quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

AwestruckGlobal, uma nova rede social católica que tira partido da tecnologia

Da África do Sul para o mundo

Actualizado 25 Janeiro 2013

RomeReports / ReL

Além do Facebook ou MySpace, existem redes sociais para utilizadores especializados: por exemplo, para apaixonados das motos, para amantes dos cães, e inclusive, para quem procura uma casa no estrangeiro.

Por isso, não é de estranhar que haja também uma rede social para católicos. Chama-se Awestruck (www.awestruckglobal.com) e já conecta milhares de utilizadores em todo o mundo.

Norman Servais, director criativo da Awestruck explica que “é para católicos que querem estar ligados de um modo diferente. Católicos que gostam da ideia de ter algo parecido com o Facebook, mas sem publicidade e com um conteúdo de acordo com a identidade cristã”.

Os seus autores propõem uma espécie de Facebook católico. Ou seja, sem publicidade e com conteúdos não ofensivos. Mas sem renunciar à criatividade.

“Dissemos: ´Vamos a ser criativos. Vamos fazer uma plataforma que reúna vídeos, um espaço muito social que permita aos católicos comunicar-se de um modo novo´. Dissemo-nos ´Vamos explorar e tirar partido das oportunidades que nos oferece a tecnologia´”, explica Servais.


Não é uma casualidade que o projecto tenha nascido na África do Sul, um país no qual os católicos são uma minoria.

“O problema que temos na África do Sul, onde os católicos são só 7%, é que nos sentimos um pouco isolados. Por isso, buscávamos novos modos de que se escute a nossa voz, já que não temos espaço nas televisões nacionais e não é fácil encontrar conteúdos católicos”, afirma o director do Awestruck.

Entre os utilizadores há bloggers, amas de casa, paróquias, iniciativas de caridade e meios de comunicação. O mapa cresce dia a dia. E os seus criadores sonham que rapidamente se inscreva também Bento XVI. Se já está no Twitter, não seria estranho que estivesse também no Awestruck.


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Os 10 indícios de que a cultura pró-vida vencerá ao aborto nos Estados Unidos

Segundo o politólogo George Weigel

Há 40 anos, quando se liberalizou o aborto, não havia sonogramas, nem se sabia tanto como hoje de embriologia. A sociedade continua sem aceitar o aborto e o movimento pró vida é cada vez mais jovem, criativo e ganha muitas batalhas parciais, cada vez mais.

Actualizado 25 Janeiro 2013

J. G. /ReL

George Weigel é um influente analista social católico, membro do Ethics and Public Policy Center, famoso pela sua biografia sobre João Paulo II “Testemunho da Esperança”; em espanhol publicou além disso “A coragem de ser católico”, “Política sem Deus” e “Cartas a um jovem católico”, entre outros.

Enquanto os Estados Unidos celebram (ou lamentam) os seus 40 anos de aborto liberalizado pela sentença Roe vs. Wade, que parecia blindar o aborto como um direito para sempre no gigante norte-americano, Weigel publicou na revista “First Things” 10 indícios de que a médio ou longo prazo a vitória estará do lado pró-vida.

1.    Há já 40 anos que se praticam abortos de forma generalizada mas a sociedade norte-americana, ainda que seja individualista e prática, continua sem aceitá-lo nem vê-lo como algo normal; o aborto é algo feio, irritante e na profissão sanitária contínua vendo-se com muitos maus olhos.

2.    Nestes 40 anos, os avanços científicos sobre a gestação e a reprodução humana deixaram obsoletos os argumentos “pseudocientíficos” que se usaram na sentença Roe vs. Wade.

3.    Os sonogramas permitem ver o feto dentro da mãe; quase todas as famílias viram já as ecografias de filhos, netos, sobrinhos; há fotos deles nos álbuns antes que nasçam. Isso muda a cultura.

4.    Em 1992 o Tribunal Supremo dos EUA, no caso “Casey vs. Planned Parenthood” vinha pedir que se acabasse o debate sobre o aborto, que se desse o aborto como algo consagrado na lei norte-americana para sempre. Mas a sociedade – incluindo os bispos dos EUA - não se calou, “e o movimento pró-vida cresceu mais do que nunca”.

