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Agência Ecclesia |

Esta
afirmação reflete a convicção da Igreja de que ninguém
está acima da verdade, que todos a devemos procurar
e a ela aderir, pois,
como diz o apóstolo e evangelista S. João: "Só a verdade liberta. Só nela, com efeito, é possível construir solidamente, não devendo, pois, ser mascarada, adocicada e, muito menos, escondida. Isto
serve para todos,
Igreja incluída.
A
adesão à verdade
desafia a Igreja
permanentemente a renovar-se, pelo regresso às fontes, ao evangelho de Jesus, que veio "para servir e não para ser servido", e para
salvar cada homem
real, concreto, histórico
(João Paulo II, Encíclica Redemptor
Hominis).
Longe vão, pois, os tempos do provérbio: "Bem prega frei Tomás, faz o que ele diz, mas não faças o que ele faz". Hoje,
graças a Deus, temos uma Igreja mais próxima, acolhedora, "em saída", ao encontro das "periferias",
qual "tenda de campanha" no meio do sofrimento humano, que condena o pecado mas é misericordiosa com o pecador,
propondo a utopia
de caminhos novos para todos quantos
aspirem a uma vida melhor, que é possível
e que Deus quer.
Como cristão,
apoio sem reservas
o papa Francisco neste
seu esforço, por
uma Igreja mais simples, transparente, despretensiosa. Ele dá o exemplo: não só fala de pobreza, mas vive-a; reside
na Casa de Santa Marta
e não nos palácios
apostólicos; veste e calça
com simplicidade; desloca-se em viaturas comuns;
protagoniza gestos, às vezes desconcertantes para um papa,
mas profundamente humanos, etc..
Uma Igreja
que não encarne
nas realidades deste
mundo,
que não ame esta humanidade, que
não faça suas
as justas aspirações dos homens e mulheres do nosso tempo,
é uma Igreja condenada a tomar-se seita,
fechada sobre si própria, qual
peça de museu,
carcomida, cheia de pó e teias
de aranha, condenada a desaparecer.
Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário
in Diário do Alentejo, 23 de Novembro de 2018