sábado, 23 de fevereiro de 2013

CNE: Milhares de escuteiros e voluntários promovem «boa acção colectiva»

«Maratona» de solidariedade este sábado e domingo vai permitir realizar projectos em todo o país e apoiar mais de 20 mil pessoas


Lisboa, 23 Fev 2013 (Ecclesia) – Cerca de 6000 mil escuteiros e 1200 voluntários de todo o país vão estar envolvidos este sábado e domingo numa “maratona” de solidariedade integrada na comemoração dos 90 anos do Corpo Nacional de Escutas.


A iniciativa, que também pretende honrar a memória do fundador do maior movimento juvenil católico, Robert Baden-Powell, vai permitir a crianças, jovens e adultos desenvolverem “voluntariado junto dos outros e para os outros”, numa espécie de “boa acção coletiva”, realça o chefe nacional Carlos Pereira, numa mensagem veiculada através da internet.


O coordenador do CNE espera que o evento se afirme como “uma grande manifestação de escutismo” numa ocasião “de acção de graças” e que os grupos envolvidos possam “contribuir para a felicidade dos outros”.


As “48 horas de Voluntariado” contam com a participação dos elementos da 4.ª secção do CNE, os Caminheiros, com idades entre os 18 e os 22 anos, acompanhados pela respectiva direcção de agrupamento.


Com o apoio dos voluntários inscritos, “os escuteiros católicos vão intervir em áreas de apoio social, património, ambiente, cultura, educação e saúde” e esperam beneficiar mais de 20 mil pessoas.


Entre os projectos a implementar vão estar trabalhos de recuperação em escolas, mercados e outras infraestruturas, a colaboração na limpeza de matas e criação de trilhos e ainda o apoio a instituições sociais na recolha e distribuição de bens aos mais carenciados.


iniciativa decorre em todos os locais onde o CNE está implantado, de norte a sul de Portugal continental e também nos arquipélagos da Madeira e dos Açores, com o objectivo de “evidenciar a diversidade de âmbitos” que podem constituir o “serviço à comunidade” e “valorizar os escuteiros enquanto escola de voluntariado”.


Carlos Pereira classifica a iniciativa como uma “atividade simples mas mobilizadora que, nas diversas comunidades locais, vai dar sentido a dois dos pensamentos mais marcantes de Baden-Powell: deixar o mundo um pouco melhor do que o encontramos e só se é feliz contribuindo para a felicidade dos outros”.


Corpo Nacional de Escutas, nascido do movimento mundial escutista fundado em 1907 pelo inglês Robert Baden-Powell (1857-1941) encontra-se actualmente implantado nas 20 dioceses católicas do país, com cerca de 1100 agrupamentos locais, somando um total de aproximadamente 70 mil crianças, adolescentes, jovens e adultos.  


Em cada agrupamento funcionam, regra geral, quatro unidades, cada qual respeitando a uma faixa etária concreta: lobitos (6 aos 10 anos), exploradores/moços (10 aos 14 anos), pioneiros/marinheiros (14 aos 18 anos) e caminheiros/companheiros (18 aos 22 anos).


JCP

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O Agrupamento 670 do Corpo Nacional de Escutas, com sede em Grândola, também participa nesta actividade nacional, com uma responsabilidade acrescida porquanto organiza-a para toda a diocese de Beja, estando prevista a participação de aproximadamente 400 jovens escuteiros da região escutista de Beja.

Uma actividade que entre outras acções envolve a realização da missa dominical da paróquia de Grândola que se realizará pelas 11:30 horas, num dos pavilhões do Parque de Exposições e Feiras de Grândola, que será retransmitida no canal de televisão da paróquia Meo 446864.

 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Beja: Bispo diocesano vai pedir coadjutor ao Vaticano

D. António Vitalino diz que precisa de ser ajudado nas "tarefas pastorais"


Beja, 22 Fev 2013 (Ecclesia) – D. António Vitalino deseja pedir ao Papa um bispo coadjutor para o ajudar nas “tarefas pastorais” e suceder-lhe como responsável pela Igreja na diocese de Beja, informa o jornal diocesano na edição desta semana.

Segundo o “Notícias de Beja”, a vontade do bispo de Beja foi comunicada na Sé local no fim da missa que celebrou no primeiro domingo da Quaresma (dia 17 de Fevereiro).

Para D. António Vitalino, o bispo coadjutor é necessário para o “ajudar nas tarefas pastorais, mormente no acompanhamento do Sínodo Diocesano”, e para lhe suceder “aos completar 75 anos”, informa o semanário diocesano.

“D. António Vitalino deseja louvavelmente que, ao deixar a diocese, o seu sucessor seja conhecedor dos problemas pastorais do Alentejo e das pessoas que vão ser confiadas ao seu múnus episcopal”, refere o director do jornal, Alberto Batista.

Segundo o semanário, a nomeação do bispo coadjutor é esperada ainda este ano.

Natural de Vila Verde (Braga), D. António Vitalino completa 72 anos em Novembro próximo; ordenado bispo em 1996, foi auxiliar de Lisboa até 1999, ano em que foi nomeado para Bispo de Beja.

PR

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Sino da capela da Penha

Muitos tem sido os contactos recebidos pela paróquia, sobre um eventual desaparecimento do sino da capela de Nossa Senhora da Penha.

Efectivamente, o sino foi temporariamente retirado, a fim de que a sua base em madeira fosse restaurada, nas oficinas da Câmara Municipal, em virtude de se encontrar muito degradada.

Uma imagem do mesmo após o restauro:


Dia Mundial da Juventude



sábado, 9 de fevereiro de 2013

Alteração de conteúdos

Por razões e organização e dinâmica deste espaço, ele volta a dedicar-se em exclusivo, tal como o seu nome indica, a notícias/informações da Vida Paroquial.

Todas as restantes mensagens de Informação geral, Conversões, Papa Bento XVI, etc., passarão a estar disponível no espaço Igreja em Movimento.


A maior vitória pública dos activistas pró-vida: a revista Time reconhece a sua influência

Apesar do Governo Obama

A archi-famosa publicação dedica a sua capa à sentença que legalizou o aborto nos EUA: «Os abortistas estão perdendo desde então», reconhece.

Actualizado 1 Fevereiro 2013

Sara Martín / ReL

Possivelmente não era o que pretendiam, mas a capa de 14 de Janeiro da revista Time é todo um reconhecimento ao trabalho dos activistas pró-vida nos EUA. «Há quarenta anos, os activistas pelo direito ao aborto ganharam uma batalha épica com Roe&Wade. Estão perdendo desde então», disse literalmente a capa. O artigo reconhece que abortar hoje em dia nos Estados Unidos é complicado graças à luta dos activistas pró-vida, que conseguiram por um limite atrás de outro para tentar defender o direito à vida dos não-nascidos: «Conseguir abortar nos Estados Unidos é, em alguns lugares, mais difícil hoje em dia que em qualquer outro momento desde que se converteu num direito constitucionalmente protegido há 40 anos».

