domingo, 21 de julho de 2019

Mais uma Festa da Penha, no coração da Páscoa


Já vem sendo uma tradição consolidada, a Festa em Honra de Nossa Senhora da Penha, Padroeira secular do povo de Grândola, e este ano não foge à regra: iniciamos as celebrações no dia 04 de Maio e terminamo-las no dia 31; quase um mês de Festa.

Nestes dias intensos, há uma programação variada e que abrange todas as áreas e dimensões da vida humana: Procissões, Missas, Espectáculos Musicais (com vários estilos), Caminhadas, Cortejos, e muita muita alegria... e fé. Sim, Grândola, apesar das contingências da história, nunca esqueceu nem abandonou as sua raízes cristãs.

A Festa, e a Festa da Penha em especial, tem uma missão importante na nossa vida, ao convidar-nos a lembrar as nossas tradições, a mantermo-nos ligados às gerações que nos precederam, a não esquecermos a nossa identidade e, ao mesmo tempo a quebrar as rotinas, a sermos criativos e a desinstalar-nos dos ritmos habituais. Tudo isso tem acontecido nos anos anteriores e, por isso, é de esperar que também este ano a Festa seja esse e congregador de pessoas e instituições, gerando laços cada vez mais profundos entre nós todos.

Por outro lado, a Festa acontece em pleno coração da Páscoa, a Festa por excelência dos cristãos, e celebrar a Páscoa, é recordar a vitória da vida sobre a morte, reafirmando a certeza de que a nossa vida tem um sentido, o qual se encontra em Deus, Aquele a quem podemos chamar Pai. Nossa Senhora foi também testemunha da Ressurreição e, ao longo destes dois mil anos, sempre os cristãos encontraram formas de manifestar a Maria a sua grande admiração e de olhar para Ela como modelo a quem seguir, na certeza de que, por Ela, nos dirigimos para a Casa do Pai.

A Páscoa é também tempo de passagem, de reconciliação e, por isso, aqui fica um desafio: procuremos reparar as feridas abertas em tantas relações familiares, sociais e profissionais, e dêmos passos concretos no caminho da superação destas situações, geradoras de tanto sofrimento. Às vezes bastaria, tão só um acto de humildade, reconhecendo cada um as suas falhas, para tudo se alterar. Porque não tentar? A atitude de Maria, sempre fiel e atenta à vontade de Deus, é bem um exemplo a seguir, Ela que o Concílio Vaticano II proclamou como Mãe e Modelo da Igreja.

Boas vivências pascais e da Festa da Penha.

in Ecos de Grândola, nº 325, 10 de Maio de 2019