terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A Igreja caldeia elege o seu patriarca

Depois da renúncia de Emmanuel III Delly
 

O Sínodo está em comunhão com Roma

Redacção, 29 de Janeiro de 2013 à 18:21

Quinze bispos da Igreja Caldeia - sete do Iraque, dois do Irão, dois dos EUA e um da Síria, Líbano, Canadá e Austrália – encontram-se reunidos em Roma para eleger o sucessor do Patriarca, o cardeal Emmanuel III Delly, de 85 anos, que renunciou ao cargo no passado dia 19 de Dezembro.

O Sínodo da Igreja Caldeia, de rito oriental e em comunhão com Roma, encontra-se reunido desde a segunda-feira 28 de Janeiro na casa de exercícios espirituais de São João e São Paulo, na colina romana do Céu, presidido pelo cardeal prefeito para as Igrejas Orientais, Leonardo Sandri, informou hoje o Vaticano.

"Fé, diálogo ecuménico e diálogo com as outras religiões, em particular com os muçulmanos e judeus, liberdade religiosa e defesa dos direitos fundamentais das pessoas são os desafios que tem que enfrentar a Igreja Caldeia, que se unem aos problemas políticos, sociais e económicos que afectam os países onde vivem, começando pelo Iraque e Síria", disse o cardeal Sandri no começo do Sínodo.

O cardeal argentino assegurou-lhes que Bento XVI segue com muito interesse, "com o coração", a situação desta Igreja e sublinhou que o Sínodo se celebra no meio do Ano da Fé, "convocado pelo Pontífice para que se possa compreender mais profundamente a fé cristã, dom que há que voltar a descobrir, cultivar e testemunhar".

O papa Ratzinger já aceitou em 19 de Dezembro de 2012 a renúncia do Patriarca do cardeal Emmanuel III Delly e nomeou administrador da Igreja Caldeia até que o Sínodo eleja novo patriarca o arcebispo de Nisibi de Caldeia, Jacques Isahq, de 74 anos.

A Igreja caldeia é constituída na maioria por cristãos iraquianos que são quase 600.000.
A sede do Patriarcado está em Bagdad, onde vive a comunidade mais numerosa destes católicos de rito oriental, uns 350.000. Os caldeios celebram todavia os seus ritos em arameu.

A Igreja Caldeia dedica-se sobretudo à educação e assistência das numerosas famílias pobres, cristãs e muçulmanas que há no Iraque. Em todo o mundo há um milhão de caldeios.

Bento XVI expressou em numerosas ocasiões a sua preocupação pela situação em que vivem os cristãos iraquianos, cujas raízes são muito antigas, até ao ponto de que se definem como "filhos de São Tomás".

No total são uns 800.000, quase três por cento da população iraquiana.

A maioria, 70 % são católicos e o resto ortodoxos. Também estão os membros da Igreja assíria do Oriente, igreja autónoma que não está em comunhão com Roma, mas tampouco com as igrejas ortodoxas; alguns protestantes e os nestorianos.

Os católicos repartem-se entre a igreja caldeia, maioritária, os de rito latino, os arménios e os sírio-católicos. Os ortodoxos são sírio-ortodoxos e arménios apostólicos.

(Rd/Agencias)


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