Quando se entra por este caminho é fácil perder a objectividade, e construir projectos onde só o subjectivismo conta e serve de critério. Quem procura agir objectiva e subjectivamente de forma correcta, percebe o perigo aqui subjacente, pois é efectivo o risco de pintar tudo segundo os nossos critérios. Vale tudo: mentir, omitir, falsear dados, estatísticas, etc.
Este tipo de processos não deve servir para ninguém, cristãos incluídos. A verdade deveria ser a bússola que norteia a navegação da nossa vida e ninguém está acima dela. O apóstolo e evangelista João, diz que só a verdade liberta e, por isso, só seguindo por ela temos a certeza de percorrer caminhos seguros e autênticos. Verdade e liberdade são, aliás, um binómio que não deveria ser separado, sob pena de nos afundarmos no pântano dos “ismos”: individualismos, relativismos, subjectivismos…
Vêm estas palavras a propósito das discriminações e ataques que se têm abatido sobre muitos cristãos, não apenas nos habituais lugares de conflito, mas também em alguns países ocidentais, onde minorias com fortes apoios económicos, institucionais e mediáticos, não olham a meios para atingir os seus fins. Se a Igreja e os cristãos erram, merecem ser criticados e corrigidos, mas não se inventem razões quando elas não existem, em nome, pelo menos, da honestidade intelectual, da liberdade e da verdade.
Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário
in Diário do Alentejo, nº 1664, 14 de Março de 2014