Realizado por Grey Matter Research and Consulting
A maioria dos norte-americanos vê favoravelmente as expressões públicas de fé dos jogadores, segundo uma sondagem.
Actualizado 29 Dezembro 2012
Mar Velasco / ReL
Foram nada menos que o jamaicano Usain Bolt e a etíope Meseret Defar os primeiros atletas que desafiaram as normas durante os passados Jogos Olímpicos de Londres 2012.
O Comité Olímpico, por razões da presumível correcção política, empenhou-se em proibir – como se fosse tão simples amordaçar o espírito – a exibição de signos religiosos em público durante os Jogos.
Bolt, com a medalha da Virgem Milagrosa ao pescoço, fez o sinal da cruz e olhou o céu antes de iniciar a prova que o faria campeão olímpico.
Meseret ganhou o ouro nos 5.000 metros enquanto cruzava a meta mostrando a câmara uma imagem da Virgem que levava oculta no peito.
Inolvidável também é a imagem da equipa feminina de voleibol brasileiro, ajoelhada na quadra junto a toda a equipa técnica, rezando um emotivo Pai Nosso em agradecimento pela sua vitória na final olímpica.
E entre os futebolistas de elite da Liga Espanhola há também quem não se envergonha na hora de mostrar a sua fé no terreno de jogo, como Falcao, Kaká ou Di María, que em diversas ocasiões usaram mensagens de louvor a Deus nas suas camisolas.
A fé não é incómoda
Mas foram os norte-americanos os que se atreveram a questionar a relevância sociológica destes gestos e elaboraram uma sondagem sobre a relação entre fé e desporto e sobre a recepção das mostras de fé dos desportistas em público.
O primeiro resultado que apresenta o estudo, realizado por Grey Matter Research and Consulting, é que à maioria dos estado-unidenses lhes agrada ou não lhes importa que os atletas profissionais expressem a sua fé dentro e fora do campo: 49 por cento dos norte-americanos vê favoravelmente as expressões públicas de fé dos desportistas; a 32 por cento não lhes importa, enquanto 19 por cento tem uma visão negativa.
Deus premia o esforço, mas não ganha jogos
Aos participantes na sondagem, procedentes dos 50 estados e de diversas idades, raças e confissões, perguntou-se-lhes sobre as acções específicas religiosas mostradas pelos desportistas, como rezar antes ou depois dos jogos, falar da sua fé em entrevistas ou realizar abertamente sinais como persignar-se ou assinalar até ao céu quando marcam um golo ou ganham uma medalha.
Uns 55 por cento mostram-se favoráveis a que os jogadores se apoiem rezando juntos antes ou depois dos jogos. Sem dúvida, o que menos gostam é que “os atletas sugiram que Deus ajudou a sua equipa a conseguir uma vitória”, ou que utilizem respostas como “Deus realmente me deu forças naquele momento” ou “teve confiança e Deus permitiu que ganhasse aquele ponto”, que são vistas negativamente por 26 por cento dos sondados.
Aficionados a Deus
Em geral, os que não são aficionados dos desportos são os mais neutrais ou negativos com as expressões religiosas dos jogadores, enquanto os aficionados e amantes do desporto são os que vêem melhor os gestos dos atletas e desportistas.
A reacção do público a estas expressões não varia muito em função de factores demográficos como o género, a origem étnica, a idade, a educação ou os rendimentos familiares, mas, como era de esperar, essa reacção varia consideravelmente segundo as crenças religiosas.
Assim, as pessoas crentes são mais propensas a apoiar estas mostras que os não crentes. Ainda assim, vale a pena assinalar que, inclusive entre os estado-unidenses que não assistem aos serviços religiosos, 38 por cento em geral tem uma atitude positiva ante as expressões religiosas dos atletas profissionais, enquanto só 25 por cento reconhece albergar uma atitude negativa.
“Deus” melhor que “Jesus”
É curioso como em geral preferem que se mencione ou se agradeça a Deus pelos resultados conseguidos antes que a Jesus Cristo; Deus é mais genérico e comum a todos os crentes, enquanto o nome de Jesus Cristo costumam utilizá-lo mais os cristãos evangélicos. Josh Canales, director da Fellowship of Christian Athletes, a Associação de Atletas Cristãos que desde 1954 trabalha para formar treinadores e atletas para evangelizar no mundo do desporto através do anúncio de Jesus Cristo, afirmou: “Como cristão, é muito animador o resultado desta sondagem porque creio que é muito importante reconhecer a influência que podem ter os atletas cristãos, especialmente num país tão mentalidade desportiva”.
As cifras, segundo os credos
Protestantes
Favorável 66%
Indiferente 22 %
Negativo 12%
Católicos
Favorável 57%
Indiferente 31%
Negativo 12%
Outras religiões
(muçulmanos, budistas, judeus, mórmones, cristãos ortodoxos…)
Favorável 25%
Indiferente 52 %
Negativo 23%
Ateus e agnósticos
Favorável 12%
Indiferente 38 %
Negativo 50%
A maioria dos norte-americanos vê favoravelmente as expressões públicas de fé dos jogadores, segundo uma sondagem.
