Padre Morgan Osborne
Era do Puerto de Santa María e neto do fundador das adegas Osborne. Sustentou economicamente os dois irmãos quando ficaram órfãos.
Actualizado 30 Dezembro 2012
José Antonio Fúster / La Gaceta / Suplemento Docs
A vida de John Ronald Reuel Tolkien é, como a de todos, um milagre. Mas a sua, um milagre documentado. Aos 2 anos, era um menino doente de futuro incerto. Aos 4, o seu pai morreu e a penúria obrigou a sua mãe, Mabel, a abandonar a África do Sul (Bloemfontein, “a cidade das rosas”) para voltar a Inglaterra, e o que é pior, aos subúrbios de Birmingham.
Quando John tinha 8 anos, Mabel enfrentou a sua família baptista e converteu-se ao catolicismo. Desamparada pelos seus, com o único auxílio do pároco, o padre Morgan (Francis Xavier Morgan Osborne), um padre galês a quem chamavam “tio Curro”, mas com um espírito que Tolkien descreveu como o de uma mártir pela sua fé, Mabel morreu pouco depois de diabetes e J.R.R. e o seu irmão Hilary ficaram ao cuidado de uma tia política de mau carácter durante quatro longos e obscuros anos até que Morgan os resgatou e os levou a viver numa pensão em Birmingham que servia de orfanato.
Sair da comarca
O padre de Cádiz (nascido no Puerto de Santa María e neto de Thomas Osborne Mann, o fundador das adegas) administrava os poucos bens dos Tolkien, e como vira que aqueles não bastavam, ia colocando do seu bolso o necessário para que pudessem estudar na King Edward’s School e depois em Oxford.
Foi naquela pensão-orfanato onde Tolkien se enamorou com loucura de Edith Mary Bratt, mas o sacerdote proibiu toda a comunicação entre os namorados até que J. R. R. cumprisse 21 anos. Tolkien obedeceu.
O tio Curro ajudou a cimentar a sua fé católica
Não é difícil conjecturar que o fez não só pela dívida impagável de gratidão que a sua pequena família havia contraído com o padre Morgan, mas sim porque durante aqueles anos, o tio Curro foi quem ajudou Tolkien a cimentar a sua fé católica, que chegou a ser, como asseguram os estudiosos da obra do escritor, o componente fundamental das suas posições ideológicas tão presentes nas suas obras (Tolkien moveu-se entre o conservadorismo e uma espécie de anarquismo anti totalitário e anti belicista).
Portanto, sem aquele padre de Cádiz, sem o dinheiro do vinho do jerez, sem a instrução católica recebida, nada nos teria chegado de Tolkien porque é muito possível que o jovem órfão que chegou a imaginar o hobbit jamais teria saído da comarca.
Era do Puerto de Santa María e neto do fundador das adegas Osborne. Sustentou economicamente os dois irmãos quando ficaram órfãos.
Actualizado 30 Dezembro 2012
José Antonio Fúster / La Gaceta / Suplemento Docs
A vida de John Ronald Reuel Tolkien é, como a de todos, um milagre. Mas a sua, um milagre documentado. Aos 2 anos, era um menino doente de futuro incerto. Aos 4, o seu pai morreu e a penúria obrigou a sua mãe, Mabel, a abandonar a África do Sul (Bloemfontein, “a cidade das rosas”) para voltar a Inglaterra, e o que é pior, aos subúrbios de Birmingham.
Quando John tinha 8 anos, Mabel enfrentou a sua família baptista e converteu-se ao catolicismo. Desamparada pelos seus, com o único auxílio do pároco, o padre Morgan (Francis Xavier Morgan Osborne), um padre galês a quem chamavam “tio Curro”, mas com um espírito que Tolkien descreveu como o de uma mártir pela sua fé, Mabel morreu pouco depois de diabetes e J.R.R. e o seu irmão Hilary ficaram ao cuidado de uma tia política de mau carácter durante quatro longos e obscuros anos até que Morgan os resgatou e os levou a viver numa pensão em Birmingham que servia de orfanato.
Sair da comarca
O padre de Cádiz (nascido no Puerto de Santa María e neto de Thomas Osborne Mann, o fundador das adegas) administrava os poucos bens dos Tolkien, e como vira que aqueles não bastavam, ia colocando do seu bolso o necessário para que pudessem estudar na King Edward’s School e depois em Oxford.
Foi naquela pensão-orfanato onde Tolkien se enamorou com loucura de Edith Mary Bratt, mas o sacerdote proibiu toda a comunicação entre os namorados até que J. R. R. cumprisse 21 anos. Tolkien obedeceu.
O tio Curro ajudou a cimentar a sua fé católica
Não é difícil conjecturar que o fez não só pela dívida impagável de gratidão que a sua pequena família havia contraído com o padre Morgan, mas sim porque durante aqueles anos, o tio Curro foi quem ajudou Tolkien a cimentar a sua fé católica, que chegou a ser, como asseguram os estudiosos da obra do escritor, o componente fundamental das suas posições ideológicas tão presentes nas suas obras (Tolkien moveu-se entre o conservadorismo e uma espécie de anarquismo anti totalitário e anti belicista).
Portanto, sem aquele padre de Cádiz, sem o dinheiro do vinho do jerez, sem a instrução católica recebida, nada nos teria chegado de Tolkien porque é muito possível que o jovem órfão que chegou a imaginar o hobbit jamais teria saído da comarca.
in