ das com frequência. O sentimento comum é de que o nosso Pároco, uma figura respeitada pelos mais diversos quadrantes da nossa sociedade local, tem sido um forte impulsionador da integração de todos no seio da nossa comunidade cristã, dinamizando projetos diversos de serviço ao próximo e apostando na preservação do património religioso local, para futuras gerações.

A seguir à missa, seguiu-se um jantar partilhado no salão paroquial, que contou com a presença de aproximadamente uma centena de pessoas que não quiseram deixar de comemorar num animado repasto que durou algumas horas.

Resta-nos reiterar os parabéns e os votos de que o nosso Padre Manuel António do Rosário se mantenha connosco, na nossa paróquia, durante muito tempo e que Deus lhe dê sempre Força e Ânimo para desempenhar a missão que Deus lhe confiou: ser um bom Pastor para todas as suas ovelhas.

Sónia dos Reis,
em nome da Paróquia
de Grândola

in Ecos de Grândola, nº 282, 09 de Outubro de 2015





sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Peças do Museu de Arte Sacra de Grândola expostas em Palmela


Por solicitação do Museu da Presidência da República, duas peças expostas no Museu de Arte Sacra de Grândola vão ser expostas na exposição Santiago por Portugal, em Palmela de 14 de Outubro a 15 de Dezembro.


Quando, no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, a 10 de junho, o Presidente da República condecora personalidades da vida nacional com a Ordem de Santiago da Espada, muitos de nós saberão que se trata de uma condecoração destinada a galardoar o mérito literário, científico e artístico. Mas poucos saberão a história centenária, que remonta à fundação da nacionalidade, inscrita nesse galardão.

Para contar a história da Ordem de Santiago, desde as suas origens em Portugal, no século XII, até à atualidade, o Museu da Presidência da República organiza, a exposição Santiago por Portugal.

A Ordem de Santiago, enquanto ordem monástico-militar, assumiu um papel de relevo durante o período da Reconquista, adquirindo na Idade Média bastante poder patrimonial e político. No século XV autonomizou-se definitivamente do ramo castelhano, passando a ter sede no Castelo de Palmela.

Já no século XVI, a administração da Ordem de Santiago, e das restantes ordens militares, foi incorporada na Coroa, uma era de mudanças, com a concessão de hábitos e comendas à aristocracia e a atribuição de insígnias, sinónimo de prestígio e poder, em recompensa dos serviços prestados ao soberano.

Mais tarde, em 1789, com a reforma promovida por D. Maria I, a Ordem de Santiago da Espada passou a condecorar, em regra, membros da magistratura e integrou (a par da Ordem de Cristo e da Ordem de Avis) a insígnia exclusiva do monarca, a Banda das Três Ordens (resultante da reunião das três Grã-Cruzes).

A reforma de D. Maria I seria, aliás, decisiva no processo de transformação de ordens monástico-militares, de cariz nobiliárquico, para formas de agraciamento laico do mérito individual, mudança só consolidada no século XIX.

A extinção formal das ordens religiosas e a transferência dos seus bens para a Coroa aconteceu depois da revolução liberal de 1820. Nessa altura, as ordens perderam definitivamente a sua matriz monástico-militar, assumindo um carácter exclusivamente honorífico. Com o Rei D. Luís, em 1862, a Ordem de Santiago ganhou a sua atual vocação: o reconhecimento do mérito na área da ciência, da literatura e da arte.

A lei orgânica das Ordens Honoríficas de 1962 veio introduzir uma nova vertente, instituindo o Grande-Colar da Ordem Militar de Santiago da Espada, destinado a agraciar chefes de Estado estrangeiros. Atualmente este grau pode ainda ser concedido pelo Presidente da República a antigos chefes de Estado e a pessoas cujos feitos, de natureza extraordinária e especial relevância para Portugal, os tornem merecedores dessa condecoração. Foi o que aconteceu com o escritor José Saramago, em 1999, a única personalidade, até ao momento que, não tendo o estatuto de chefe de Estado, foi agraciado com o Grande-Colar.

Santiago por Portugal apresenta obras pictóricas, escultóricas, de ourivesaria, documentos escritos e arqueológicos, entre outros, provenientes de dezenas de instituições e coleções, de norte a sul do país. Nesta exposição percorremos a história de cerca de oito séculos da Ordem de Santiago, assinalando os seus momentos mais significativos e descodificando a sua profusa simbologia.

A exposição Santiago por Portugal esteve exposta no Museu Diocesano do Lamego, de 09 de Junho a 30 de Agosto de 2015, já com a presença das duas peças do Museu de Arte Sacra de Grândola.

Missale Romanum (Séc XVII - finais)


Arca (Séc XVIII)

Em virtude dos graves danos sofridos nas instalações onde iria decorrer a exposição a mesma foi cancelada.



sábado, 19 de setembro de 2015

O que vale a vida humana?


humanidade vive um dos seus maiores dramas, desde a II Grande Guerra, com a deslocação de imensas massas humanas, que procuram, no meio das mais frágeis, degradantes, e indignas condições, cruzar o oceano da fome, da miséria, da guerra, e aportar a terras de pão e de esperança, mesmo que a realidade esteja mistificada e eivada de um certo irrealismo. Para quem tem tão pouco, tudo parece ser preferível.

Dada a enormidade e complexidade do problema, é preciso encontrar soluções, não apenas nos países de destino, mas tamm nos países de origem, muitos deles a braços com graves crises humanitárias, económicas e políticas, nalguns casos, de completa desagregação e desgoverno. A resposta terá, por isso, de ser global e transversal, exigindo a superação dos egoísmos nacionais e regionais, de modo que seja possível encontrar caminhos de solão para estes seres humanos, iguais a nós em dignidade e direitos. Esta é para mim a questão fundamental, mesmo admitindo a sua complexidade e dificuldade.

Nesta, como noutras questões onde está em causa a vida humana, preocupam-me os sintomas de uma certa amnésia, insensibilidade e indiferea, sobressaltadas momentaneamente pela notícia de mais algumas centenas de mortos, que se tornam paulatinamente milhares, mas que, mergulhando no oceano imediatista do esquecimento, rapidamente deixa de ser notícia, engolida por outras novidades, por vezes banais, onde a vida humana surge apenas como uma entre muitas variáveis.

A banalização e desvalorização da vida humana, considerada descartável para muitos, como gosta de dizer o Papa Francisco, é um dos sinais de que a nossa civilização está doente. Não duvido, por isso, que, no futuro, as gerações vindouras nos julgarão com um olhar reprovador.

Talvez seja tempo de voltarmos a ler com atenção a Declaração Universal dos Direitos Humanos, nomeadamente o seu nº1: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. ().

Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário
in Diário do Alentejo, nº 1743, 18 de Setembro de 2015