segunda-feira, 1 de julho de 2013

Dia 7 de Julho, na Sé de Beja


Bodas de Prata Sacerdotais do Padre
Manuel António do Rosário

"Sou um sacerdote feliz e realizado nesta vocação de serviço"
 
Ainda parece que foi ontem e quase passaram 25 anos sobre aquele inesquecível dia 3 de Julho de 1988 e, contudo, continuo a sentir a mesma alegria, o mesmo entusiasmo e desejo de entrega ao serviço do Reino de Deus.

A minha palavra principal, neste momento, só pode ser de acção de graças ao Senhor pelas maravilhas que operou em mim ao longo destes anos, e de agradecimento por tudo aquilo que Ele quis realizar por intermédio do ministério a que me chamou.

Ao longo deste percurso as tarefas têm sido muitas e diversificadas, mas a todas tenho procurado dedicar-me com o mesmo amor, a mesma entrega, e sem qualquer objectivo ou projecto pessoal, a não ser servir Cristo, a Igreja e os irmãos e irmãs que o Senhor tem colocado no meu caminho. O Senhor, no Seu infinito amor, tem preenchido completamente a minha vida. Posso, por isso, dizer com todas as forças da minha alma: sou um sacerdote feliz, realizado nesta vocação de serviço, que me continua a preencher totalmente enquanto homem, cristão e pastor.

O Senhor concedeu-me ainda a graça de colocar no meu caminho muitíssimos amigos, em todos os contextos por onde passei, estive e trabalhei, oriundos de muitas nacionalidades, línguas, ritos e raças, amigos que me ajudaram a entender melhor o que significa Catolicidade e a descobrir e aprofundar as multiformes maravilhas do amor de Deus.

Falhas e pecados, Deus sabe que também me têm acompanhado, mas, com a Sua graça, tenho feito a experiência concreta, real, existencial, de que Ele não abandona nunca aqueles que ama, mesmo quando as dificuldades, de dentro ou de fora da Igreja, batem à nossa porta. O Senhor, com a Sua graça, tudo tem transformado, pelo que, só posso estar-Lhe imensamente grato por estes 25 anos.

Neste momento de acção de graças, não poderia deixar de ter uma palavra para todos os que, de uma forma especial, tiveram uma importância maior na minha vida. Procurarei, contudo, não enumerar muitos nomes, sob pena de me esquecer injustamente de alguns.

  • A primeira palavra é naturalmente dirigida ao nosso Bispo actual D. António, mas sobretudo, e se me é permitido, ao Senhor D. Manuel Falcão, que me conheceu na minha juventude, acreditou em mim, me ordenou e sempre animou;
  • Lembro também os muitos amigos sacerdotes da nossa Diocese e de outras Dioceses e Institutos Religiosos que me apoiaram, por mim rezaram e ensinaram a ser pastor;
  • Uma palavra especial para a minha família que sempre me acompanhou e por mim rezou e reza. Lembro em particular o meu pai, que tenho a certeza está junto do Senhor, a minha mãe, ainda viva, que foi sempre uma referência importante pelo seu exemplo de mãe e pela sua grande fé e amor a Deus, e o meu irmão e a sua família, a quem tanto devo e a quem muito amo;
  • Quero ainda lembrar os muitos amigos religiosos/as e leigos que o Senhor me permitiu conhecer, que por mim têm rezado, e que muito me ajudar m a ser o sacerdote que tenho procurado ser ao longo destes anos.
Muito obrigado a todos meus amigos e meus irmãos.

Termino deixando uma palavra aos jovens inquietos quanto à sua vocação, especialmente aos da nossa Diocese: amigos, acredito na vossa generosidade e na vossa capacidade de entrega por ideais que valham a pena, e seguir Cristo vale mesmo a pena. O Senhor conta convosco para renovar e transformar o nosso Alentejo, mas necessita do vosso Sim. Porque temeis? Imitai o exemplo da nossa Mãe do Céu: Faça-se! Coragem! Rezo por vós!


Padre Manuel António Guerreiro do Rosário

Dados biográficos

Manuel António Guerreiro do Rosário, nasceu no dia 1 de Outubro de 1963, na Freguesia do Salvador, Beja. É filho de Francisco do Rosário e de Maria Generosa Guerreiro.

Em Outubro de 1982, depois de concluir o Ensino Secundário na Escola Secundária Diogo de Gouveia, de Beja, ingressou no Seminário Maior de Évora, passando a frequentar as aulas no Instituto Superior de Teologia de Évora. Terminou o curso, no Ano Lectivo 1987/88.

Depois da Ordenação Presbiteral na Sé de Beja, no dia 3 de Julho de 1988, foi nomeado para a Equipa Formadora do Seminário Diocesano. Ficou ainda ligado à Pastoral das Vocações, ao Pré-Seminário e posteriormente à Pastoral da Juventude. Foi Vigário Paroquial das Comunidades confiadas à Equipa do Seminário e Professor de EMRC na Escola Secundária de Diogo de Gouveia.

Em Outubro de 1994 ingressou na Academia Afonsiana, Instituto Superior de Teologia Moral, da Pontifícia Universidade Lateranense de Roma. Durante o 2º ano do biénio da Licenciatura (1995/1996) iniciou as investigações para o Doutoramento, com a Tese: Discernimento dos Sinais dos Tempos e Consciência Moral, a partir dos documentos da Conferência Episcopal Portuguesa (1974 - 1995), que defendeu em Junho de 1998 e publicou em 1999, como nº 13 da Colecção Biblioteca Humanística e Teologia, da Universidade Católica Portuguesa (Porto).