5.    Com o tempo, os lobbies e associações pró-aborto tornaram-se cada vez mais rígidos, e começam a parecer histéricos e exagerados ante a opinião pública. “Em certos círculos políticos o aborto parece tratar-se como una espécie de sacramento secular”, assinala Weigel. As pessoas vêem que os abortistas se opõem a tudo: as leis de consentimento informado, as notificações a pais de menores, aos períodos de reflexão, às inspecções, ao uso de monogramas, etc, etc…

Os pró vida são cada vez mais jovens e são mais entre os jovens, enquanto os abortistas envelhecem. A Marcha pela Vida de Washington em cada 25 de Janeiro tem mais e mais jovens ano após ano, o mesmo se passa nos protestos locais, as associações, os grupos pró-vida universitários, os grupos de médicos e enfermeiras… “O movimento pró vida nos EUA está no seu momento mais robusto e revitalizante”, considera Weigel.

6.    “Os pró vida foram conseguindo mais e mais êxitos a nível das leis estatais nos anos recentes e pode-se esperar que tenham ainda mais a esse nível no futuro imediato”.

7.    A argumentação legal que se usou em Roe vs. Wade, com a passagem dos anos, torna-se cada vez menos plausível; um dos juízes que emitiu um voto discrepante, Byron White, disse que era um exercício de “poder judicial cru”. “Poucos académicos legais sérios defendem o raciocínio legal de Roe vs. Wade”, diz Weigel.

8.    Os Estados Unidos encheram-se de centros de assistência à grávida que demonstraram, caso a caso, uma e outra vez, que o movimento pró vida é um movimento de compaixão e apoio. Weigel não o diz, mas entende-se que o grupo abortista fica, simplesmente, como um negócio à custa da grávida.

9.    Nas estatísticas nota-se: uma sondagem Gallup de 2012 demonstrou que já metade dos norte-americanos se autodefine como “pró vida”.

Quarenta anos depois da liberalização do aborto nos EUA há razões para pensar que dentro de outros 40 anos a situação será muito diferente.

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Descobre a fé católica depois de 20 anos como budista e é membro laico da Ordem dos Dominicanos

Era professor de Filosofia indiana e tibetana

Paul Williams fala da sua mudança «desde a autêntica desesperação até à esperança».

Actualizado 24 Janeiro 2013

Sara Martín / ReL


Paul Williams cresceu numa família ligada à religião anglicana. Em adolescente juntou-se ao coro da paróquia — «encantava-me cantar música sacra», reconhece —, confirmou-se na década dos sessenta e levava a Sagrada Comunhão às casas. Mas depois, na sua juventude, começou a mudar, deixou o coro e não frequentou mais a paróquia: «Deixei o cabelo comprido e comecei a vestir estranho», explica.

Paul foi para a Universidade de Sussex para estudar Filosofia. Para isso então, «tal como muitos na década de 1960», tinha desenvolvido um grande interesse pela meditação e as coisas indianas. Canalizou todo esse interesse de forma particular na Filosofia indiana, e fez o doutoramento em Filosofia budista pela Universidade de Oxford. A mudança interior havia começado.

Professor e referência do Budismo
Até 1973 já tinha começado a pensar em mim mesmo como budista. Finalmente fiz-me budista formalmente segundo a tradição do Dalai Lama do budismo tibetano», continua contando. Na década de 1980, Paul começou a ensinar na Universidade de Bristol, e foi ali onde criou um centro budista. Também começou a ensinar a prática do Budismo em centros budistas.

Além do meu trabalho académico em Filosofia budista na Universidade, escrevi e dei conferências como budista tibetano. Apareci na televisão e na rádio». Williams já era conhecido pela sua posição e pela sua defesa da religião budista. Chegou a participar em diálogos públicos e privados com cristãos, incluindo com Hans Küng e Raimundo Pannikkar.

«Estava interessado na Filosofia, mas também estava interessado na meditação e o exótico Oriente. A muitos de nós parecia-nos atractivo o budismo, entre outras coisas, porque parecia muito mais racional que as demais opções, mas também muito, muito mais exótico», reconhece. Em particular, o budismo parecia-lhe «muito mais sensato» que uma religião teísta como o Cristianismo.

