sábado, 31 de janeiro de 2015

Sob o signo da esperança


ada ano que se inicia traz consigo um sem número de interrogações e de esperanças. O futuro não está escrito, o destino é uma utopia que acorrenta, e o livre arbítrio deve ser o horizonte em que nós seres humanos nos movemos e agimos, e as mudanças, podem acontecer de forma desconcertante.

Para mim, um dos sinais positivos que iluminou o ano de 2014 foi a aproximação entre Cuba e os Estados Unidos, depois de décadas de tensões, ameaças e um quase conflito nuclear de consequências catastróficas. É claro que há outros sinais de sentido inverso, como o atentado em Paris, mas é esta a realidade do nosso Mundo…

Como já tive ocasião de afirmar, sou um espírito optimista e creio que a fé me tem consolidado nesta convicção, que me leva a nunca baixar os braços. Muitas vezes recordo este pensamento: “Faz mais barulho uma árvore a cair do que uma floresta a crescer.” Necessitamos de muitas mais vontades que se comprometam em “plantar árvores”, para que o ambiente do nosso Mundo se transforme, se torne mais saudável, e a esperança frutifique.

O início de um novo ano é, por isso, uma ocasião propícia para que cada um de nós se interrogue, não sobre aquilo que esperamos que os outros façam, mas sobre aquilo que eu posso e quero realizar, para não permanecer apenas como uma mera intenção, mas dê origem a algo concreto.

Creio ainda que há um género de “árvores” que o Mundo e o nosso Portugal em particular têm necessidade: crianças! As estatísticas referem que houve um aumento tímido do número de nascimentos. A vida humana, não o esqueçamos, é um dom maravilhoso, e cada nova vida é um livro aberto e disponível para ser escrito. Não esperemos que seja apenas o Estado a agir (tem obrigação disso), mas que as empresas, as famílias e todas as instituições da nossa sociedade assumam a sua responsabilidade neste desígnio nacional. A maior riqueza de uma nação são precisamente as pessoas, assim nos ensina a nossa história secular.

Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário
in Diário do Alentejo, nº 1710, 30 de Janeiro de 2015