domingo, 25 de dezembro de 2011

A liberdade de poder celebrar o Natal

O Pe. Manuel António Rosário, pároco de Grândola, iniciou a Eucaristia dominical, de hoje, referindo que apesar da crise, felizmente ainda temos a liberdade de, ao contrário dos fiéis de muitos países, ainda podermos celebrar o Natal sem perseguições.

Numa clara demonstração desse facto, o jornal diário Correio da Manhã, na sua versão online de hoje, notícia isto:

Nigéria: Explosão em igreja católica mata pelo menos dez


A explosão de uma bomba no interior de uma igreja católica durante a noite de Natal fez pelo menos dez mortos na Nigéria. O atentado ainda não foi reivindicado, mas as autoridades desconfiam dos fundamentalistas islâmicos do grupo Boko Haram, responsável por outros ataques aos católicos, que são cerca de metade dos habitantes do país africano. 

A igreja de Santa Teresa, situada em Madalla, a 40 quilómetros da capital Abuja, estava cheia de fiéis no momento da explosão, o que contribuiu para tornar o atentado mais mortífero. Segundo a Reuters, os serviços de emergência não tinham ambulâncias suficientes para transportar todos os mortos e feridos.

As autoridades formaram um cordão de segurança em torno do local e tentaram dispersar dezenas de jovens que, logo a seguir ao ataque, tentaram bloquear a auto-estrada que liga Abuja ao norte da Nigéria, onde a maioria da população é muçulmana.

A intolerância religiosa na Nigéria tinha provocado 32 mortes na véspera de Natal de 2010, sendo esse o balanço de vários atentados bombistas.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Sino centenário ocupa seu lugar na torre sineira

Um sino construído em 1793, há muito afastado das actividades para que foi construído, foi restaurado no Verão passado, mas desde essa altura aguardava que existissem as condições necessárias para a sua colocação na torre sineira da Igreja Matriz de Grândola.
Graças a um subsidio específico da Caixa de Crédito Agrícola da Costa Azul, e ao indispensável apoio em equipamento e pessoal da Câmara Municipal de Grândola, foram reunidas as condições necessárias e esta semana ele ocupou o seu lugar.
Desta forma a torre sineira da Igreja Matriz de Grândola encontra-se totalmente preenchida de sinos, sendo um deles quase tão ancestral como o que foi reparado, pois data de 1828, sendo por isso certamente alvo de restauro a curto prazo.
Os outros dois sinos já são bem mais recentes pois datam de 1988.

Igreja Matriz de Grândola Monumento de Interesse Público

Foi proposta pela Câmara Municipal de Grândola em 1992, a classificação da Igreja Matriz de Grândola, como Monumento de Interesse Público, decorrendo neste momento, junto do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, a consulta pública para a sua classificação.

Foi publicado no Diário da República, 2ª Série, Nº 216, de 10 de Novembro de 2011, o Anúncio n.º 16470/2011, de 31 de Outubro, que respeita à Consulta Pública relativa à classificação como Monumento de Interesse Público (MIP) da Igreja Matriz de Grândola, freguesia de Grândola, concelho de Grândola, distrito de Setúbal, e à fixação da respectiva zona especial de protecção (ZEP).
 

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Ainda a crise... e a verdade

Já por várias vezes fiz da crise tema destas minhas crónicas e, de novo, volto à questão por considerar que é assunto merecedor da maior atenção, pela sua grande actualidade e importância. Juntarei, contudo, um outro ingrediente sobre o qual, com alguma frequência, gosto também de me debruçar e reflectir: a verdade!

Juntei estas duas temáticas na presente crónica, porque me parece que entre elas há uma ligação profunda, pois não podem existir dúvidas da parte do cidadão comum sobre a verdade da crise e a necessidade objectiva das medidas implementadas ou a implementar. Com efeito, se o cidadão compreender a realidade da Crise e os cenários futuros que se desenharão, se não houver uma inversão de trajectória, e se não duvidar que as medidas, algumas drásticas, que importa tomar são fruto duma decisão amadurecida e baseada na verdade, aceitará com sacrifício mas com convicção as restrições que tiverem de ser implementadas.

A dúvida, a suspeição, desmobilizam e podem gerar um ambiente totalmente adverso à confiança e à responsabilidade para mudar comportamentos, assumir novas posturas, e prescindir de direitos e regalias, em favor de um bem maior.

Embora as respostas à Crise não sejam unívocas e a amplitude das respostas possa ser muito variada, uma das certezas que parece consensual é que ela, crise, é real, as suas consequências atravessam transversalmente todos os sectores da nossa vida, tem de ser enfrentada com determinação e a sua superação exige de todos um esforço comum e persistente.