Uma derrota inequívoca
Vitória a vitória, os activistas pró-vida vão ganhando batalhas. No momento, estados como Dakota do Norte e do Sul, Mississippi e Arkansas tem já só uma clínica abortista, e o Texas acaba de dar luz verde para cortar o financiamento às clínicas da Planned Parenthood, tal com fez o norte do condado de Michigan. Entre 2011 e 2012 já são mais de 135 as leis que se promulgaram para restringir o acesso ao aborto.

«Pode parecer que os últimos triunfos eleitorais de Barack Obama e os democratas no Congresso sentaram as bases para uma inversão desta tendência», explica a revista mundialmente famosa. De facto, «a campanha do Presidente mobilizou os votantes democratas e as mulheres em redor do tema dos ´direitos reprodutivos´. Mas, dado que o direito ao aborto é regulado por uma lei federal, é da competência dos Estados decidir quem pode aceder a este serviço e debaixo que circunstâncias. E no âmbito estatal, os activistas do direito ao aborto estão perdendo de maneira inequívoca», admite.

«A causa pró-escolha está em crise»
Para a revista Time, a intromissão da ciência é outro obstáculo ao direito a abortar: permite escutar o batimento do coração de um bebé e ver rapidamente o seu corpo. Além disso, os prematuros, que hoje em dia sobrevivem em taxas cada vez mais altas, põe em tela de juízo até que ponto a Lei tem razão. «Nesta era de ultra-sons pré-natais e sofisticada neonatologia, uma considerável maioria dos estadunidenses apoia restrições ao aborto tais como períodos de espera e leis de consentimento parental», explica a revista.

Os seus homólogos pró-escolha, enquanto tanto, «optaram por seguir com a sua mensagem central desde há muito tempo, de que o Governo não deveria interferir em absoluto com as decisões das mulheres que concernem a sua saúde, uma postura que parece não escutar a realidade actual», reconhece. «A causa contra o aborto viu-se favorecida pelos avanços científicos que complicaram as atitudes estadunidenses sobre o aborto».

De facto, desde a revista entrevistam Frances Kissling, activista pró-aborto desde há muitos anos, e ex-presidente da Catholics for Choice (Católicos pelo Direito a Decidir), admite que «a posição pró-escolha — que na essência significa que o aborto deve ser legal, um assunto privado entre uma mulher e o seu médico, sem restrição nem regulação mais além do estritamente necessário para proteger a saúde da mulher — há 50% da população que se encontra extremadamente incomodada e pouco disposta a associar-se connosco».

Mais ainda, a publicação chega a reconhecer, literalmente que, «a medida afasta-se da recordação das mulheres que morreram por abortos ilegais antes da sentença Roe&Wade, a causa pró-escolha está em crise».

Uma guerra que se leva à margem da realidade
O artigo da revista Time não esconde cruas histórias de mulheres que necessitam abortar junto com discrições de médicos abnegados e clínicas abortistas lutadoras no meio de um ambiente hostil. Ainda assim, reconhece nas conclusões do seu artigo: «A guerra aborto, tal como muitas outras lutas políticas, se leva em grande parte à margem da realidade. Uma revisão das políticas que avivaram o debate nacional, poderá supor facilmente que os abortos tardios e os realizados a menores de idade ou mulheres grávidas por violação ou incesto constituem a maior parte das gravidezes terminadas. Mas na realidade, são uma pequena parte (´meros estilhaços´) da história do aborto na América. E em geral, há pouco desacordo público em tais casos: a maioria dos estadunidenses apoiam o acesso ao aborto em casos de violação ou incesto ou quando a vida da mãe está em perigo, junto com uma série de restrições estatais comuns de aborto».

De facto, uma sondagem realizada pela Gallup demonstra que 79% dos estadunidenses pró-escolha acreditam, de qualquer modo, que o aborto deveria ser ilegal no terceiro trimestre da gravidez e 60% estaria a favor de períodos de reflexão de 24 horas e do consentimento dos pais para as menores.

Para finalizar, o artigo cede a palavra de novo a Kissling, que se opõe às leis estatais específicas impulsionadas pelos activistas pró-vida, mas disse que os esforços do movimento pró-escolha para «normalizar o aborto» são contraproducentes, e reconhece assombrosamente o seguinte: «Quando as pessoas nos ouvem dizer que o aborto não é mais que outro procedimento médico, reagem com surpresa. O aborto não é como sacar-se um dente ou o apêndice. Trata-se da terminação de uma forma inicial de vida humana. Isso merece um pouco de seriedade». Definitivamente, uma grande prenda na forma de artigo para a causa pró-vida.



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O Papa Bento XVI é um grande teólogo, um dos maiores

Gerhard Ludwig Müller, prefeito da Doutrina da Fé
"Sofremos um secularismo pelo que o homem perdeu o rumo da vida"

José Manuel Vidal, 31 de Janeiro de 2013 às 13:50


José Manuel Vidal).- Gerhard Ludwig Müller, prefeito da Doutrina da Fé, o dicastério mais importante da Cúria romana, impõe pela sua estatura e seduz pela sua proximidade e amabilidade. Esteve em Madrid para participar na festa de São Tomás da Universidade São Dâmaso e, antes de pronunciar a sua conferência, atendeu durante uns minutos à RD e à 13TV.

Num bom espanhol, o arcebispo alemão respondeu a umas poucas perguntas. Outras, muitas, ficaram-se pelo tinteiro. Assegura que Bento XVI é "um dos maiores teólogos" de todos os tempos, denuncia o "secularismo" e diz que a Espanha "necessita teólogos jovens".

Que significado tem o pensamento de Bento XVI para a cultura ocidental no momento histórico no qual nos encontramos?


O Papa Bento XVI é um grande teólogo, um dos maiores. É o grande teólogo de hoje para os homens do nosso tempo, e também para o futuro, porque o Papa, como teólogo e filósofo, conhece toda a história da teologia, da filosofia, da cultura que temos no Ocidente; e isto parece-me muito importante para as perguntas existenciais que temos hoje sobre a paz, a liberdade religiosa, a justiça social... Para todos os valores e os princípios da ética individual, mas também da ética social, a qual necessitamos tanto.

Também é um grande teólogo da relação do homem com Deus, que é o fundamento da existência humana, e que é muito importante neste mundo no qual sofremos um secularismo pelo que o homem perdeu o rumo da vida e do desenvolvimento da personalidade humana. Por isso é fundamental sublinhar esta relação que temos com Deus, nosso criador e salvador.

Pode fazer-nos uma breve síntese da sua conferência da abertura da Jornada de São Tomás, que versa sobre a liturgia?


O primeiro volume das obras do Santo Padre é sobre a liturgia, e foi assim por própria decisão do Papa, porque ele disse que a liturgia é a fé realizada, vivida. Quer dizer, que a fé não é só uma teoria sobre Deus, um conjunto de ideias ou pensamentos. A relação com Deus é a vida da Igreja que se realiza primariamente na liturgia. Mas a liturgia não está isolada, mas sim está unida ao martírio e à diaconia. São as três dimensões da vida da Igreja, das que a liturgia é o núcleo da existência do cristiano.

