domingo, 24 de julho de 2016

Apresentação da Tese de Mestrado do Pe. José Manuel Valente Bravo


Caros/as amigos/as


É com muito gosto que as Paróquias de Grândola, Melides e Carvalhal vos convidam a participar na apresentação da Tese de Mestrado que o Pe. José Manuel Valente Bravo defendeu na

Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, e que agora é publicada em livro.

A apresentação terá lugar no Salão anexo à Igreja Matriz de Grândola, no dia 06 de Agosto, sábado, depois da Eucaristia das 18h.

Contamos com a Vossa presença.



terça-feira, 19 de julho de 2016

Proteger a Vida Humana, Missão Prioritária


Volto de novo a um tema que julgo de particular actualidade e premência: a vida humana, tão banalizada e vilipendiada nos tempos que correm.

Todos os dias são inúmeras e diversificadas as notícias que nos falam de atentados, mais ou menos graves, contra a vida humana, e às vezes fico com a sensação que, de tanto ouvirmos falar, se corre o risco de nos tornarmos indiferentes e imunes a todas estas manifestações, como se de coisas normais e naturais se tratasse. Já cheguei a pensar senão teremos de criar e apoiar novas instituições de defesa da vida e dignidade do ser humano, pois os animais parecem merecer cada vez mais a atenção, defesa e promoção dos seus direitos, vertidos em legislação. O Papa Francisco na Encíclica Laudato Si di-lo, com clareza e veemência: a verdadeira ecologia é aquela que integra também o homem entre as suas preocupações centrais.

Uma situação que me choca é o drama dos refugiados, pois parece que já nos habituámos a viver com ele, esquecendo que estão em causa pessoas como nós, e a verdade é que, se a sua situação não é fácil de resolver, este facto depõe contra uma certa mentalidade em crescendo na Europa, que quer fazer esquecer a verdadeira alma humanista da Europa, tecida com os contributos das culturas grega, latina e judaico-cristã, os quais tomaram este continente referência em todo o mundo.

São ainda imensos os atentados à vida humana, nas diferentes fases do seu crescimento e desenvolvimento, que nos fazem pensar no "baixo preço" atribuído à vida humana, ao ponto de se tirar a vida a outro semelhante por qualquer motivo banal e, além do mais, tem-se a impressão que o "crime compensa" e que só "o mal" é notícia. Estou firmemente convencido que o Bem é mais forte do que o Mal e que devemos combater sempre e cada vez mais, com as armas da paz e da reconciliação, as únicas a partir das quais se constrói solidamente e com futuro.

Não me parece também positivo que as notícias que preenchem o nosso tempo sejam, sobretudo, notícias negativas, quando estou firmemente convencido que há tantas coisas extraordinárias a crescer, sem nós nos apercebermos, e tanto bem a germinar e a frutificar no seio de tantas pessoas, instituições, e numa grande multiplicidade de iniciativas que, mesmo sem barulho, vão tomando mais bela a face deste mundo, "Casa Comum", em que habitamos.

Já o tenho afirmado em múltiplas ocasiões, sou um espírito positivo e optimista, por natureza e por convicção enquanto cristão, e acredito que temos de voltar a colocar o ser humano no centro das nossas preocupações, sem esquecer que tudo será vão e incompleto se continuarmos por este caminho de banalização e desvalorização da vida humana. A vida, cada vida e todas as vidas, têm valor, são únicas e irrepetíveis, e são amadas por Deus, independentemente da latitude ou longitude onde elas tenham visto a luz do dia.

Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário
in Ecos de Grândola, nº 290, 10 de Junho de 2016



Não Podeis Servir a Deus e ao Dinheiro


Nos últimos tempos, talvez devido à sucessão de investigações em curso e escândalos manifestos, tenho-me recordado com alguma frequência desta frase do Antigo Testamento, que também nos aparece no Novo Testamento, às vezes com outras formulações, pela verdade que ela encerra e pelas interpelações que nos deixa.

Para quem acredita em Deus é óbvio o sentido e a força de quanto se afirma: os bens materiais são para serem usados pelo ser humano, e não para nos deixarmos envolver e dominar por eles. À luz da fé, nós é que somos importantes para Deus, e somo-lo por aquilo que somos, ou seja, pessoas, seres humanos, criaturas, filhos em Cristo, e não pelo que temos. Nós valemos muito mais do que as coisas. É verdade, infelizmente, que nem sempre os cristãos vivem na vida orientados por esta opção fundamental, mas, a mudança de vida é sempre possível, e para Deus o tempo é um contínuo hoje.

A ilusão de que as coisas e tudo aquilo que se pode adquirir com o dinheiro são a fonte da felicidade, é isso mesmo, um engano, porque a felicidade não é um bem material que se possa adquirir, como diria Antoine de Saint­Exupéry: o essencial é invisível aos olhos. É esse o testemunho que nós cristãos de hoje podemos encontrar logo no Livro dos Atos dos Apóstolos: os cristãos tinham a perfeita noção de que deviam desprender-se dos bens materiais e partilhar entre si, para serem mais livres e não se deixarem cair nas malhas desta tentação, que toma as pessoas mais egoístas e individualistas, insensíveis e indiferentes ao próximo.

