m 1959, em Roma, na Basílica de S. Paulo Extra-Muros, o Papa e Santo João XXIII anunciava, aos católicos e também aos "homens e mulheres de boa vontade", expressão pela primeira
vez incluída na Encíclica "Pacem in Terris", a convocação do Concílio Ecuménico Vaticano
II.
Oxalá fôssemos capazes de seguir os ensinamentos e exemplos do atual Papa Francisco, verdadeira fonte inspiradora para tantos homens e mulheres, mesmo não-cristãos.
Entre 1962 e 1965,
reuniu-se a maior
assembleia de bispos
de sempre, assessorada por uma plêiade de teólogos, clérigos e leigos, com a presença de representantes de igrejas cristãs
e de religiões não-cristãs. A Igreja procurava deste
modo renovar-se interiormente e abrir-se ao Mundo, para lhe anunciar
a boa nova de Jesus. Durante estes anos produziram-se, e estão disponíveis em
todas
as línguas, um manancial
de documentos fundamentais, que continuam, infelizmente, a ser desconhecidos para muitos católicos.

Os documentos são de três tipos:
constituições (os mais
importantes): Lumen Gentium (sobre a Igreja), Dei Verbum
(Revelação Divina), Sacrosanctum Concilium (liturgia) e Gaudium et Spes (Igreja no mundo contemporâneo); decretos e declarações. Os decretos e as declarações versam temáticas transversais, de âmbito intra-eclesial, e também ecuménico, inter-religioso e de diálogo com o Mundo.
Para dar seguimento ao concílio, temos tido papas extraordinários, cada um providencial para o seu tempo.
Oxalá fôssemos capazes
de seguir os ensinamentos e
exemplos do atual Papa Francisco, verdadeira fonte inspiradora para tantos homens e mulheres, mesmo não-cristãos.
O concílio continua
a desafiar a Igreja a incarnar-se num Mundo
em mudança, no qual ela deve ser: "sal, luz e fermento".
Concluo, por isso, com uma das mais belas páginas da Gaudium et Spes: "As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias
dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem,
são também as alegrias
e as esperanças, as tristezas
e as angústias dos discípulos
de Cristo; e não há realidade
alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração"(n.º 1).
Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário
in Diário do Alentejo, 14 de Setembro de 2018