Monsenhor, como se vê desde a Congregação para a Doutrina da Fé a situação da fé em Espanha?


Em Espanha temos boas faculdades e universidades de Teologia, mas necessitamos também jovens teólogos que se comprometam totalmente com os homens de hoje, e com a relação entre fé e razão. A intelectualidade da fé é muito importante, não só para a Igreja, mas sim para toda a sociedade (de Espanha e da Europa), para um bom desenvolvimento e um bom futuro.




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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O Vaticano doa 100.000 euros para restaurar o tecto da basílica da natividade em Belém

Basílica do Natividade em Belém. EFE
Reunião Al-Maliki e Balestrero

Encerraram um projecto de acordo

Redacção, 31 de Janeiro de 2013 às 16:49

O Vaticano doará 100.000 euros para a restauração da Basílica da Natividade em Belém, segundo se anunciou durante a Comissão Bilateral Permanente de Trabalho entre a Santa Sé e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), celebrada em Ramallah.

O encontro oficial, que teve lugar no Ministério das Relações Exteriores palestiniano, foi presidida pelo ministro de Exteriores palestiniano, Riad Al-Malki e pelo subsecretário para as Relações com os Estados, o arcebispo Ettore Balestrero.

Segundo informa o Vaticano, "as partes tiveram um intercâmbio de visões sobre o projecto de acordo em exame, em particular sobre o preâmbulo e sobre o capítulo 1 do tal acordo".

Além disso, a nota indica que "os colóquios realizaram-se numa atmosfera aberta e cordial, expressão das boas relações existentes entre a Santa Sé e o Estado da Palestina" e acrescenta que "as delegações expressaram o desejo de que as negociações se acelerem e alcancem uma rápida conclusão" e acordaram que "um grupo técnico conjunto dará seguimento".


Por outro lado, assinala que a Comissão Bilateral Permanente de Trabalho entre a Santa Sé e o Estado de Israel conseguiu "avanços significativos" nas negociações concernentes ao Acordo Fundamental relativo a matérias económicas e fiscais, durante uma reunião plenária que mantiveram esta terça-feira em Jerusalém, segundo informaram num comunicado conjunto.

O encontro que teve lugar no Ministério dos Assuntos Exteriores de Israel foi presidido pelo subsecretário para as Relações com os Estados, o arcebispo Ettore Balestrero, e pelo vice-ministro de Assuntos Exteriores de Israel, Danny Ayalon, M.K.

Segundo indicaram, "as negociações desenvolveram-se numa atmosfera aberta, amistosa e construtiva" e a comissão assegura que se conseguiram "avanços significativos" e que se "espera uma rápida conclusão do acordo". As partes decidiram os passos seguintes para a conclusão do acordo, e celebrarão a próxima reunião plenária em Junho de 2013 no Vaticano.

(Rd/Ep)


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Carolina, acidentada e deprimida, mudou quando viu a Virgem e sonhou com Jesus

Convalescente no hospital, depois de uma operação

O choque no automóvel estragou a sua perna. Perdeu o trabalho e sentia-se uma carga para os seus, muito limitada. A depressão a acossava. Uma visita muito especial a transformou.

Actualizado 31 Janeiro 2013

Carlos Ramos / Sem. Fides / ReL

Um lamentável acidente em automóvel quase custa a vida a Carolina Toro. Na sua mente ainda ficaram sequelas daquele 19 de Outubro de 2007, quando ficou à beira da morte num acidente no Anel Periférico que circunda a cidade de Tegucigalpa e Comayagüela, nas Honduras.

“Porquê a mim?", perguntou-se Carolina. Recorda as palavras do doutor que a atendia que friamente lhe disse que “não voltaria a andar”, que a sua perna não se poderia recuperar.

“Foi um momento muito duro na minha vida, realmente não acreditava o que estava vivendo. Uma semana depois do acidente fizeram-me uma cirurgia. Nessa cirurgia puseram-me nove parafusos, uma placa, isto para saber se no futuro podia voltar a andar”, acrescenta Carolina.

Depressão e desemprego
A depressão apareceu de imediato. Carolina, uma mulher jovem e alegre, de bom trato, profissional publicitária, que disfrutava da vida, via-se agora limitadíssima e desanimada.

Ficou sem emprego. “Eu queria ajudar economicamente a minha família, mas ao ver-me com bengala e muletas fechavam-se-me as portas”. Contava com o sustento dos seus pais, incondicional. “Sempre estiveram comigo”, assinala.

Oração e ajuda
Entre tanto vazio e perguntas sem respostas encontrou suporte espiritual no seu grupo de oração. Na Bíblia encontrava mensagens que incrementavam os seus ânimos.

Além disso, ao pouco de pôr-se a orar a sério, Carolina afirma que "o Senhor mandou um anjo, a minha tia Lícida García, que um dia chegou a minha casa e disse-me: “eu quero-te ajudar”.

Depois de dois longos anos com complicações na sua perna, voltou novamente a ser avaliada por um médico. “A minha tia levou-me ao hospital. O doutor disse que necessitava outras cirurgias”. Apesar das novas operações, o joelho continuava desviado.

“Emocionalmente não me sentia bem, eu sentia que todas as pessoas me olhavam e me rejeitavam, mas pela Graça de Deus pude andar novamente”.

Uma Mulher branca de faces rosadas
Tudo mudou à raiz de uma experiência muito especial que Carolina viveu na cama do hospital, depois de uma das cirurgias.

Despertou desesperada, porque temia voltar a viver o passado: horas na cama e dolorosos processos de recuperação.

“Abri os meus olhos e vi uma Mulher branca com as suas faces rosaditas, que me ficou olhando fixamente e me disse: filha, não te preocupes, de agora em diante deixa tudo nas minhas mãos. Essa mulher era a Virgem Maria, que sempre esteve ao meu lado”, assegura Carolina ao Semanário Fides.

Depois desse encontro, recorda que dormiu novamente. “Vi Jesus nos meus sonhos. Ele estendeu-me a mão e levantou-me. E desde esse dia a minha vida mudou e todo o passado se apagou.”

Uma vida nova
Desde esse dia, depois dessas visões, Carolina voltou a sorrir e voltaram-lhe as forças para viver. Um tempo depois encontrou trabalho e a sua família está feliz de vê-la recuperada.
“Quero dizer às pessoas que quando se passam por momentos duros onde se vê que tudo custa a subir, que sempre se chegará lá acima com a fé posta em Deus", propõe Carolina.

"A mim disseram-me que não voltaria a andar e graças a Deus aqui estou, servindo-o a ele. Digo-lhe que confiem em Deus, que o amém, que o louvem. E que confiem na mãe Maria que sempre intercede por nós”.


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Ver, julgar e agir


É frequente ouvir dizer que "isto está mal", "aquilo também"... "não há nada a fazer", "está tudo perdido", etc, etc, etc.