Esta tentação do Ter pode, se não for combatida, levar-­nos pela lógica do vale tudo. Olhemos com atenção e espírito crítico para tantos males do nosso Mundo e poderemos, com mais ou menos clareza, perceber que o amor ao dinheiro é a raiz de muitos destes males. A título de exemplo pensemos no tráfico de droga; no tráfico de armas, de pessoas; na corrupção; na destruição do meio ambiente; nas intermináveis guerras; nas doenças que já podiam ter sido debeladas, etc. Em muitas destas situações, se procurarmos ler as suas causas profundas, encontraremos frequentemente o deus dinheiro.

Isto não quer dizer, de modo nenhum, que os bens materiais não sejam importantes e necessários para a nossa vida, antes pelo contrário, temos de trabalhar para esbater as injustiças e o fosso que separa seres humanos dentro do mesmo país ou povos de diferentes países, mas não nos devemos iludir pela retórica de quem põe toda a sua confiança apenas nos bens materiais e na sua aquisição desmedida e sem critérios. Para quem é cristão o princípio segundo o qual os fins não justificam os meios, deveria orientar os nossos critérios de vida e as nossas opções, sob pena de nos deixarmos afundar no pântano do materialismo desumano, para quem a vida a humana pouco vale, comparada com a aquisição e posse de bens materiais. Santo Agostinho, que fez um percurso complexo e transversal que o conduziu a experiências diversas e até contraditórias, concluiu, depois de se tomar cristão que: Senhor; criastes-nos para Vós e o nosso coração não descansa enquanto não repousar em vós.

Não poderia deixar neste momento de olhar para o exemplo inspirador do Papa Francisco, que não deixa de nos surpreender e interpelar com o seu testemunho de pobreza e desprendimento, apontando-nos o caminho que nós todos, cristãos ou não, deveríamos seguir, para sermos um pouco mais livres e felizes neste mundo, no qual estamos todos de passagem e a nossa vida é, como diria S. Paulo: uma tenda.

Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário
in Ecos de Grândola, nº 289, 13 de Maio de 2016



Este são orgulho de ser português


stimados leitores, confesso que, quanto mais conheço a nossa história, mais gosto de ser português, e curiosamente despertei para esta realidade entre 1994 e 1997, período em que vivi e estudei em Roma.

O primeiro “embate” aconteceu no Colégio Português, onde deixei de ser Rosário e passei a ser Guerreiro, em virtude de lá se encontrar um Sacerdote do Bangladesh, chamado, imaginem, Camilo do Rozário!!! Sucederam-se depois um sem número de experiências que me despertaram e ajudaram a valorizar a gesta impressionante dos nossos antepassados, desde as costas Ocidental e Oriental de África, passando pelas Américas, do Sul e do Norte. As mais significativas vivências, porém, tiveram lugar através de amigos do gigante Continente Asiático, onde a presença, a ação dos lusitanos mais me espantaram.

Nesta linha, fiquei absolutamente rendido e testemunhei na primeira pessoa o respeito, admiração, quase devoção, que senti em pessoas de tantos países em relação ao nosso país e ao povo português. Em alguns destes povos, infelizmente, muito se perdeu, mas permaneceram os nomes, as tradições, a gastronomia, e a fé cristã.

Creio, pois, que, sem saudosismos ocos e fúteis, mas com uma dose reforçada de humildade, nos fazia falta conhecer melhor a nossa história e identidade, e tentar recuperar e valorizar o imenso capital de credibilidade que existe em tantos países nos quais a presença portuguesa deixou marcas que nem o pó do tempo conseguiu apagar. A economia não é tudo, e a vida não são só números.

Ao escrever estas linhas sob a influência de um são orgulho de ser português, não pretendo, obviamente, escamotear erros e pecados também cometidos, mas, a consciência dos nossos pecados não pode gerar em nós apenas uma atitude pessimista e masoquista. Acredito que a misericórdia de Deus e tantos milagres silenciosos moldaram vidas, transformaram pessoas e situações, e alargaram os horizontes da portugalidade aos quatro cantos do Mundo.

Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário
in Diário do Alentejo, nº 1786, 15 de Julho de 2016


terça-feira, 5 de julho de 2016

8ª edição do "Amar à Tona"


Mais uma vez a Comunidade Educativa da Escola D. Jorge de Lencastre mobilizou-se para mais uma iniciativa solidária intitulada “Amar à Tona”. O fruto deste iniciativa foi entregue à nossa Paróquia que, por sua vez, distribuiu os géneros recolhidos pelo Movimento Pequeno Almoço e Conferências Vicentinas, tendo como destinatários: crianças e famílias carenciadas.

Muito obrigado por mais este gesto, que ele vá criando em todos os corações, sobretudo, nos dos mais jovens a convicção que “é dando que se recebe”, como diria S. Francisco de Assis.

Que Deus vos abençoe e multiplique o bem que, ano após ano, ides semeando.