segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Os escuteiros no nosso concelho aprendem, na activa participação com os outros


No espírito de Baden Powell, grande homem, grande pensador e sobretudo um grande educador, o escutismo é um sistema de auto-educação progressiva em que as crianças e jovens fazem um compromisso pessoal de adesão a um simples código de vida: a Promessa e a Lei do Escuteiro. Também é nesse espírito que o Agrupamento 670 em Grândola funciona. Daí propormos a entrevista que registamos em seguida.

Colocámos as seguintes questões: 1 - Em que ano foi criado ou reaberto o agrupamento?/ 2 – Como é organizada a estrutura orgânica?/ 3 – Com quantos elementos é formado e em que idades?/ 4 - Quais os objectivos a que se propõe?/ 5 – Que actividades tem desenvolvido?/ 6 - Têm-se deslocado ao estrangeiro? Onde?/ 7- Com que meios têm podido contar?/ 8 – No próximo ano quais as actividades que pensam desenvolver?/ 9 - Como se envolvem os pais dos jovens nas vossas tarefas?/ 10 - Que contributo tem dado a paróquia para a vossa dinâmica?


1 - O agrupamento 670 Grândola foi criado em 1982, tendo tido alguns interregnos na sua atividade, foi reaberto em 2009.

2 – A estrutura base do Corpo Nacional de Escutas (CNE) é o Agrupamento Local, a comunidade local, normalmente integrada numa paróquia, composta pelos diferentes grupos etários em que se repartem, quanto à idade e desenvolvimento. O Agrupamento divide-se em quatro secções são elas: os Lobitos (miúdos com idades entre os 6 e os 10 anos-), os Exploradores (miúdos com idade entre os 10 e os 14 anos, os Pioneiros (miúdos entre os 14 e os 18 anos) e os Caminheiros (jovens entre os 18 e os 22 anos).O Agrupamento é liderado por um elemento eleito, o Chefe de Agrupamento, que constitui uma equipa executiva, a Direcção do Agrupamento, aprovando o seu plano e relatório anual em Conselho de Agrupamento, o órgão deliberativo do Agrupamento. Cada Agrupamento integra-se numa Região Escutista, com uma equipa de coordenação regional eleita, a Junta Regional, uma equipa de acompanhamento e fiscalização eleita, o Conselho Fiscal e Jurisdicional Regional, tendo como órgão deliberativo o Conselho Regional. Algumas regiões, pela sua dimensão, possuem ainda uma estrutura intermédia, o Núcleo, com Junta de Núcleo eleita e Conselho de Núcleo.

A nível nacional, a função executiva é exercida por uma equipa eleita, a Junta. Central, a função fiscalizadora pelo Conselho Fiscal e Jurisdicional Nacional, sendo o órgão deliberativo o Conselho Nacional (Plenário ou de Representantes).

3 - O agrupamento 670 Grândola é composto por cerca de 60 elementos, sendo que temos cerca de 50 crianças e jovens entre os 6 e os 22 anos, e 10 dirigentes (adultos).·

4 - O Método Escutista consiste num sistema de autoeducação progressiva. As crianças e jovens fazem um compromisso pessoal de adesão a um simples código de vida: a Promessa e a Lei do Escuteiro. Aprendem fazendo em ativa participação com os outros. Trabalham em grupos pequenos, através do Sistema de Patrulhas, onde cada jovem assume uma função numa "micro-sociedade" onde todos são chamados a participar. Nestes pequenos grupos (5-8 elementos) os jovens desenvolvem a liderança as capacidades do grupo e a responsabilidade individual.
 
São estimulados programas de atividades progressivas baseadas nos interesses dos jovens. Atividades que envolvem o contacto com a natureza, um rico ambiente de aprendizagem onde a simplicidade, a criatividade e o descobrimento estão aliados para proporcionar aventura e desafio.

5 - Ao longo de cada ano escutista são várias as atividades promovidas, temos reuniões semanais nas quais preparamos as nossas atividades. Estas atividades ocorrem nas mais diversas formas, mas privilegiamos sempre o contacto com a natureza. Normalmente as nossas actividades são de dois a três dias em regime de acampamento ou acantonamento (em que pernoitamos debaixo de telha). As atividades tanto são de secção, como de agrupamento, ou regionais, no nosso agrupamento também acontece muitas vezes prepararmos actividades em conjunto com os nossos agrupamentos "vizinhos". Também temos as atividades nacionais ou internacionais que acontecem em determinadas alturas.


6 - Infelizmente o nosso agrupamento ainda não conseguiu realizar nenhuma atividade fora do país. Ainda sofremos de vários constrangimentos para tal ser possível.

7 - Nós cobramos uma quota anual aos miúdos, que em parte é encaminhada para o CNE, nomeadamente para pagar o seguro que todos os jovens têm de ter ativo, a partir do momento que fazem parte do CNE, para alem disso, porque as necessidades são muitas, normalmente realizamos algumas ações com vista a angariação de fundos para podermos ter o material necessário assim como subsidiar algumas das nossas actividades. Mesmo assim, por vezes temos ainda de nos socorrer dos pais para podermos fazer face às despesas de participação nas diversas atividades.

Também temos algumas doações feitas por particulares e empresas do nosso concelho. Contamos ainda com o apoio do Município de Grândola, algumas vezes a nível do transporte, assim como a nível de logística, e instalações para as nossas atividades.

8 - No próximo ano a grande atividade em que iremos participar será no XXIIIº ACANAC em Idanha-a-Nova que se realiza entre os dias 30 de Julho e 6 de Agosto, este é um Acampamento Nacional que este ano espera juntar cerca de 20.000 participantes em campo. Contamos participar com as quatro secções, ao contrário do que aconteceu há quatro anos atrás, que só levámos duas secções: exploradores e pioneiros. Já estamos a trabalhar nesta atividade por­ que ela acarreta acima de tudo muitas despesas.

Para além disso, durante todo o ano escutista iremos realizar várias actividades integradas no nosso plano anual. As diferentes secções já estão a trabalhar para podermos incrementar e participar em várias actividades.

9 - Os pais são convidados a participar em alguns momentos vividos pelas nossas crianças e jovens, por vezes fazemos também actividades em conjunto, gostamos de privilegiar a família e promover o relacionamento entre estes e a sua família.

10 - Um dos pilares onde assenta o escutismo é a fé, e nós escuteiros católicos somos convidados a ser parte integrante da comunidade cristã, penso que não deveremos pensar nesta questão só por um lado, e sim numa relação recíproca de acção que deve de existir entre a paróquia e os seus diversos grupos e o nosso agrupamento. No agrupamento, gostamos de promover a relação existente entre o agrupamento de escuteiros e a paróquia como um todo.
 
Lucília Saramago


in Ecos de Grândola, nº 296, 09 de Dezembro de 2016