A existência de Deus e a reencarnação
Os budistas não crêem em Deus, explica Paul. «Não parecia haver nenhuma razão para crer em Deus, e a existência do mal convertia-se para nós num argumento positivo contra a existência de Deus. Quando dei um passo atrás e tratei de ser o mais objectivo possível, Deus parecia-me cada vez menos provável. No budismo cada um tem um imenso, sofisticado e exótico sistema de moralidade, espiritualidade e filosofia que não requer Deus em absoluto», raciocina. «De repente, todas as dificuldades que envolvem a aceitação da existência de Deus ficam de lado».

Sem dúvida, com os anos Paul desenvolveu um «mau estar crescente» com respeito à reencarnação e à doutrina do karma. «Os budistas dizem que todos renascemos um número infinito de vezes. Não se necessita de nenhum Deus para dar começo porque não existe um começo. As coisas estiveram por aí (em alguma parte) por toda a eternidade». A reencarnação nunca foi parte da ortodoxia cristã. E há boas razões para isso. É incompatível com certas doutrinas cristãs absolutamente centrais, incluindo o valor inestimável de cada pessoa de forma individual e a justiça de Deus. «Se a reencarnação é certa, sendo realistas, não temos esperança. É uma doutrina sem esperança. Como budista, dei-me conta de que não tinha nenhuma esperança», admite Paul.

«Dei-me conta de que, se o Budismo era a verdade, a menos que alcançasse a iluminação nesta vida, — que é quando o ciclo completo da reencarnação chega ao seu fim —, não tinha esperança. Cada um de nós, a pessoa que somos, perde-se para sempre. Se me reencarnava, a pessoa que sou agora nesta vida deixava de existir, porque o budismo nega explicitamente a possibilidade de renascer sendo a mesma pessoa. E isso para mim representava uma completa falta de esperança. Estava absolutamente certo de que a religião budista tinha razão? A reencarnação supunha, então, uma incompatibilidade com o valor infinito da pessoa», pergunta-se.

O cristão tem esperança
Mas o cristianismo é a religião do valor infinito da pessoa, e assim o descobriu Paul na sua viragem espiritual. A pessoa que somos ou que podemos chegar a ser não é algo acidental ou sem importância: «Cada pessoa é uma criação individual de Deus, infinitamente amada e valorizada como tal por Deus. Nisto se baseia toda a moral cristã, desde o valor da família, até o altruísmo e a abnegação dos santos. E devido a que somos infinitamente valiosos para Deus, Jesus Cristo morreu para salvar-nos a cada um de nós. Não morreu para salvar seres reencarnados. E nós somos as pessoas que somos, com a nossa história, nossa família e os nossos amigos», raciocina.

Foram estes pensamentos os que começaram a produzir uma mudança interior em Paul. Se se podia sobreviver à morte — e a fé dos cristãos que tem origem na ressurreição de Cristo baseia-se nisto —, não podia ser em termos de reencarnação, porque a reencarnação e o valor infinito da pessoa são incompatíveis. «A visão cristã da morte é de esperança e de triunfo, porque não vê a morte como um vazio, um nada. A história não terminou para as pessoas que somos, e sabemos que não nos separaremos para sempre dos nossos amigos e familiares».

A prioridade para a Igreja Católica
Foram pensamentos como estes os que, pouco a pouco, me levaram longe do Budismo. Os cristãos têm esperança e eu queria tê-la, assim que voltei a reexaminar as coisas que havia rejeitado. Convenci-me de que era racional crer em Deus, muito mais racional que não crer Nele. E ao chegar a crer em Deus, já não podia ser budista, tinha que ser teísta». Ao examinar todas as possibilidades, Paul surpreendeu-se ao dar-se conta de que a ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos era a explicação mais racional. «Isso é o que me fez pensar que o cristianismo era a opção mais racional de entre as religiões teístas. E, como cristão, dei a prioridade à Igreja Católica. Agora vivo em gratidão e esperança. E nunca, nunca, nem por um momento, me arrependi da minha decisão», conclui. Mais ainda, inclusive casado e com três filhos, decidiu fazer-se membro laico da Ordem dos Religiosos Dominicanos.

Paul Williams escreveu vários livros sobre o cristianismo e o budismo: The Unexpected Way (O caminho inesperado), Buddhism from a Catholic Perspective (O Budismo desde uma perspectiva católica) e uma colaboração para The Catholic Church and the World Religions (A Igreja Católica e as religiões do mundo)


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Que ninguém se sinta esquecido

Tweet de Bento XVI enviado após a catequese desta quarta-feira

CIDADE DO VATICANO, Quarta-feira, 30 Janeiro 2013

Com desejo de estar do lado dos homens e mulheres de hoje, e permanecer do lado deles com a sua palavra, toda quarta-feira, depois da Audiência Geral, o Santo Padre lança o seu tweet.

