sábado, 30 de dezembro de 2017

Actuação coral e instrumental na Igreja Matriz de Grândola


No dia 14 de Janeiro, prolongando ainda as expressões musicais do Natal, teremos na nossa Igreja Matriz, pelas 10.30h, um grupo coral e instrumental “surpreendente”: o Grupo “Quatro Vs” (Vozes, Violinos, Violas e Variações). 

Dê-nos a alegria da sua presença e traga “um/a amigo/a” também.



Cante Alentejano na Igreja Matriz de Grândola


No dia 07 de Janeiro, Solenidade da Epifania (Reis), teremos, a concluir este Tempo de Natal, pelas 10h30, na nossa Igreja Matriz, o Grupo Coral e Etnográfico de Grândola, que nos proporcionará, decerto, momentos agradáveis, ao som do Cante Alentejano, declarado Património Imaterial da Humanidade pela Unesco.

Contamos consigo. Venha e traga companhia.



quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

A propósito do Dia Mundial dos Pobres


O Papa Francisco não deixa de nos surpreender com as suas iniciativas e, sobretudo, pela sua forma autêntica de ser, de viver e de transmitir aquilo em que acredita e propõe, antes de mais aos cristãos, mas também a todos os que quiserem acolher os seus desafios. Não tenho dúvidas em afirmar, que este é o Papa certo para o tempo em que vivemos, apesar dos "Velhos do Restelo", dentro e fora da Igreja, dizerem o contrário. Deus não deixa de nos dar sinais sobre qual o caminho a trilhar pela Igreja e por este Mundo em que nos integramos. Como diz Jesus no Evangelho: "Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça!"

Este é um Mundo cheio de contradições e onde a indiferença, como o Papa tanto insiste em afirmar, continua a ser um dos grandes males, que nos anestesia e torna incapazes de estar atentos e de fazer algo em favor do próximo, sobretudo, daquele que pelas circunstâncias da sua vida, mais precisa de ser reconhecido, apoiado, defendido, valorizado. O Papa tem conseguido fazer isso, não porque tenha nas suas mãos a solução dos grandes problemas que nos afectam, mas, porque com as suas chamadas de atenção, as suas propostas e os seus gestos proféticos, inesperados, impensados por tantos e até arriscados, insiste em nos arrancar do sofá da passividade e do egoísmo, em que comodamente nos estendemos, sem querer saber do que nos rodeia. Ele é tantas vezes um aguilhão para as consciências anestesiadas de tantos neste Mundo.

Por sua vontade, foi instituído o Dia Mundial dos Pobres, que celebrámos no passado dia 19 de Novembro. Este dia pretende alertar-nos para o drama, o escândalo da pobreza, ou melhor, das diversas pobrezas, que são uma autêntica espada que fere e nos incomoda e não deve ser escondida, antes exige respostas que se multipliquem e globalizem. Lembro-me, a este propósito, que há alguns anos, aquando do Tsunami, o Papa João Paulo II lançou um apelo ao Mundo, insistindo na necessidade de globalizar a solidariedade para com os povos e nações atingidas. Creio que as provocações constantes do Papa Francisco poderiam e deveriam ter este mesmo efeito sobre os cristãos, nomeadamente católicos, mas também sobre tantos homens e mulheres de boa vontade que os há e não são poucos. É preciso erradicar a pobreza e há condições para que isso aconteça, desde que haja vontade e respostas que lhe dêem corpo.

Ao reflectir no que poderia ser feito neste campo, fico pensativo e preocupado quanto ao futuro das nossas sociedades, sobretudo ocidentais, ao perceber como se despendem tantas energias na defesa de interesses de pequenos grupos de pressão, que por terem muitos meios e acesso aos grandes mass media, fazem valer as suas opiniões e pretendem impor-nos uma espécie de colonialismo cultural, como o Papa Francisco tantas vezes afirma. Por outro lado e paradoxalmente, dá a impressão de tantas vezes se pretender pas·sar uma esponja sobre a realidade da pobreza e das pobrezas desta Casa Comum, quando seria possível erradica-la e vencer tantas misérias, assim houvesse mais vontade política e compromisso em lutar, de facto, pelos mais pobres e mais pequenos, e por aqueles que não se podem defender, porque a sua voz não é ouvida, pois nem têm sequer acesso aos grandes púlpitos da actualidade.