Este tipo de comentários enferma de uma mentalidade que me parece nada trazer de positivo, na medida em que apenas se limita a ler a realidade, a preto e branco, no geral, partindo de um prisma discutível de negatividade, e a julgar, se tal for o caso. Mas, e depois? Fica-se apenas por aí? Que propostas de mudança para melhor? Que gestos e que compromissos que tragam algo de diferente e de melhor são apresentados?

Se o silêncio e a apatia não são positivos porque manifestam desinteresse e abrem a porta à alienação e à fuga da realidade também não é menos nociva a discussão superficial e estéril, porque dela não surgem igualmente consequências que envolvam os seus autores. Razão tem o povo ao dizer que "os extremos se tocam".

Há ainda uma expressão que se utiliza no nosso país, na gíria futebolística, mas que aqui também tem aplicação: "ser treinador de bancada". É fácil exercer esta profissão e dar sentenças sobre tudo e todos, mas, o que resulta daqui? Nada! Palavras, apenas palavras e às vezes demagogia. Na Igreja existe um Movimento, embora neste momento tão tenha a expressão que já teve noutros períodos, chamado: "Acção Católica'. Um dos seus principais lemas resumia-se em três verbos: Ver, Julgar e Agir. Apesar da clareza deste tripé, penso não ser fácil realizar o que nele se preconiza. Senão vejamos. O Ver parece simples, o julgar já pressupõe ter instrumentos para efectuar esta operação, quanto ao agir, é ainda mais complexo, pois para agir é necessário abandonar o torpor, o comodismo, o "dolce fare niente", e empenhar-se em fazer algo de diferente e de melhor, e melhorar aquilo que a visão e o juízo descobriram.

Ao olhar para a realidade do nosso país e para os comentários da lista dos infindáveis "profetas" que se limitam a ver e a julgar, apenas sob determinada perspectiva, apetecia-me dizer tantas vezes: mas o que é que você propõe e está disposto/a fazer?

É claro que ao dizer isto me estou a comprometer eu próprio em fazer algo, caso contrário, poderei cometer o mesmo erro que é objecto da minha crítica. Assumo esse risco e espero poder dar o meu contributo para inverter este ciclo vicioso do Ver e Julgar, sem Agir.

Este lema, apesar de ter sido pensado num contexto cristão e proposto a cristãos, que não desejem ser meros ouvintes, mas actores comprometidos na história deste mundo, pode, sem dúvida, ser entendido e seguido mesmo por quem não seja cristão, ou mesmo crente, desde que esteja disposto a fazer alguma coisa para que mude algo daquilo que julgamos não estar bem.

Foi com este mesmo espírito que Baden Powell, fundador do Escutismo, desafiou os escuteiros a não caírem no imobilismo e na demagogia mas a procurarem: "deixar este mundo um pouco melhor do que o encontraram". Porque não aceitamos também nós este desafio para o novo ano que iniciámos há pouco? Tanta coisa mudaria!

Caros leitores, para vós e para mim deixo este apelo, na certeza de que se o acolhermos poderemos deixar a nossa marca positiva "a nossa pegada ética e existencial" no mundo em que vivemos. Coragem. O presente e o futuro esperam isso de nós e os mais novos merecem-no.
Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário
in Ecos de Grândola, nº 250, 08 de Fevereiro de 2013

Se a religião impõe o silêncio

A repressão continua em muitos países

Roma, 07 de Fevereiro de 2013

O recente julgamento e condenação de Saeed Abedini no Irão, despertou mais uma vez a atenção da opinião pública sobre a falta de liberdade religiosa nos países com maioria muçulmana.

Abedini, nascido no Irão, mas naturalizado americano, no momento da prisão estava visitando o seu país natal. O homem, que foi muçulmano, se converteu ao cristianismo. Nos anos passados instituiu algumas igrejas no Irão, mas depois da sua prisão voltou a trabalhar num orfanato.

No passado 27 de Janeiro Abedini foi condenado a oito anos de prisão por um juiz do Tribunal Revolucionário, que afirmou que o seu compromisso de estabelecer igrejas ameaçaria a segurança nacional no Irão (cfr. World Watch Monitor, 29 de Janeiro).

"Temos sérias dúvidas sobre a clareza e sobre a transparência do processo ao Sr. Abedini", disse o novo secretário de Estado americano, John Kerry, consultado sobre o assunto durante a sua audiência no Senado (cfr. Christian Post, 30 de Janeiro).

"Junto com o governo dos EUA, eu condeno a contínua violação do direito universal à liberdade religiosa por parte do Irão e chamo a atenção das autoridades de Teerão, para respeitar os direitos humanos do Sr. Abedini e libertá-lo”, acrescentou Kerry.

No passado 21 de Novembro, o Pew Forum on Religion and Public Life publicou um dossier sobre as leis contra a blasfémia, a apostasia e a difamação da religião.

O documento relata alguns casos recentes, entre os quais a da adolescente de 14 anos paquistanesa presa com a acusação de ter tirado páginas do Alcorão.
Se por um lado muitas violações envolvem países islâmicos, os muçulmanos não são os únicos a restringir a liberdade religiosa. Um exemplo é aquele da acusação de blasfémia de um homem por algumas alusões satíricas à Igreja Ortodoxa, publicadas online.

Sanções
De acordo com o estudo da Pew, em 2011, quase metade (47%) dos países e territórios ao redor do mundo têm leis e políticas que punem a blasfémia, a apostasia ou a difamação da religião.

Dos 198 países pesquisados, 32 (16%) esperam leis anti-blasfémia, 20 (10%) têm leis que penalizam a apostasia e 87 (44%) têm leis contra a difamação da religião, entre as quais está incluída a incitação ao ódio contra os membros de outras religiões.

Um estudo anterior do Pew Forum sobre este assunto descobriu que as restrições à liberdade religiosa são muitas vezes vigentes em vários países com severas restrições governamentais à religião ou a altos níveis de hostilidade social incluindo a religião.

Leis anti-blasfémia são particularmente difundidas no Oriente Médio e no Norte da África, enquanto que estão completamente ausentes na Europa e nas Américas.

Por outro lado, as leis contra a difamação da religião, são mais comuns na Europa, onde estão previstas em 36 países de 45. O estudo destaca, no entanto, que muitas dessas leis estão relacionadas a sanções contra o incitamento ao ódio, ao invés da difamação em si.

As últimas notícias e resultados do estudo Pew Forum confirmam as preocupações manifestadas em um livro publicado no final de 2011, por Paul Marshall e Nina Shea. In Silenced: How Apostasy and Blasphemy Codes are Choking Freedom Worldwide ((Silenciados: como as leis contra a a apostasia e a blasfémia estão sufocando a liberdade no mundo), publicado pela Oxford Press, os autores examinam seja os países de maioria muçulmana que as nações ocidentais, como tentativas de introduzir restrições à blasfémia por meio das Nações Unidas.

Extremistas
Com relação aos países muçulmanos, Marshall e Shea observam que as restrições são usadas para colocar um freio na liberdade de intelectuais, escritores, dissidentes e activistas pelos direitos humanos. As liberdades políticas e académicas são frequentemente limitadas.

