domingo, 9 de dezembro de 2012

Cresceu numa família católica

Martin Freeman, de «O Hobbit»: «Sou uma das poucas pessoas que conheço que crê em Deus»

O actor britânico estudou com os salesianos. Jesus foi a sua «primeira pedra de toque moral», e a sua história, «a maior jamais contada».

Actualizado 7 Dezembro 2012

Mar Velasco / ReL

O quotidiano do seu aspecto, a sua estatura, a sua voz, caracteriza muitos dos papéis que interpretou. Martin Freeman faz da quotidianidade uma arte, e a melhor prova desta habilidade é o papel de Bilbo Bolsón, o célebre “Hobbit” protagonista da história de J. R. R. Tolkien, que lhe deu o director Peter Jackson e que chegará nos próximos dias aos ecrãs de todo o mundo.

Freeman nasceu em 1971, em Aldershot, Hampshire, e é o mais novo de uma família de cinco irmãos. Com só 10 anos o seu pai, um oficial da marinha, morreu de um ataque ao coração. Quando morreu os pais de Freeman tinham-se separado.

Foi criado pela sua mãe, Filomena, como católico. De criança frequentou a escola Cardenal Newman e mais tarde foi aluno dos Padres Salesianos: “A minha primeira pedra de toque moral foi Jesus”, reconhece Freeman. “E ainda que a relação com a minha fé nunca tenha sido fácil – não sou o que se diz um católico praticante – sou uma das poucas pessoas que conheço que crê em Deus”, disse. “O filme Jesus de Nazaré de Zeffirelli, com o actor Robert Powell no papel de Jesus, foi a primeira encarnação de Jesus que vi. Eu tinha cinco anos, e recordo que pensei: é incrível, brilhante. Aquele filme me deixou absolutamente admirado”.


Desde muito jovem, a actuação foi a sua via de escape. Quando no Natal de 2009 estreou a comédia familiar Nativity!, afirmava: “A ideia de que o mais humilde será exaltado é, sem dúvida, uma grande ideia, por isso, quiçá, se diz que a vida de Jesus é a maior história jamais contada. É uma história com um começo realmente belo. Quando vemos um filme sempre nos pomos do lado do mais fraco. Pois bem, quem é Jesus senão o mais fraco? Sejas crente ou não, a sua história é a melhor lição sobre como há que ver o mundo, e o realmente difícil é aplica-lo ao dia a dia, ser cristão é realmente difícil”, assegura.

“Para mim a religião tem validade na medida em que traz boas ideias e coisas boas para oferecer aos demais, como por exemplo, a ideia da redenção, a de que é possível mudar, e mudar as coisas ao nosso redor”, reconhece. Uma ideia, a da transformação e a redenção, que supõe desenvolver melhor do que nada o mestre

Tolkien na história de O Senhor dos Anéis e a sua predecessora, O Hobbit. Quiçá não é a maior jamais contada, mas sim uma das maiores.


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