Nesta linha penso ser correcta a percepção e a exigência de que, nas devidas proporções, as medidas devam comprometer todos os cidadãos e instituições, a começar pelos detentores dos cargos políticos. A superação da crise exige, pois, de quem governa ou gere uma atitude de transparência e de sentido de serviço, que ajude a debelar a desconfiança (muitas vezes fundamentada) de que não há preocupação com as pessoas e o bem comum, mas tão só interesses, particulares ou de grupo, que se manifestam no aumento exponencial da riqueza daqueles que passam pelos governos e pelas empresas com as quais o Estado tem uma relação privilegiada.

Escutemos a este propósito a voz profética e clarividente de S. Tomás de Aquino que, já no Século XIII, reclamava: "na política os melhores!" A crise exige, efectivamente, políticos e gestores que procurem viver na verdade e que mereçam a nossa confiança e adesão, mas exige também que todos nós cidadãos vivamos na verdade, e na verdade encontremos caminhos para sair da crise e construir um futuro mais consistente e radioso para os próximos anos e para as gerações que nos sucederão.

A nossa história secular prova do que fomos capazes em situações bem mais difíceis do que esta. Basta regressarmos às primeiras décadas do Século XX, para compreendermos que, se fomos capazes de superar o estado caótico a que chegámos nesse período, decerto teremos capacidade de superar esta crise e outras que possam vir a declarar-se num futuro mais próximo ou remoto.

Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário
in Ecos de Grândola, nº 236, 09 de Dezembro de 2011

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Crise e contenção

Como tem sido minha prática nestes artigos que, com muito gosto, vou partilhando com os nossos leitores nas páginas do ECOS, não pretendo envolver-me em questões que considero de carácter estritamente político ou político-partidário. É o que também farei neste artigo.

A Crise é hoje um tema incontornável nestes tempos conturbados que se vivem em Portugal, na União Europeia e neste nosso Mundo. Quer queiramos, quer não esta é a nossa realidade e é com ela que temos de lidar. Como atrás afirmei, não entrarei na análise das medidas da Troika, do Governo ou das propostas das Oposições. O que me importa é, sobretudo, manifestar a minha convicção de que esta é uma ocasião soberana para revermos as nossas prioridades, as opções que temos vindo a fazer e, se quisermos ir mais longe, para nos interrogarmos sobre o modelo de desenvolvimento e de sociedade que têm vindo a ser implementados no nosso país e nos demais países.

Decerto há muitos valores e opções acertadas, que, por isso, não discuto, e que aceito mas, como cidadão e como cristão, considero que se tem seguido por caminhos com os quais não concordo, e, mais, estou convicto de que são errados e geradores de falsas esperanças e de opções anti-humanas. Passo a apresentá-los em jeito de tópicos, para não ser muito fastidioso, apontando, simultaneamente, valores e princípios que julgo alternativas mais credíveis:
  1. O modelo de desenvolvimento não tem colocado as pessoas no centro das suas preocupações, nem tem contribuído para um crescimento harmónico na Sociedade, mas antes tem arrastado para um fosso, que cada dia cresce entre cidadãos do mesmo país, isto para já não me referir às diferenças abissais entre Estados;
  2. A vida e a dignidade do ser humano devem ser os valores primeiros que importa defender e promover, sobretudo, daqueles que têm menos capacidade de se manifestarem: crianças, idosos e doentes;
  3. É preciso promover a verdade e a transparência no modo de vida, a começar por aqueles que têm mais responsabilidades, para que não se crie a sensação de que há várias classes de cidadãos e que a alguns tudo é permitido, sem limites, e na completa impunidade;
  4. O Estado deve renovar-se e convencer os cidadãos de que é "uma pessoa de bem", o mesmo se diga dos políticos, pois não é essa a opinião que neste momento os cidadãos deles têm;
  5. Não podemos viver acima das nossas possibilidades, criando necessidades que não existem e transmitindo a ideia, segundo a qual, para se Ser é preciso Ter e/ou Parecer;
  6. O individualismo e o egoísmo não podem ser promovidos como ideal de vida, sob pena de se perder a noção de que o bem comum é um valor maior e prioritário em qualquer sociedade;
  7. A solidariedade é um apelo constante a não nos esquecermos da responsabilidade pela nossa "casa comum", e a vencermos a tentação de nos esquecermos de que somos irmãos, logo, responsáveis uns pelos outros, em especial, pelos mais pobres e desamparados;
  8. A família não pode ser marginalizada, propondo outros modelos cuja consistência e consequência são imprevisíveis, nem os filhos devem ser considerados um peso, pois sem crianças não há futuro, nem esperança;
  9. O facilitismo e a recusa do sacrifício não podem ser as bandeiras da modernidade e da actualidade, pois sem espírito de renúncia e compromisso nada se constrói de consistente;
  10. O subjectivismo e o relativismo não podem ser lei, sob pena do individualismo se tornar rei, e de perdermos as referências essenciais que nos permitirão discernir o bem do mal.
Decerto muito mais haveria para dizer, mas, ficará para um próximo artigo. Entretanto, não nos esqueçamos de que Crise "rima" com contenção, com sobriedade, com mudança!

Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário
in Ecos de Grândola, nº 235, 11 de Novembro de 2011

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O futuro passa pela escola

Iniciou-se um novo Ano Escolar e com ele a esperança renovada para muitas crianças, adolescentes, jovens, para as suas famílias, e, certamente, para toda a sociedade, que tem os olhos postos na Escola.

Como não estou em condições de me pronunciar sobre questões específicas que afectam a educação em Portugal, ficar-me-ei tão só pela afirmação de um princípio que se me afigura fundamental: a maior riqueza de um país são as pessoas, e é na Escola que se lançam as bases e se criam as condições para que todo este potencial se desenvolva e frutifique.
 
No nosso país a questão da Educação, pela sua importância e actualidade, deveria gerar consensos para além de uma legislatura, e fazer convergir para um grande projecto educativo nacional, professores, alunos, pais, o Estado e todas as forças vivas da comunidade. Tal só será, porém, possível se se colocar acima de tudo o bem comum, se abandonarem interesses corporativos e tentativas de politização da educação. Para o bem da educação, e do país, devia também evitar-se toda e qualquer forma de crispação e instabilidade.
 
Há, no entanto, um valor que não foi devidamente implementado no nosso país, apesar do 25 de Abril: refiro-me à liberdade de educação. O Estado não deveria sufocar o Ensino Particular e Cooperativo, mas antes criar as condições para um autêntica liberdade de escolha, sem penalizações, mas também sem favores, apostando sim no rigor, na competência, na excelência e nos resultados.
 
Diz a realidade que há países com imensas riquezas, mas sem pessoas, em número e qualificação, para gerar desenvolvimento a partir desses recursos endógenos. Para não ferir susceptibilidades não cito nomes. Pelo contrário, existem outros, que, apesar de serem possuidores de poucas matérias-primas, apostaram na formação e valorização das pessoas e, foram, por isso, capazes de tirar partido dessa mais-valia, fazendo triunfar verdadeiros projectos de desenvolvimento e de criação de riqueza. Cito apenas dois casos: o Japão e a Suíça. Recordo a este propósito as palavras dirigidas pelo Papa Paulo VI, nos anos 60, à Assembleia Geral das Nações Unidas: há, disse o Papa, uma pobreza por muitos esquecida: o analfabetismo. O analfabeto, continuou o Papa, é um espírito subalimentado, a quem importa responder e saciar.
 
Para a Igreja é óbvio que o verdadeiro desenvolvimento está centrado nas pessoas: daí que a Escola ocupe neste projecto um lugar único e insubstituível. Sem ela não é possível lançar as bases de um desenvolvimento que envolva "o homem todo e todo o homem" (Paulo VI).
 
Um bom Ano Lectivo.
 
Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário
in Ecos de Grândola, nº 234, 14 de Outubro de 2011

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Nicho a Nossa Senhora da Penha

Construído à cerca de meio século, fruto de um peditório angariado pelas alunas do colégio pertencentes à Mocidade Portuguesa, este nicho situado na estrada N120 de Grândola para Santiago do Cacém, terá sido inaugurado pelo Pe. Almeida, à altura professor do colégio, tendo como orago do nicho Nossa Senhora dos Caminhos.

Durante muito tempo foram as alunas do colégio as responsáveis pelo seu cuidado, mas fruto dos tempos o nicho foi caindo no esquecimento, acabando quase em ruínas, tendo então o Pe. Guerreiro promovido a sua reconstrução.

Apesar dos cuidados à altura prestados pelo movimento Mensagem de Fátima, o nicho era frequentemente vandalizado.

Urgia a recuperação do mesmo, coube desta feita ao Pe. Manuel António reunir os apoios necessários à sua recuperação tendo como orago Nossa Senhora da Penha, padroeira do concelho.