Os autores, além do mais, afirmam que as restrições incentivam uma fechada ortodoxia religiosa e favorecem a posição dos extremistas que usam estas leis para intimidar aqueles que procuram a reconciliação entre os países islâmicos e o resto do mundo.

Muitas vezes, as leis são muito gerais e os tribunais não são obrigados a seguir definições precisas. Por exemplo, na Malásia é ilegal publicar "fatos controversos que possam debilitar a fé dos muçulmanos".

No Paquistão as leis anti-blasfémia proíbem todo ato que seja uma ofensa "por meio de imputações, insinuações ou referências, directa ou indiretamente”.

Além das restrições legais, um dos capítulos do livro lança um olhar sobre os actos de violência realizados por extremistas. "Se por um lado as estruturas legais dos discursos religiosos são perigosos, um problema mais abrangente e, de muitas maneiras, mais profundo, é a violência e as ameaças contra aqueles que são acusados de insultar o Islã”, observam os autores.

A ameaça de tal violência pode levar à auto-censura. Um caso como esse aconteceu em 2009, quanto a Yale University Press se recusou a publicar uma imagem das caricaturas dinamarquesas que acendeu uma polémica em todo o mundo, embora o livro tinha sido promovido como o estudo mais profundo sobre as mesmas caricaturas.

O que está em jogo é o enfraquecimento da liberdade fundamental da religião e da expressão, conclui o livro, que também lança um apelo aos políticos para uma melhor compreensão do papel da religião na política e a qualquer pessoa para defender com mais vigor a liberdade religiosa. Uma chamada hoje mais do que actual.


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Uma Europa a ser completada: unidade política e valores comuns

Roma: 33º Congresso Bachelet, promovido pela Acção Católica Italiana

Roma, 07 de Fevereiro de 2013

“Olhar para a Europa e vislumbrar a sua riqueza e o seu potencial, sem esconder os seus limites e cansaços, sempre na certeza de que, sem a Europa, seria difícil nos enxergarmos no contexto político, económico e social de hoje”. Esta é a proposta do 33º Congresso Bachelet, "Uma Europa a ser completada: unidade política e valores comuns", evento cultural tradicional da presidência nacional da Acção Católica Italiana e do Instituto Vittorio Bachelet, voltado ao estudo dos problemas sociais e políticos do continente e realizado anualmente em homenagem ao presidente morto pelas Brigadas Vermelhas, em 12 de Fevereiro de 1980. O evento acontece em Roma nesta sexta-feira e no sábado.

Como observador atento do que ocorria no rescaldo da II Guerra Mundial em solo europeu, Vittorio Bachelet escreveu em 1953: "A Europa não é fácil de construir e há quem já acuse de lerdo o processo de unificação europeia. Mas a unificação democrática, com base na discussão e na colaboração, não pode não ser lenta: esta é a única maneira de se identificar o bem comum, que é o bem verdadeiro para todos".

Sessenta anos mais tarde, aquela intuição política ainda permanece. O caminho percorrido foi longo: o número de países membros, as áreas de intervenção europeia, as fronteiras derrubadas, os direitos protegidos. E é longo ainda o caminho a ser trilhado: a complementação da unidade política e a construção da unidade na diversidade entre os povos e as culturas.

No último ano, a Europa foi protagonista do acontecer público, mostrando a sua presença em muitas das decisões dos países da União, agindo como interlocutora principal na solução da crise. Esta exposição mostrou que hoje é impensável agir em âmbito apenas nacional para domar os mercados e salvar a democracia, mas, ao mesmo tempo, trouxe de volta à tona o antieuropeísmo que ainda rasteja em alguns governos e mesmo em cidadãos europeus. A crise financeira, aliás, foi transformada muitas vezes numa crise social e de confiança nas instituições europeias. O continente se vê numa situação de transição, que pede, de todos, sabedoria e visão, para que o progresso alcançado não se perca no horizonte.

Participam no 33º Congresso Bachelet: Gian Candido De Martin, presidente do Conselho Científico do Instituto Vittorio Bachelet; Lucio Caracciolo, diretor da Limes; Ugo De Siervo, presidente emérito do Tribunal Constitucional italiano; Leonardo Becchetti, da Universidade Tor Vergata; Fabio Mazzocchio, da Universidade de Palermo; dom Domenico Sigalini, assistente geral da Acção Católica Italiana; Lorenzo Caselli, da Universidade de Génova; Filippo Andreatta, da Universidade de Bolonha; Francesco Malgeri, da Universidade La Sapienza; dom Pero Sudar, bispo auxiliar de Sarajevo; Ilaria Vellani, diretora do Instituto Vittorio Bachelet; e Franco Miano, presidente da Acção Católica Italiana.


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Beato Pio IX

O papa da cruz, defensor de Maria e José


Roma, 07 de Fevereiro de 2013


Giovanni Maria Mastai-Ferretti, o nono filho dos condes Girolamo Mastai e Caterina Solazzi, nasceu em 13 de maio de 1792 em Senigallia, Marca de Ancona, Itália. A epilepsia interrompeu seus estudos durante alguns anos, até que, em 1815, depois de uma peregrinação a Loreto, a doença desapareceu. Antes disso, já que o pai sonhava em vê-lo na Guarda Nobre do papa, Giovanni tinha apresentado o pedido de aceitação, que foi negado precisamente por causa da doença. Ele não se importou. Afinal, o que realmente queria era ser sacerdote, e, livre da epilepsia, pôde seguir a carreira eclesiástica e ser ordenado em 1819.

Oficiou a primeira missa na igreja de Santa Ana, perto de um centro para jovens sem lar, onde realizaria um fecundo trabalho apostólico até 1823. O papa Pio VII o enviou depois para uma delicada missão: ser auditor do delegado apostólico no Chile e no Peru. Sua acção apostólica se polarizava na caridade para com os pobres e nas sucessivas tarefas pastorais que foi recebendo. Foi cónego de Santa Maria em Via Lata, dirigiu o grande hospital San Michele, foi arcebispo de Spoleto, cardeal presbítero titular da igreja dos Santos Pedro e Marcelino, entre outras responsabilidades. Grande diplomata e estrategista, fez com que milhares de desertores do exército australiano depusessem as armas e, ao se entregarem, obtivessem indulto.

Foi eleito pontífice em 16 de Junho de 1846. Era o sucessor de Gregório XVI. Foi chamado de papa da cruz, e não à toa: seu longo pontificado de 32 anos transcorreu por uma época histórica muito difícil. Lutas entre facções políticas desencadearam ataques e saques às igrejas italianas. A República Romana, proclamada por Giuseppe Mazzini, Carlo Armellini e Aurelio Saffi, foi a pique com a intervenção das tropas francesas. E o papa, que teve que se refugiar em Gaeta, pôde voltar enfim para a cidade de Roma. Tinha sido acolhido com esperança, graças ao seu carácter aberto, mas se negou a claudicar perante as exigências do poder laico. Em paralelo, também se opôs frontalmente à maçonaria.

