sábado, 10 de março de 2018

A árvore e a floresta


uitas vezes me interrogo sobre o porquê da diminuta presença, se não mesmo ausência, de boas notícias em alguns órgãos de Comunicação Social. Será que só existe o negativo? Se não, então por que não é dado maior relevo e protagonismo aos conteúdos positivos? Talvez me possam responder com a questão do ovo e da galinha, ou seja, são os públicos que pedem e que aderem mais a este tipo de conteúdos. Mas, continuo a perguntar: não poderá a comunicação social ter também uma função mais pedagógica e ajudar a "degustar" outras essências? Creio que sim, que é possível e desejável.

Hoje temos, aliás, maior facilidade na difusão das notícias, com maior rapidez e impacto imediato num alargado numero de destinatários a nível global. Por que não aproveitar para partilhar mais "o lado positivo 'da vida”, em rede? Há 'um défice de positividade e de esperança à espera de respostas, e no entanto, acredito que há muitas florestas a crescer. Porquê fixarmo-nos apenas na árvore que caiu?!

Ao olhar para o Alentejo alegro-me, pois vejo a nossa terra ser cada vez mais notícia por  bons  motivos, e tenho memória exatamente do contrário, apesar de nunca me  ter identificado com esse status quo. Necessitamos de mais noticias e, sobretudo, de iniciativas, de projectos, que combatam o fatalismo, o pessimismo, o destino, paralisando a criatividade, obstaculizando o desenvolvimento, e arrastando-nos para o circulo vicioso do "sempre foi assim”, que é premente vencer, em nome dum futuro diferente e melhor, que é desejável semear e alicerçar em bases sólidas.

Como cristão, sinto que a fé em Jesus que morreu por nós, mas que ressuscitou e está vivo, metem ajudado a construir uma existência de confiança, positividade, e alegria, que dão sabor e sentido à minha vida Não alinho no coro dos apocalípticos, cinzentões, azedos que só veem mal (e pecado) à sua volta e creio que Cristo, se voltasse fisicamente ao nosso meio, também não seguiria por esse caminho.


Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário
in Diário do Alentejo, 09 de Março de 2018