Neste Mundo em que vivemos, creio que falta autêntico humanismo, mas é preciso não baixar as mãos e continuar a apostar nas novas gerações, pois, não esperemos colher onde não se semear, e a formação das pessoas é uma tarefa ingente e essencial. São também necessários novos líderes que, não se limitem a tomar medidas avulsas para serem objecto das primeiras capas, em certa comunicação social, e não se contentem com o politicamente correcto, mas sejam capazes de assumir o compromisso de tornar verdadeiramente mais humano, solidário e fraterno este Planeta em que vivemos.

Que o exemplo do Papa Francisco seja uma interpelação e uma luz que vale a pena seguir por todos, sem excepção, e toque igualmente aqueles que, dentro da Igreja, estão mais preocupados com o poder e o prestigio, nas influências, a aparência e a pompa, do que em viver a radicalidade do Evangelho.


in Ecos de Grândola, nº 308, 08 de Dezembro de 2017



quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Oferta de quadro a óleo da Igreja Matriz de Grândola


O Engenheiro António Gamito Chaínho ofereceu, à Paróquia de Grândola, um quadro a óleo com a Igreja Matriz de Grândola.

O nosso muito obrigado!




sábado, 9 de dezembro de 2017

Vandalismo


Num curto espaço de tempo, pela terceira vez as instalações do nosso Salão Paroquial, na Travessa das Baptistas, foram vandalizadas.

Recordamos que neste espaço: decorre a Catequese de todos os nossos grupos, por onde passam semanalmente mais de 200 crianças, adolescentes e jovens; os nosso Escuteiros desenvolvem aí as suas actividades, mobilizando largas dezenas de crianças, adolescentes e jovens; as nossas Conferências Vicentinas apoiam mais de 150 Famílias carenciadas, de forma habitual; decorrem as aulas de guitarra portuguesa do Mestre Chaínho; ensaia a Tuna da Universidade Sénior de Grândola, etc.

No primeiro acto de vandalismo, saltaram o muro, e forçaram duas fechaduras, que tiveram de ser substituídas; no segundo, arrancaram um tudo de PVC das descargas de água; no terceiro, que decorreu esta noite (09 de Dezembro), arrancaram e partiram os tubos da descarga de água, arrancaram as portas da máquina de ar condicionado, que também dá a impressão de ter sido alvo de uma tentativa de roubo. Ficam algumas imagens deste acto.

Lamentamos estas situações, cada vez mais frequentes e esperamos que, quem de direito, actue. Deste último acto foi feita participação à GNR.





quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

As pessoas de boa vontade



O papa João XXIII, numa das suas encíclicas mais emblemáticas, “Pacem in Terris” (1963), incluiu, pela primeira vez, entre os destinatários de um documento deste género, “as pessoas de boa vontade”.

Tal expressão constituiu uma viragem coperniciana, consolidada no Concílio Vaticano II. A Igreja abriu-se ao Mundo, reconhecendo o que de bom nele existe, sem esquecer, o mal e o pecado. Tudo o que é humano lhe interessa e, por isso, assumindo uma postura próxima e humilde, ela está disponível para contribuir na edificação deste Mundo, que Deus ama, e deseja mais justo, fraterno e solidário, e, simultaneamente, está recetiva para receber e aprender com ele.

Esta expressão do papa era reveladora da sua mundividência, fruto de vivências em diversos contextos políticos, sociais e religiosos, e constituiu um reconhecimento tácito da existência de tantos homens e mulheres extraordinários, cheios de humanidade, mesmo se neles não habita a semente da fé. Desafio os nossos leitores a pegarem no n.º 16 da Lumen Gentium, do Concílio Vaticano II, do qual citarei alguns trechos: Depois de falar do respeito que nos merecem os nossos irmãos mais velhos na fé, os judeus, o documento refere-se ao islamismo. De seguida, valoriza a proximidade “daqueles que buscam, na sombra e em imagens, o Deus que ainda desconhecem (…),” mas que quer que “todos os homens se salvem”. Muitos deles procuram “a Deus com coração sincero”, e esforçam-se, “por cumprir a Sua vontade, manifestada pelo ditame da consciência, (…)”.  Mas Deus não exclui, sequer, aqueles que “sem culpa não chegaram ainda ao (seu) conhecimento explícito”, mas se esforçam “por levar uma vida reta”. Estes são os homens e mulheres de boa vontade, e há tantos espalhados por este Mundo e pelo nosso Alentejo!

Que nós cristãos não nos esqueçamos que o Cristianismo é um humanismo aberto à transcendência, dizia-nos o papa Bento XVI, e que o amor ao próximo é condição e exigência do autêntico amor a Deus.


Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário
in Diário do Alentejo, 07 de Dezembro de 2017