Actualizado 29 Dezembro 2012
Mar Velasco / ReL
Foram nada menos que o jamaicano Usain Bolt e a etíope Meseret Defar os primeiros atletas que desafiaram as normas durante os passados Jogos Olímpicos de Londres 2012.
O Comité Olímpico, por razões da presumível correcção política, empenhou-se em proibir – como se fosse tão simples amordaçar o espírito – a exibição de signos religiosos em público durante os Jogos.
Bolt, com a medalha da Virgem Milagrosa ao pescoço, fez o sinal da cruz e olhou o céu antes de iniciar a prova que o faria campeão olímpico.
Meseret ganhou o ouro nos 5.000 metros enquanto cruzava a meta mostrando a câmara uma imagem da Virgem que levava oculta no peito.
Inolvidável também é a imagem da equipa feminina de voleibol brasileiro, ajoelhada na quadra junto a toda a equipa técnica, rezando um emotivo Pai Nosso em agradecimento pela sua vitória na final olímpica.
E entre os futebolistas de elite da Liga Espanhola há também quem não se envergonha na hora de mostrar a sua fé no terreno de jogo, como Falcao, Kaká ou Di María, que em diversas ocasiões usaram mensagens de louvor a Deus nas suas camisolas.
A fé não é incómoda
Mas foram os norte-americanos os que se atreveram a questionar a relevância sociológica destes gestos e elaboraram uma sondagem sobre a relação entre fé e desporto e sobre a recepção das mostras de fé dos desportistas em público.
O primeiro resultado que apresenta o estudo, realizado por Grey Matter Research and Consulting, é que à maioria dos estado-unidenses lhes agrada ou não lhes importa que os atletas profissionais expressem a sua fé dentro e fora do campo: 49 por cento dos norte-americanos vê favoravelmente as expressões públicas de fé dos desportistas; a 32 por cento não lhes importa, enquanto 19 por cento tem uma visão negativa.
Deus premia o esforço, mas não ganha jogos
Aos participantes na sondagem, procedentes dos 50 estados e de diversas idades, raças e confissões, perguntou-se-lhes sobre as acções específicas religiosas mostradas pelos desportistas, como rezar antes ou depois dos jogos, falar da sua fé em entrevistas ou realizar abertamente sinais como persignar-se ou assinalar até ao céu quando marcam um golo ou ganham uma medalha.
Uns 55 por cento mostram-se favoráveis a que os jogadores se apoiem rezando juntos antes ou depois dos jogos. Sem dúvida, o que menos gostam é que “os atletas sugiram que Deus ajudou a sua equipa a conseguir uma vitória”, ou que utilizem respostas como “Deus realmente me deu forças naquele momento” ou “teve confiança e Deus permitiu que ganhasse aquele ponto”, que são vistas negativamente por 26 por cento dos sondados.
Aficionados a Deus
Em geral, os que não são aficionados dos desportos são os mais neutrais ou negativos com as expressões religiosas dos jogadores, enquanto os aficionados e amantes do desporto são os que vêem melhor os gestos dos atletas e desportistas.
A reacção do público a estas expressões não varia muito em função de factores demográficos como o género, a origem étnica, a idade, a educação ou os rendimentos familiares, mas, como era de esperar, essa reacção varia consideravelmente segundo as crenças religiosas.
Assim, as pessoas crentes são mais propensas a apoiar estas mostras que os não crentes. Ainda assim, vale a pena assinalar que, inclusive entre os estado-unidenses que não assistem aos serviços religiosos, 38 por cento em geral tem uma atitude positiva ante as expressões religiosas dos atletas profissionais, enquanto só 25 por cento reconhece albergar uma atitude negativa.
“Deus” melhor que “Jesus”
É curioso como em geral preferem que se mencione ou se agradeça a Deus pelos resultados conseguidos antes que a Jesus Cristo; Deus é mais genérico e comum a todos os crentes, enquanto o nome de Jesus Cristo costumam utilizá-lo mais os cristãos evangélicos. Josh Canales, director da Fellowship of Christian Athletes, a Associação de Atletas Cristãos que desde 1954 trabalha para formar treinadores e atletas para evangelizar no mundo do desporto através do anúncio de Jesus Cristo, afirmou: “Como cristão, é muito animador o resultado desta sondagem porque creio que é muito importante reconhecer a influência que podem ter os atletas cristãos, especialmente num país tão mentalidade desportiva”.
As cifras, segundo os credos
Protestantes
Favorável 66%
Indiferente 22 %
Negativo 12%
Católicos
Favorável 57%
Indiferente 31%
Negativo 12%
Outras religiões
(muçulmanos, budistas, judeus, mórmones, cristãos ortodoxos…)
Favorável 25%
Indiferente 52 %
Negativo 23%
Ateus e agnósticos
Favorável 12%
Indiferente 38 %
Negativo 50%
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