domingo, 20 de agosto de 2017

6º aniversário da inauguração do Museu de Arte Sacra de Grândola


O Museu de Arte Sacra de Grândola abriu as portas ao público, a 23 de Agosto de 2011, na igreja de São Sebastião, para apresentar a sua colecção permanente, formada por fundos de pintura, escultura e artes decorativas.

Esta iniciativa, da responsabilidade da Paróquia de Grândola, do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, e da Câmara Municipal de Grândola, integra obras pertencentes às igrejas da sede do concelho, das paróquias de Azinheira dos Barros, Lousal e de Santa Margarida da Serra e da Santa Casa da Misericórdia de Grândola.

Quando completa o seu 6º aniversário não perca a oportunidade de visitá-lo, de quarta-feira a domingo, das 10:30 horas às 13:00 horas e das 14:30 horas às 18:00 horas.




sexta-feira, 18 de agosto de 2017

O importante são as pessoas


Quando se houve falar tanto de números, de projectos, de estruturas e de conjunturas, no fundo, de coisas, cresce, paralelamente em mim, o desejo de centrar esta reflexão sobre as pessoas, quaisquer que elas sejam, porque me parece que, cada vez mais, as pessoas interessam menos, e os exemplos, infelizmente, abundam. Para não me prolongar enuncio apenas alguns casos:
  • Falar em rendimento per capita é uma ilusão que esconde a realidade de tanta gente que não tem o mínimo para viver com dignidade, apesar dos números dizerem o contrário;
  • Listas de espera para consultas e intervenções cirúrgicas. O seu aumento ou diminuição, que tantas vezes os governos, de qualquer cor política, esgrimem uns contra os outros, esconde a realidade de tanto sofrimento que não vem nos números, do desespero em que vivem tantas pessoas e famílias;
  • O aumento dos salários e das pensões, argumento tantas vezes utilizados pelos governos, como sinal do seu compromisso em melhorar a situação dos cidadãos, esconde a realidade de quem recebe tão pouco, que mais um cêntimo ou dois pouca diferença faz. Entretanto, a nível europeu e internacional, somos considerados um dos países mais desequilibrados, pelo fosso que existe entre os mais ricos e os mais pobres.
Poderia continuar a fazer desfilar alguns exemplos de como as pessoas importam pouco, quando outros interesses, se sobrepõem e marcam a agenda dos partidos e de tantas instituições, que deveriam fazer mais pelas pessoas, sobretudo, pelos mais frágeis, que tantas vezes não se podem defender, nem tão pouco fazer ouvir a sua voz.

E claro que o Estado não tem toda a responsabilidade, não pode, nem deve fazer tudo, mas deveria, e poderia, apoiar mais as pessoas e as instituições que, no terreno, estão mais próximas e procuram ser a resposta imediata e eficaz, para tantas necessidades básicas de pessoas concretas que são, exactamente iguais em dignidade, direitos e deveres, a todos os outros cidadãos que vivem com mais desafogo e condições de vida.

Uma sociedade, qualquer sociedade, a nossa sociedade portuguesa, não deveria descansar enquanto não vencesse a batalha da desigualdade e da injustiça, para a qual deveríamos estar todos mobilizados como causa nacional, enquanto existir uma só pessoa nestas condições. Talvez isto possa soar a utopia, mas as utopias também se podem realizar, se conseguirem acordar e mobilizar as pessoas e as forças vivas. Às vezes basta alguém começar, com pequenos gestos, concretos, para que a mudança aconteça. Não é necessário que seja o Estado a tomar a dianteira, ou aguardar que "os outros façam", podemos ser nós, cada um de nós. Está nas nossas mãos e ao nosso alcance, já amanhã, se quisermos.

Evitemos o "síndroma dos Velhos do Restelo" que anestesia e paralisa e não leva a lado nenhum, e assumamos a atitude da ousadia, da criatividade e do compromisso no concreto.

in Ecos de Grândola, nº 304, 11 de Agosto de 2017