domingo, 25 de agosto de 2019

Para quando o fim deste flagelo?


É confrangedor, ao percorrer as estradas do nosso País, encalhar nos efeitos dos incêndios que pululam de Norte a Sul e deixam uma marca de tristeza, de negro, de horror, nas belas paisagens deste "Jardim à beira-mar plantado". Muitas vezes dou comigo a perguntar: mas porquê? Porque seremos um dos mais martirizados países, comparativamente com a Espanha ou com os demais países da União Europeia?

Não me sinto preparado para dar respostas, mas pretendo, tão só, deixar algumas perguntas, daquelas que me incomodam e que neste período faço com mais pertinência e insistência.

Também me preocupa que se fale tanto do tema neste período e depois, a maior parte do ano, reine o silêncio e o esquecimento, ou o oportunismo e as estratégias político-partidárias.

Pelos mesmos motivos, não concordo que se torne esta questão uma arma de arremesso político, porque nesta como noutras questões, é imperioso um acordo transversal e uma programação que não se esgote numa Legislatura. É preciso pensar mais longe e mais alto e acautelar o futuro já hoje, enquanto ainda podamos decidir e inverter processos, pois esta é uma das possibilidades que os meios ao nosso dispor nos permitem. É evidente que os incêndios destroem, às vezes de forma irremediável, um património extraordinário, pois, a quantidade de hectares ardidos todos os anos ameaça, de facto, alterar a face do nosso Portugal, sendo imprevisíveis as suas consequências a vários níveis. É claro que os incêndios acabam por ter consequências nas alterações climatéricas, de que tanto se fala nos nossos dias.

quem defenda que, perante a realidade dos incêndios, seria de repensar, disciplinar, restruturar a floresta no nosso País. Não me manifesto, pois considero-me um leigo nestas questões. O que me parece evidente, é que nada deveria ficar na mesma, sendo, antes necessário daí retirar lições e consequências para o futuro.

Existe um ditado que todos conhecemos e que deveríamos prevenir-nos, para que ele não se tornasse realidade: "depois de casa arrombada, trancas na porta'. O povo tem muitas vezes razão na sua sabedoria secular e comprovada na realidade.

Nestas linhas segue também uma mensagem de solidariedade para com os nossos Bombeiros e para com todos aqueles que, com o risco da própria vida e segurança, combatem, antes, durante e depois; os incêndios.

Como cristão, dou graças a Deus por vós e peço-Lhe que vos proteja.

in Ecos de Grândola, nº 327, 12 de Julho de 2019