Em 1845, proclamou o dogma da Imaculada Conceição, fato histórico eclesial de grande relevância. Em 1864, promulgou a encíclica Quanta Cura. O anexo Sillabus, que faz parte dela, é uma listagem de ensinamentos proibidos, com que a Igreja condenava os erros do momento, assim como conceitos liberais e iluministas. Entre as causas dos males que afligiam a Igreja e a sociedade da época, o clarividente pontífice apontou o ateísmo e o cientificismo do século XVII, postulados pela maçonaria e exaltados pela Revolução Francesa. Atacado pelos maçons, permaneceu incólume na defensa da verdade proclamada por Cristo e continuou impulsionando a unidade da Igreja.

Designou São José como padroeiro de toda a Igreja, deu grande importância à espiritualidade popular, reconheceu as aparições de Maria em Salette e em Lourdes, convocou o Concílio Vaticano I (1869-70), e, dentro dele, promulgou o dogma da infalibilidade papal.

Em 1870, quando Roma foi tomada por facções piemontesas, recluiu-se no Vaticano. Mas nada podia acabar com a Igreja, e foi isto o que ele gritou aos quatro ventos: “Nada é mais forte do que a Igreja. A Igreja é mais forte que o próprio céu, pois tem a palavra de Jesus: o céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão”.

Seu amor sem reservas pela Igreja, a prática da caridade, a fidelidade ao sacerdócio e a protecção dos missionários foram as paixões deste grande pontífice. De quebra, tinha um senso de humor extraordinário. Quando a anestesia de uma operação não foi suficientemente efectiva, por exemplo, ele não se queixou. Mas, no final, enquanto agradecia ao médico, não deixou de lhe dizer: “Você é um astrónomo formidável. Me fez ver mais estrelas do que o director do observatório com o telescópio”. Simples e aberto, recebeu grande carinho das pessoas. Morreu em 7 de Fevereiro de 1878.

O beato José Baldo sintetizou sua vida asseverando: “A história dirá que todo o mundo manteve os olhos cravados em Pio IX. Dirá que ele teve a força do leão e a doçura, a ternura e a suavidade de uma mãe”.

Sua causa de beatificação foi longa e complexa, desde que Pio X a iniciou em 11 de Fevereiro de 1907. Em 7 de Dezembro de 1954, Pio XII voltou a se ocupar do processo. Paulo VI deu-lhe importante impulso e, em 1986, a causa se encerrou com o milagre da cura inexplicável de uma religiosa. Finalmente, João Paulo II o beatificou em 3 de Setembro de 2000.


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A cruz de Jesus é a nova "árvore da vida"

Bento XVI reflecte sobre a natureza da criação de Deus

Roma, 06 de Fevereiro de 2013

Deus, como "Pai na criação", foi o tema da catequese do papa Bento XVI na audiência geral desta manhã. O credo, disse o Santo Padre, nos recorda em primeiro lugar a Sagrada Escritura (cf. Gn 1,1). Deus é, portanto, "a origem de todas as coisas e é na beleza da criação que se revela a sua omnipotência de pai que ama".

"Como pai bom e poderoso, ele toma conta do que criou com amor e lealdade que nunca falham", continuou o papa.

Conforme apontado por São Paulo (cf. Hb 11,3), tendo sido o mundo criado por Deus, é a partir do invisível que toma forma o que é visível, e, assim, a fé significa "ser capaz de reconhecer o invisível mediante as suas marcas no mundo visível".

A inteligência humana pode encontrar na bíblia, à luz da fé, “a chave de interpretação para compreender o mundo”. Os primeiros seis dias da obra da criação divina do mundo são todos finalizados pela afirmação "Deus viu que isso era bom" (Gn 1,4.10.12.18.21.25).

No sétimo dia, dedicado à criação do homem, a afirmação do autor bíblico é reforçada: "Deus viu tudo o que tinha feito, e eis que era muito bom" (Gn 1,31).

"Tudo o que Deus cria é bom e belo, cheio de sabedoria e de amor. A acção criadora de Deus traz ordem, harmonia e beleza", ressaltou o papa.

Qual é o sentido, porém, "na era da ciência e da tecnologia, de ainda falarmos da criação?", questionou Bento XVI. "A bíblia não pretende ser um manual de ciências naturais; sua intenção é ajudar a entender a verdade genuína e profunda das coisas", respondeu.

Do Génesis, portanto, aprendemos que "o mundo não é um conjunto de forças contrastantes, mas que a sua origem e estabilidade estão no Logos, na razão eterna de Deus, que continua a sustentar o universo".

Acreditar que o agir racional de Deus está na base da criação "ilumina cada aspecto da vida e nos dá a coragem de enfrentar com confiança e esperança a aventura da vida", acrescentou o papa.

O ser humano, por sua vez, na sua pequenez e limitação, é "capaz de conhecer e amar seu Criador" (constituição pastoral Gaudium et Spes, 12). A fragilidade humana, disse o papa, convive com "a magnitude do que o eterno amor de Deus quis para nós".

O Génesis diz que o homem foi criado por Deus do "pó da terra" (cf. Gn 2,7), que torna todos iguais, sem distinções culturais nem sociais. O homem, portanto, não é deus, nem foi criado por si mesmo, mas tem originem "da terra boa, por obra de um Criador bom".

Todo homem é criado à imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 2,7), de quem carregamos o "sopro de vida". "Esta é a razão mais profunda da inviolabilidade da dignidade humana perante qualquer tentação de avaliar a pessoa de acordo com critérios utilitários e de poder", reforçou Bento XVI.

Do Génesis, prosseguiu ele, emergem duas imagens significativas. A primeira é "a árvore do conhecimento do bem e do mal" (cf. Gn 2,15), ponto de referência em Deus por parte do homem, que deve "reconhecer o mundo não como propriedade a ser saqueada e explorada, mas como um dom do Criador".

E há também a imagem da serpente demoníaca (cf. Gn 2,8-15), que insinua ao homem "a desconfiança de que a aliança com Deus seja como uma corrente que o prende, que o priva da liberdade e das melhores coisas da vida". Daí a origem de todas as tentações: da pretensão de "construir o próprio mundo, de não aceitar as limitações da criatura, os limites do bem e do mal, da moralidade".

Se o homem "perverte a relação com Deus com a mentira, colocando-se no seu lugar, todas as outras relações acabam alteradas" e o outro "se torna um rival, uma ameaça", a ponto de "a inveja e o ódio pelo outro entrarem no coração do homem" e Caim chegar a matar o próprio irmão Abel (Gn 4,39).

Caindo no pecado original, o homem se rebela não apenas contra Deus, mas "contra si mesmo", originando assim "todos os pecados da história". O primeiro pecado é a destruição da "relação com Deus", que, juntamente com as relações humanas, é o ponto de partida para o homem ser ele mesmo.

O homem não pode "redimir-se sozinho". Só Deus pode restaurar as "relações corretas". Se Adão tinha a pretensão de tomar o lugar de Deus, Jesus Cristo reconstrói o "relacionamento filial perfeito com o pai", rebaixando-se, tornando-se "servo" e percorrendo "o caminho do amor, humilhando-se até a morte de cruz"; a mesmo cruz que, assim, se torna "a nova árvore da vida".

