Roma: 33º Congresso Bachelet, promovido pela Acção Católica Italiana
Roma, 07 de Fevereiro de 2013
“Olhar
para a Europa e vislumbrar a sua riqueza e o seu potencial, sem
esconder os seus limites e cansaços, sempre na certeza de que, sem a
Europa, seria difícil nos enxergarmos no contexto político, económico e
social de hoje”. Esta é a proposta do 33º Congresso Bachelet, "Uma
Europa a ser completada: unidade política e valores comuns", evento
cultural tradicional da presidência nacional da Acção Católica Italiana e
do Instituto Vittorio Bachelet, voltado ao estudo dos problemas sociais
e políticos do continente e realizado anualmente em homenagem ao
presidente morto pelas Brigadas Vermelhas, em 12 de Fevereiro de 1980. O
evento acontece em Roma nesta sexta-feira e no sábado.
Como observador atento do que ocorria no rescaldo da II Guerra
Mundial em solo europeu, Vittorio Bachelet escreveu em 1953: "A Europa
não é fácil de construir e há quem já acuse de lerdo o processo de
unificação europeia. Mas a unificação democrática, com base na discussão
e na colaboração, não pode não ser lenta: esta é a única maneira de se
identificar o bem comum, que é o bem verdadeiro para todos".
Sessenta anos mais tarde, aquela intuição política ainda permanece. O
caminho percorrido foi longo: o número de países membros, as áreas de
intervenção europeia, as fronteiras derrubadas, os direitos protegidos. E
é longo ainda o caminho a ser trilhado: a complementação da unidade
política e a construção da unidade na diversidade entre os povos e as
culturas.
No último ano, a Europa foi protagonista do acontecer público,
mostrando a sua presença em muitas das decisões dos países da União,
agindo como interlocutora principal na solução da crise. Esta exposição
mostrou que hoje é impensável agir em âmbito apenas nacional para domar
os mercados e salvar a democracia, mas, ao mesmo tempo, trouxe de volta à
tona o antieuropeísmo que ainda rasteja em alguns governos e mesmo em
cidadãos europeus. A crise financeira, aliás, foi transformada muitas
vezes numa crise social e de confiança nas instituições europeias. O
continente se vê numa situação de transição, que pede, de todos,
sabedoria e visão, para que o progresso alcançado não se perca no
horizonte.
Participam no 33º Congresso Bachelet: Gian Candido De Martin,
presidente do Conselho Científico do Instituto Vittorio Bachelet; Lucio
Caracciolo, diretor da Limes; Ugo De Siervo, presidente emérito do
Tribunal Constitucional italiano; Leonardo Becchetti, da Universidade
Tor Vergata; Fabio Mazzocchio, da Universidade de Palermo; dom Domenico
Sigalini, assistente geral da Acção Católica Italiana; Lorenzo Caselli,
da Universidade de Génova; Filippo Andreatta, da Universidade de
Bolonha; Francesco Malgeri, da Universidade La Sapienza; dom Pero Sudar,
bispo auxiliar de Sarajevo; Ilaria Vellani, diretora do Instituto
Vittorio Bachelet; e Franco Miano, presidente da Acção Católica Italiana.
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