sexta-feira, 29 de maio de 2020

Reinício das Missas Presenciais em Grândola




Sábado, dia 30, 21h: VIGÍLIA DE PENTECOSTES;

Domingo, dia 31, DIA DE PENTECOSTES: Missas: 9.30h, 11.30h e 18h. 

Missa no lousal às 16h.

domingo, 24 de maio de 2020

Quanto vale a vida humana?



quase um lugar-comum afirmar que “o importante são as pessoas”, não os números. Mas, será assim tão óbvio e universalmente indiscutível? Quanto vale a vida humana?

Esta é a pergunta que me tem acompanhado, num tempo em que a pandemia é tema omnipresente, e onde, não raro, as preocupações de caráter económico emergem como prioridade, relegando a vida humana para um humilhante papel secundário.

A minha perplexidade aumentou ao assistir às declarações de pessoas com responsabilidades governativas, arrogando-se o direito de previamente decidir quem everia ser protegido ou abandonado, como se fossem os donos deste mundo e tivessem nas suas mãos o destino dos outros, condenando, assim, a uma morte ignominiosa, enquanto “material descartável”, os que não se podem defender. 

Não estaremos diante de um “déjà vu”, de roupagem democrática e poderoso marketing, para nos reeducar e fazer pensar  todos da mesma forma: materialista, pragmática e indiferente ao próximo? Não será esta uma nova estirpe de darwinismo social encapotado, que nos vai conduzindo, eufemisticamente, ao espírito daquela ideologia que a ONU quis recordar, para que nunca mais se repetisse, ao fixar a data de 27 de janeiro como Dia Internacional do Holocausto?

Na verdade, preocupam-me estes sinais de insolidariedade para com a vida e o sofrimento humanos, que ameaçam encaminhar perigosamente a Humanidade para o infelizmente célebre aforismo: “o homem é o lobo do outro homem”. Por esta via multiplicar-se-ão os populismos, os niilismos, as ideologias xenófobas, os movimentos anárquicos, etc.

O reforço das democracias exigirá, pois, como resposta, o fortalecimento dos autênticos valores que encarnem a defesa da vida, da dignidade e dos direitos de todos os cidadãos, sobretudo, dos mais frágeis e marginalizados.

Conforta-me, ainda, a esperança, a humana e a cristã, que continua a ser bússola e leme para tantos homens e mulheres, e, em especial, para um crescente número de jovens, que olham para o outro, não como adversário ou inimigo, mas como irmão, igual a mim, a quem devo respeitar e amar.

Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário
in Diário do Alentejo, 22 de Maio de 2020



domingo, 17 de maio de 2020

Tirar conclusões, inverter opções



in Ecos de Grândola, nº 337, 08 de Maio de 2020



A nossa vida é uma lenda



in Ecos de Grândola, nº 336, 10 de Abril de 2020



Ser ou Ter?



in Ecos de Grândola, nº 335, 13 de Março de 2020



Ano novo, vida nova?



in Ecos de Grândola, nº 334, 14 de Fevereiro de 2020



Concerto de Natal na Igreja de Santa Margarida da Serra



in Ecos de Grândola, nº 334, 14 de Fevereiro de 2020



Concerto de Natal em Melides



in Ecos de Grândola, nº 334, 14 de Fevereiro de 2020



Vede como eles se amam!





Descobrir e centrar-se no essencial





sexta-feira, 1 de maio de 2020

A humildade é a verdade


estes conturbados, complexos e desconcertantes tempos que a Humanidade atravessa, tem-me ocorrido uma frase de Santa Teresa de Ávila, carmelita espanhola, doutora e reformadora da Igreja, (Século XVI): “a humildade é a verdade”.

Como cristão sei que é verdade pois a fé torna-nos mais conscientes das nossas falhas, limitações e pecados: na relação com os outros, nossos irmãos; com este planeta, nossa “casa comum”; e com Deus, que em Jesus, o filho de Deus, nos adotou como filhos.

Ao olhar retrospetivamente para a História da humanidade, a ausência desta virtude bem pode incluir-se entre as causas de muitos males que nos têm afligido: guerras, doenças, mortes, injustiças. Sem humildade a “porta” fica facilmente aberta para o orgulho desenfreado; o egoísmo e individualismo atroz; a ânsia de poder e domínio despótico; o lucro desmedido; no fundo, a pretensão de ser deus e de tudo dispor a seu bel-prazer.

Estes males não são exclusivos da sociedade, a própria Igreja também tem incorrido neles, como o reconheceram os papas João Paulo II e, sobretudo, Francisco.

Perante as consequências da atual pandemia, a humildade pode também ser chave de leitura: das transformações que tivemos imperiosamente de introduzir na nossa vida; das alterações do modelo económico, com reflexos imediatos no equilíbrio ecológico; do despontar da solidariedade, que cresceu, se consolidou e globalizou, em gestos de consequências transversais.

Parafraseando Martin Luther King, eu também “tenho um sonho” para a humanidade, vencida esta crise pandémica: que o outro seja respeitado como pessoa igual a mim, fim em si próprio, não meio, nem mera matéria de descarte; que o desenvolvimento não se reduza a crescimento económico, cego e injusto, feito à custa do Homem; que desperte uma verdadeira ecologia, humana
e integral, que nos faça descobrir que somos uma única família humana.

Diz o poeta: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”.

Mãos à obra.

Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário
in Diário do Alentejo, 01 de Maio de 2020