Durante vários anos integrou o Conselho Presbiteral, o Colégio de Consultores, e o Conselho Pastoral Diocesano.

Foi correspondente da Rádio Renascença e colaborou activamente com as Rádios Locais, em especial de Beja, bem como com alguns jornais regionais.

Depois de regressar de Roma (1997) foi nomeado Reitor do Seminário Diocesano e a seguir Responsável Diocesano do Centro de Apoio a Jovens Universitários (CAJU), Pastoral do Ensino Superior. Continuou ligado à Pastoral das Vocações e ao Pré-Seminário, assumindo de novo a Pastoral Juvenil da Diocese. A partir de 1998 passou a integrar o corpo docente do Instituto Superior de Teologia de Évora como Professor de Teologia Moral, de cuja Direcção faz parte há dois mandatos. Em 2001 foi nomeado Juiz do Tribunal Eclesiástico Interdiocesano.

Além de Vigário Paroquial, em 2006 foi nomeado Pároco de Nossa Senhora das Neves e de Baleizão, e em Setembro de 2008 Pároco de Grândola. Em 2009 foi nomeado Pároco de Azinheira dos Barros-Lousal e em 2010 Pároco de Santa Margarida da Serra.

Ordenação Sacerdotal de
José Manuel Bravo


Testemunho de vida

Para aqueles que não me conhecem, vou fazer um pequeno percurso pela minha história. Chamo-me José Manuel Valente Bravo, nasci em Beja, no entanto, vivi sempre em Moura. Aos treze anos iniciei a minha caminhada de fé de forma mais comprometida. Senti o apelo do Senhor e comecei a participar num grupo de Oração Carismática. Lá entendi melhor aquilo que tinha feito durante os meus quatro anos de escola primária: o sinal da cruz. Foi também aí que encontrei Jesus no silêncio e Ele se tornou doravante o meu melhor amigo.

Para as pessoas eu seria Padre, no entanto, eu nem pensava nisso, pois o meu interesse era amar Jesus, que se foi tornando o Tesouro mais precioso que eu encontrei. Quando cheguei aos 19 anos, o meu coração começou a questionar: o que queria fazer da minha vida? Um dia tive um sonho que foi tão incisivo que me fez agir. Neste sonho, Deus convidava-me a deixar tudo e a segui-l'O, pois me queria para trabalhar na Sua vinha. Interiormente, em mim, iniciou-se um desejo profundo, por adquirir um conhecimento maior da Palavra de Deus e por querer transmiti-La e por me tornar Sacerdote, um "Alter Christus". Falei com o Sr. Cónego Virgínio Tribanas, que se alegrou comigo e que me deu o contacto do Padre Manuel António, na altura, Reitor do Seminário. Entrei em contacto com ele e, como lhe é próprio, acolheu-me desde logo, e começou a acompanhar-me nesta caminhada.

Aquilo que me moveu a ser Padre, primeiramente, é o desejo de louvar a Deus, de O amar e de me entregar sem reservas a Ele, autor da minha vida, e como não poderia deixar de ser, foi o desejo de servir os meus irmãos, de lhes transmitir este Deus-Amor, o único capaz de preencher o coração humano.

A nível Pastoral sempre dei catequese, mas, quando estava no meu 4° ano de Teologia fui trabalhar como Assistente Espiritual para o Estabelecimento Prisional de Beja, uma experiência muito enriquecedora e que me tem acompanhado ao longo do meu percurso rumo ao sacerdócio. No 5ºano fiz uma experiência, também ela muito rica, com as pessoas residentes no Bairro da Esperança, tendo sido o responsável, durante esse ano, por todas as actividades lá realizadas. No 6° ano voltei a trabalhar pastoralmente no Estabelecimento Prisional de Beja, assistindo espiritualmente os reclusos, durante esse ano. Ao terminar o 6° ano de Teologia e de Seminário, o Sr. Bispo, achou por bem enviar-me para Grândola. Aqui tenho trabalhado de muito bom grado, nas tarefas que me são propostas pelo Padre Manuel António e também tenho sido o Assistente Espiritual do Estabelecimento Prisional do Pinheiro da Cruz, uma experiência novamente bastante gratificante. Aqui permaneço há quase dois anos, e, agora, já com a tese de mestrado praticamente terminada e com a ordenação presbiteral marcada, espero o envio do meu Bispo, como Presbítero, para a messe, pois desta, eu quero ser Pastor!

Quero aproveitar também esta oportunidade que o "Notícias de Beja" me dá para reforçar o convite ao Clero de Beja, Presbíteros e Diáconos, para que estejam presentes na minha ordenação, no próximo dia 7 de Julho na Sé de Beja às 17 horas. Neste dia gostaria de poder contar com a presença de todos vós, pois, somente unidos, podemos transformar este Alentejo, dar às pessoas Esperança e salvar almas para Deus.

Agradeço também ao Senhor D. António Vitalino por todo o apoio, estímulo e oração ao longo deste percurso, nem sempre fácil e isento de provações.

A todos os que têm rezado por mi o meu muito obrigado. Que De vos abençoe.

Orai a Deus por mim, na certeza que também pedirei ao Senhor por todos vós!
 

Diácono José Manuel Valente Bravo


in "Notícias de Beja", nº 4205, 27JUN2013