Viver de fé, concluiu Bento XVI, significa, portanto, "reconhecer a grandeza de Deus e aceitar a nossa pequenez, a nossa condição de criaturas, deixando que Nosso Senhor a preencha com o Seu amor".


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Verdade e coerência de fé e de vida

Mensagem do Bispo de Beja para a Quaresma de 2013


1. Valores do mundo e do Evangelho
A crise económica e financeira que o mundo atravessa e atingiu Portugal de modo a obrigar-nos a pedir ajuda externa, sem a qual muitos dos nossos serviços públicos e muitas famílias ficariam sem recursos para funcionar e sobreviver, veio acordar-nos da ilusão em que assentávamos o nosso relativo bem estar. Agora fala-se, escreve-se, discute-se, protesta-se, fazem-se greves, criticam-se governos e políticos anteriores e presentes, mas dá a impressão que ainda poucos se deram conta das ilusões sobre as quais baseiam os seus protestos. Todos querem voltar ao mesmo estilo e nível de vida, construindo sobre isso os seus projectos de felicidade.
 
Jesus Cristo, a sua vida e mensagem, continuadas na missão da Igreja, alerta-nos para outras prioridades, que, por vezes, se contrapõem aos nossos habituais desejos. Ao jovem rico que lhe pergunta que deve fazer para alcançar a vida eterna, para além do cumprimento dos mandamentos da lei, que ele já seguia fielmente, Jesus responde: «Se queres ser perfeito, vai, vende o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-me» (Mt 19,21).
 
Esta radicalidade de espírito e de estilo de vida é pedida a todos os discípulos de Cristo. Os bens deste mundo são para administrar e nunca podem constituir um fim em si mesmos, como se fossem a finalidade da nossa vida, o nosso Deus.
 
A vida cristã e sobretudo esta fase do ano de oração da Igreja, chamada Quaresma, vem acordar-nos para os valores e atitudes fundamentais do Evangelho, procurando compreendê-los com toda a verdade e, com coerência, conformando a nossa vida com eles, para sermos autênticos discípulos de Jesus Cristo, cuja paixão, morte e ressurreição celebramos na Páscoa.

2. Aprofundamento do ser cristão
Ninguém opta por um estilo de vida sem sentido, sem convicção de que é possível e atraente. Cristo não quis e não quer escravos, mas pessoas livres, entusiastas, convencidas e alegres, apesar do caminho proposto ser exigente. Por isso também hoje precisamos de conhecer melhor a pessoa de Jesus, o seu testemunho de vida e a sua mensagem. Não podemos ser cristãos frios ou mornos, apenas por tradição. Temos de formar a nossa fé, conhecer as razões da nossa esperança e viver de acordo com elas.
 
Este ano da fé proclamado pelo Papa Bento XVI e o tempo da Quaresma são propícios para este aprofundamento. Na diocese de Beja estamos a celebrar um Sínodo, ou seja, um tempo de consciencialização da nossa fé cristã e corresponsabilização na vida e missão da Igreja. Para isso foram elaborados subsídios de reflexão em grupo, com alguns textos do Evangelho e do Concílio Vaticano II. Nesta primeira fase do Sínodo olharemos para a Igreja que somos e queremos ser e sobre os modos e meios de construção dessa Igreja, livre, leve e alegre, para que seja fermento de comunhão e de vida fraterna no mundo em que vivemos. Por isso é importante que nos serviços, movimentos e paróquias formemos grupos de reflexão, a fim de darmos o nosso contributo para a realização comunitária do nosso ser cristão.

3. Fé, caridade e partilha fraterna

Mas a vida cristã não é apenas conhecimento, reflexão, saber. A fé impele para a vontade de conformar a vida com aquele em quem acreditamos, Jesus Cristo, que nos diz: se me tendes amor, cumpri os meus mandamentos... Amai-vos uns aos outros como eu vos amei (Jo 15, 12).
 
Na sua mensagem para a Quaresma deste ano, o Papa Bento XVI afirma que crer na caridade suscita caridade. Contemplando o amor que Deus nos tem, manifestado na vida de Jesus Cristo, somos impelidos a responder com amor, querendo e fazendo o bem a quem Ele ama. Este é um processo sempre a caminho, nunca concluído. O cristão é uma pessoa conquistada pelo amor de Cristo e, movido por este amor, sempre aberto ao amor do próximo. A caridade é, pois, a vida da fé, afirma o Papa, que nos conforma cada vez mais a Cristo, de modo a podermos exclamar como S. Paulo: já não sou eu que vivo, mas Cristo (e os que Ele ama e quer salvar) que vive em mim (cf Gl 2, 20).
 
A fé e a caridade são dois dons de Deus e duas atitudes que se entrelaçam na vida do cristão, cuja origem está em Deus e cuja meta também o é, envolvendo aqueles com quem vivemos, de modo a olhá-los e tratá-los com os olhos e o coração de Cristo. Exemplo forte desta verdade e atitude foi a Madre Teresa de Calcutá.
 
Esta atitude leva-nos a uma profunda e verdadeira comunhão e partilha de valores e de bens materiais e espirituais com o nosso próximo. Daí que ninguém que acredita em Deus e ama Jesus Cristo pode ficar indiferente a quem sofre. Por isso na Quaresma os cristãos são mais sensíveis à partilha e solidariedade com quem mais precisa. A Quaresma, com as indicações que dá tradicionalmente para a vida cristã, convida-nos precisamente a alimentar a fé com uma escuta mais atenta e prolongada da Palavra de Deus e a participação nos Sacramentos e, ao mesmo tempo, a crescer na caridade, no amor a Deus e ao próximo, nomeadamente através do jejum, da penitência e da esmola, diz o Papa na sua Mensagem.
 
Neste tempo de Quaresma é habitual fazer-se um ofertório especial para a Caritas diocesana e nacional, no terceiro domingo e também uma renúncia em benefício de algumas intenções indicadas pelas dioceses. Na Quaresma de 2012 a diocese de Beja orientou o resultado dessa renúncia e partilha para duas finalidades: metade para o fundo diocesano de emergência social e outra metade para a diocese de Quelimane, em Moçambique, agradecendo a colaboração do Padre Erbério, que esteve na Amareleja. Até 5 de Fevereiro foram entregues na Cúria diocesana 16.297,33 €.
 
Este ano queremos orientar o produto da renúncia para três finalidades, mantendo-se uma delas, ou seja, um terço para o fundo de emergência social através da Caritas diocesana; outro terço para os pobres das missões dos Vicentinos em Moçambique, confrades dos religiosos a paroquiar no concelho de Santiago do Cacém e a animar as missões populares na diocese; e o último terço para ajudar o Carmelo de Beja, agora com 10 irmãs, algumas provenientes do Quénia.
 
