Número de fiéis diminui e fica difícil sustentar a estrutura
Roma, 05 de Fevereiro de 2013
Na
carta pastoral enviada em Dezembro aos fiéis da capital alemã, o
cardeal Rainer Maria Woelki, arcebispo de Berlim, anunciou que em breve
será colocado em prática um plano que em sete anos reduzirá
progressivamente o numero de igrejas católicas no nordeste da Alemanha
em 70%. “As 105 igrejas da arquidiocese – afirma a carta - serão
reduzidas para 30 paróquias até 2020”, redução que afectará 400.000
católicos da arquidiocese de Berlim.
Nas declarações à agência Katholische Nachrichten (KNA) em
16 de Janeiro, o purpurado indicou que, em média, onze paróquias serão
reduzidas por ano na área pos-comunista que inclui as cidades de Berlim,
Brandenburgo e Mecklenberg-Vorpommern. “Isso não é apenas uma reforma
administrativa, mas também uma reforma espiritual”, comentou o arcebispo
alemão.
O bispo alemão George Maximilian Sterzinsky, que faleceu no ano
passado e era o antecessor do cardeal Woelki, havia começado há seis
anos a integrar as paróquias para reduzir o valor da divida da
arquidiocese de 140 milhões de dólares depois da reunificação da
Alemanha.
Actualmente as paróquias oferecem missa de domingo a uma média de
3.810 fiéis cada. Após a redução planeada, estima-se que em cada uma
das 30 paróquias que restarão, estará presente uma média de 13.300
católicos.
O cardeal Woelki disse à agência de notícias alemã que o objectivo da redução é dar à arquidiocese uma “estrutura sustentável”.
O arcebispo escreveu uma carta para as comunidades locais onde
explica que a decisão foi tomada com base em "processos de
desenvolvimento futuro e na redução da população", porque de acordo com o
cardeal, o número de membros da igreja será reduzido em 30% em algumas
regiões, num período de até 17 anos. Ele esclareceu ainda que a
decisão não foi devido à falta de dinheiro ou de pessoal.
O vigário geral Tobias Przytarski informou que os novos párocos serão libertados das tarefas administrativas.
A arquidiocese quer cobrir "grandes áreas pastorais", o que significa
que as paróquias restantes terão de cooperar mais estreitamente nos
próximos anos com a educação católica e as instituições sociais.
O cardeal Woelki afirmou na sua carta que as finanças da arquidiocese
haviam melhorado graças às "decisões corajosas e responsáveis" das
instituições eclesiásticas.
80% dos católicos alemães vivem em Berlim, cidade que recebeu um
pacote de ajuda de US$ 39 milhões de outras dioceses católicas em 1999.