A raiz de alguns extractos de "La infancia de Jesús" (Planeta)
CEU, 22 de Novembro de 2012 às 13:18
O Papa reza ante a manjedoura
(CEU).- Em relação a alguns dos extractos do último livro de Bento XVI que se foram divulgados, a professora de História da Arte da Universidade CEU São Paulo, Sirga de la Pisa, recorda que "Os Evangelhos são breves ao narrar a realidade histórica do nascimento de Jesus, pelo que a tradição acrescenta informação que complementa desde um ponto de vista humano o momento do nascimento do Menino em Belém".
Assim, assinala que "o boi e a mula estão mencionados no Evangelho Apócrifo do Pseudomateo, texto não considerado canónico pela Igreja, escrito no século VII por um autor desconhecido". Relaciona-o com a profecia de Isaías (1, 3) ‘o boi reconhece o seu dono e o burro a manjedoura do seu amo: mas Israel não me reconhece, e o meu povo não entende a minha voz'. Alude assim ao humilde e pobre nascimento do Filho de Deus ignorado por quase todos.
Assim, assinala que "o boi e a mula estão mencionados no Evangelho Apócrifo do Pseudomateo, texto não considerado canónico pela Igreja, escrito no século VII por um autor desconhecido". Relaciona-o com a profecia de Isaías (1, 3) ‘o boi reconhece o seu dono e o burro a manjedoura do seu amo: mas Israel não me reconhece, e o meu povo não entende a minha voz'. Alude assim ao humilde e pobre nascimento do Filho de Deus ignorado por quase todos.
A professora de la Pisa recorda que os textos apócrifos "não pretendem ser históricos mas sim que respondem à curiosidade popular que queria conhecer a vida quotidiana da Sagrada Família em todos os seus detalhes. São portanto uma fonte fundamental para a arte cristã e de facto determinam a imagem que todos temos na nossa mente do Nascimento de Jesus de Nazaré".
Além disso o boi e a mula segundo uma "interpretação simples e humana" dariam calor ao pobre lugar onde teve lugar o parto de Maria. "Em algumas pinturas inclusive se pode ver o bafo da respiração dos animais colocados próximo do Menino", acrescenta.
De la Pisa assinala que "na arte posterior ao Concilio de Trento (1545-1563) tenta-se evitar os detalhes procedentes dos apócrifos por considerar-se não fidedignos ainda que a tradição continue procurando esta informação até hoje em dia".
Além disso no caso do boi e a mula, a professora de História da Arte da Universidade CEU São Paulo recorda que o número dos magos do Oriente apresenta a mesma situação quanto à sua origem. "Os Evangelhos não mencionam quantos eram pelo que a iconografia apresenta diferentes versões até que se associa com o número de presentes que estão mencionados na Bíblia. O ouro, incenso e mirra determinam finalmente quantos magos visitaram o Menino em Belém e aludem respectivamente à realeza de Cristo, à sua divindade e à sua morte na Cruz, já que a mirra se usava para embalsamar. São exemplos da função da arte cristã que nos mostram Jesus de Nazaré, o Filho de Deus feito homem".