Olhemos para os nossos irmãos mais pobres e aprendamos a descobrir neles o rosto de Cristo, que disse, sempre que fizerdes o bem a um dos mais pequeninos é a mim que o fazeis. Assim teremos um encontro mais intenso e profundo com Cristo e os nossos irmãos mais carenciados, dando-nos oportunidade de crescer na fé e na capacidade de amar, pois é dando que se recebe.
 
Desejo a todos continuação de uma Santa Quaresma em clima sinodal.

† António Vitalino, Bispo de Beja


Mensagens, videntes, fenómenos extraordinários? Estes são os critérios para distinguir os erros





quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

De judeu ortodoxo a judeu messiânico, logo evangélico e agora católico por Teresa de Ávila e Stein





Menos palavras e mais acção


difusão da palavra e das palavras atingiu nos nossos dias uma projecção universal nunca antes vista, devido mass media e às novas aos grandes redes sociais. Em contraposição, e infelizmente, o valor da palavra foi-se esvaindo e é cada vez mais residual.

É espantosa a facilidade com que se lêem os factos, se julga, se condena e se absolve na praça pública; é incrível a multiplicação dos “treinadores de bancada”, a profusão de pseudo videntes, autênticos mestres da alquimia, de sentença inquestionável e infalível. O cortejo podia continuar …

Não sei se é pela especial devoção que tenho a S. Tomé, o incrédulo discípulo de Cristo, que, perante os cenários tão surrealistas que nos pretendem “vender”, me interrogo: e depois das palavras, o que fica? Quais as consequências? O que vai mudar e melhorar?

O também discípulo de Cristo, Tiago, dizia convictamente: “uma fé sem obras é morta, é nula”. Parafraseando esta afirmação apetece-me dizer: palavras sem obras, sem compromissos, sem contributos para mudar o que está errado, valem muito pouco, quase nada.

Sei que, ao fazer esta afirmação, eu próprio serei incoerente, se não procurar seguir um caminho diferente e fazer algo pelos outros, pela Sociedade. Creio que, nesta hora de dificuldade, de crise, de provação para tantas pessoas e famílias em Portugal e por esse Mundo fora, são-nos pedidas, a todos nós, mais provas, obras, e menos verborreia.

Termino, por isso, com as palavras de dois grandes homens. O primeiro, alentejano e português, natural de Montemor-o-Novo, é conhecido como S. João de Deus, e o Mundo inteiro confirma a grandeza da sua obra: “Fazei o bem, irmãos” foi o seu lema. O outro, Baden Powell (BP) é inglês, fundou o Escutismo e deixou-nos uma frase lapidar para seguirmos: “procuremos deixar este mundo um pouco melhor do que o encontrámos”.

“Palavras, leva-as o vento”. Por isso, caríssimos leitores, para mim e para vós, aqui fica mais um desafio.

Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário 

A religiosa «twitter» já tem milhares de seguidores... Diz como há que evangelizar na rede





quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Aleteia, o agregador mundial de webs católicas, firma aliança com o Google para revolucionar a rede

Fundado por Jesús Colina

Alguns chamam-no uma "santa aliança" entre Aleteia e Google, um acordo de colaboração entre os dois gigantes do ciberespaço que favorecerá os portais católicos.

Actualizado 30 Janeiro 2013

ReL / Vatican Insider


O Aleteia é um agregador mundial de portais católicos fundado há ano e meio pelo jornalista espanhol Jesús Colina, fundador, por sua vez, da agência de notícias católicas Zenit, e seu director até 2011.

O Aleteia é um espaço que engloba as webs católicas e apresenta-se como a «rede católica mundial para partilhar recursos sobre a fé com aqueles que buscam a verdade». Um projecto potente que tem a sua sede em Roma, muito próximo do Vaticano, e que acaba de estabelecer uma aliança com o gigante das buscas em linha Google.

O desafio do Google
Para Luca Giuratrabocchetta, presidente do Google em Itália: «A colaboração com o Aleteia representa um enorme desafio: facilitar o acesso a uma quantidade muito elevada de informação e favorecer a interacção entre uma quantidade enorme de utilizadores no mundo com absoluta eficiência, confiabilidade e segurança. Desde o primeiro encontro com o Aleteia gostámos de empreender este percurso juntos, pondo ao serviço da rede a experiência e a tecnologia da Enterprise (tanto na modalidade “Search” como na “Cloud”) que é parte do ADN do Google».

A colaboração entre o Aleteia e o Google Enterprise materializa-se sobretudo na adopção, por parte do Aleteia, da tecnologia do Google Search Appliance, um motor de busca interno destinado à valorização dos conteúdos publicados pelos partners do Aleteia na galáxia católica da rede.

Através do que em jargão internauta se chama “web listening”, a rede oferece a possibilidade de analisar as tendências mais importantes (“trending topics”), os argumentos mais importantes das discussões na linha relevantes para a Igreja.

... E oferecerá publicidade
Graças ao acordo com o Google, o Aleteia poderá ajudar a rentabilizar a publicidade dos portais católicos com o projecto AdEthic, um sistema para publicar publicidade especial nos sítios que tratem argumentos católicos.

A rede também lançou a primeira app para telefones inteligentes e tablets, dedicada ao Ano da Fé e que se chama “Porta Fidei”. Esta app oferecerá uma cobertura em tempo real dos factos mais importantes e dos discursos de Bento XVI e da Igreja no mundo durante o ano.

Uma comunidade internauta católica em crescimento
Além disso o Aleteia adopta a plataforma cloud do Google App Engine, para responder às exigências de uma comunidade em crescimento, que potencialmente reúne mais de um bilião de pessoas de todo o continente.

O Google App Engine é a plataforma de hosting e desenvolvimento de aplicações do Google, que permite a criação de aplicações web de um tráfico elevado sem ter que gerir a infra-estrutura graças ao uso da mesma tecnologia que fornece de velocidade e fiabilidade as webs do Google. O Google App Engine favorecerá a máxima escalabilidade global da plataforma, garantindo um nível de segurança de conectividade (Service Level Agreement) igual a 99,95%.

Foi sobre o Google App Engine que a Scube NewMedia, Google Enterprise Premium Partner, desenvolveu a aplicação de framework APE, usada para criar uma plataforma inovadora para gerir e publicar os conteúdos do Aleteia.org. APE tornou possível a integração dos serviços e das tecnologias web-based, habilitando o controlo centralizado do portal desde qualquer dispositivo e optimizando a consulta dos utilizadores desde qualquer parte do mundo.

A Scube NewMedia apoiou o Aleteia na criação e desenvolvimento do projecto tecnológico, formando plataformas e soluções para integrar os serviços Cloud e do Google. Além de ter contribuído à sinergia entre as diferentes tecnologias, a Scube NewMedia pôs à disposição do Aleteia as suas competências e a sua grande experiência como Cloud Solutions Provider.

No dia de hoje, centenas de partners provenientes da network do Aleteia e de todo o mundo católico pediram o poder usar os serviços de advertising do Aleteia, que prevê poder estar em pleno rendimento no próximo mês de Março, depois de um tempo de provas com o Aleteia.


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