Ela é ainda intemporal, e uma espécie de antivírus que nos permite, em cada tempo e circunstâncias, buscar forças e encontrar o caminho certo, quando tudo parecer perdido, estagnado, exangue.
Esta virtude urge ser cultivada, para crescer e nos iluminar, à medida que o tempo passa e as solicitações aumentam.
Os tempos que vivemos, fruto da pandemia, são um autêntico desafio ao exercício da esperança, sobretudo, quando nos vemos assolados por esta espécie de “montanha russa”, do ‘best…a best’, do tudo ou nada, numa intermitência estonteante.
Na verdade, no meio de tantas incertezas, incongruências, e outras falhas, para além da orientação clara de quem nos governa, é necessária uma boa dose de esperança, que nos torne mais estáveis e assertivos.
Como cristão acredito também que a esperança nos abre ao horizonte da eternidade, nos torna mais fortes diante das adversidades, nos permite relativizar os pseudo-absolutos deste mundo, abrindo diante de nós uma clareira de transcendência que, não sendo obrigatória, pode preencher um vazio que existe no coração humano. Recordo a propósito uma frase do Papa Emérito Bento XVI: “O cristianismo é um humanismo aberto à transcendência”.
A esperança é uma espécie de irmã gémea da fé, e, apesar de não se confundirem, ambas necessitam da liberdade e da democracia para crescerem e, como árvores frondosas, darem fruto. Este pensamento é tanto mais oportuno quando estamos a celebrar os 20 anos da promulgação da Lei da Liberdade Religiosa (22-06-2021).