Como tive ocasião de referir noutras ocasiões, acredito que, para além dos critérios humanos e das possíveis leituras a que eles se possam prestar, a Igreja é conduzida por Deus. É d´Ele que vem a sua razão de ser e a força que a renova e a faz reinventar-se e ressurgir de novo, cheia de vida e de pujança, depois de crises que, tantas vezes, a ameaçaram destruir, ou pelo menos, condenar a um lento descrédito e consequente agonia.
Sou um optimista-realista e, por isso, creio que a Igreja ainda tem muito a dar a este Alentejo e ao Mundo em que nos integra- mos, não como quem sabe tudo e se dirige aos homens partir da sua Cátedra, mas antes, pelo contrário, como quem, à maneira de Jesus, está entre os homens para servir e dar humildemente o seu contributo, para que esta terra seja mais humana e solidária, e todos, sem excepção, se sintam acolhidos, queridos, filhos e irmãos, nesta Casa Comum, que é possível ser melhor.
Creio que o nosso futuro Bispo, D. João Marcos, nos poderá ajudar a fazer este caminho com redobrado entusiasmo, e também creio que as planuras do Alentejo e os sinais de revitalização e transformação desta terra transtagana, o inspirarão a pintar com cores mais belas e desafiadoras um destino comum a que Deus nos ligou.
Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário
in Diário do Alentejo, nº 1702, 05 de Dezembro de 2014