domingo, 13 de outubro de 2019

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Colocar o Homem no centro



fácil perceber a verdade deste título, folheando as páginas do Novo Testamento e descobrindo a vida de Jesus, referências estruturantes para o cristão.

Em variadíssimas ocasiões, Cristo insiste na complementaridade dos dois mandamentos: amor a Deus e amor ao próximo. Com efeito, o amor ao próximo é consequência e exigência do amor a Deus, e o nosso próximo pode ser qualquer pessoa que cruze o nosso caminho, no qual os pobres devem ser uma prioridade, insiste o papa Francisco. Como dizia também o papa João Paulo II, o caminho da Igreja, porque foi o caminho de Cristo, só pode ser o Homem: real, concreto, histórico.

No coração do Cristianismo há ainda uma mensagem verdadeiramente revolucionária: a igualdade essencial de todos os Homens, chamados em Cristo, a serem filhos de Deus. O Cristianismo é, aliás, um verdadeiro humanismo, aberto à transcendência, e, se não for humanismo, não é decerto Cristianismo.

Neste mundo concreto e atual há muitos homens e mulheres, nomeadamente, aqueles a quem o papa João XXIII chamou pessoas de “boa vontade”, que poderão seguir um outro trajeto: o da solidariedade e da filantropia. O seu testemunho torna-os uma luz e um sinal de esperança. A Igreja respeita-os, porque a fé não se impõe, mas aceita-se em liberdade, e diz-lhes que, pelo amor ao próximo, poderão chegar à descoberta de Deus e do seu amor pela humanidade. Por isso, afirmou santo Agostinho: “Senhor, criaste-nos para Vós e o nosso coração não descansa enquanto não repousar em vós”.



Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário
in Diário do Alentejo, 04 de Outubro de 2019