Hoje, o Papa escreveu: “Todo ser humano é amado por Deus Pai. Que ninguém se sinta esquecido, pois o nome de cada um está escrito no Coração amoroso do Senhor”.


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A falta de fé pode ferir a validade do matrimónio

Bento XVI aos membros da Rota Romana pediu para estudar o tema. A fidelidade à Igreja de um cônjuge abandonado é exemplo para toda a sociedade

ROMA, Quarta-feira, 30 Janeiro 2013

"A falta de fé pode ferir os bens do matrimónio: procriação, fidelidade conjugal e indissolubilidade”, é o ponto central da mensagem que Bento XVI dirigiu sábado passado à Rota Romana, tribunal vaticano encarregado pelos casos de nulidade matrimonial.

Em seu discurso por ocasião da inauguração do ano judiciário, na Sala Clementina, o Papa apresentou a ausência de fé como uma das principais causas, não da nulidade matrimonial, mas de ferida da mesma, ainda que não fechou totalmente a questão pois indicou que “no contexto actual, será necessário promover reflexões mais profundas”.

E disse que não devemos confundir a intenção das partes, com a fé pessoal que têm, ainda que “não seja possível separá-las totalmente”. O santo padre lembrou a realidade natural do matrimónio “como um pacto irrevogável entre homem e mulher”, enquanto que no plano teológico “assume um significado ainda mais profundo”.

Indicou que pode haver casos em que "justamente por causa da ausência de fé, o bem dos cônjuges fique danificado, ou seja, excluído do mesmo consenso”.

"Não pretendo certamente – disse o papa – sugerir uma fácil ligação entre carência de fé e nulidade da união matrimonial, mas evidenciar como tal carência possa, ainda que não necessariamente, ferir também os bens do matrimónio, desde o momento em que a referência à ordem natural querida por Deus seja inerente ao pacto conjugal”.

O pontífice disse que a rejeição da proposta divina conduz a um profundo desequilíbrio em todas as relações humanas. E também falou dos "desafios urgentes" que deve enfrentar a família dado que a cultura contemporânea tem um "elevado subjectivismo e relativismo ético e religioso”.

Além do mais lembrou que existe uma mentalidade muito generalizada que considera a liberdade do indivíduo em contradição com a capacidade do ser humano de ligar-se por toda a vida. De que a pessoa “seja ela mesma, permanecendo autónoma e entrando em contacto com o outro somente por meio das relações que podem ser interrompidas a qualquer momento”.

Bento XVI também disse que o vínculo que se toma para toda a vida depende muito da perspectiva, “fixada num plano meramente humano”, ou aberta “à luz da fé no Senhor”.

Disse que a indissolubilidade do pacto entre um homem e uma mulher "não requer, para a sacramentalidade, a fé pessoal dos noivos”, ainda que se requer como condição mínima necessária a intenção de fazer o que pede a Igreja.

E o Papa volta a indicar que “é importante não confundir o problema da intenção com o da fé pessoal dos contraentes” ainda que “não é possível separar totalmente”.

"O estar fechado para Deus ou a rejeição da dimensão sagrada da união conjugal “pode chegar a minar a validade do pacto, quando (...) se traduza numa rejeição da fidelidade ou dos outros elementos ou propriedades essenciais do matrimónio”.

Enquanto isso o Papa recordou a importância do exemplo como o de "um cônjuge abandonado ou que tenha sofrido um divórcio, e que reconhece a indissolubilidade do matrimónio, que consegue não deixar-se “implicar numa nova união... Nesse caso seu exemplo de fidelidade e de coerência cristã assume um especial valor de testemunho diante do mundo e da igreja”.

Devido à complexidade do tema, passamos o link do texto original no italiano:



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Uma atitude aparentemente débil, feita de mansidão, paciência e amor, demonstra que este é o verdadeiro modo de ser poderoso!

Palavras de Bento XVI durante a Audiência Geral de hoje pela manhã

ROMA, Quarta-feira, 30 Janeiro 2013

A Audiência Geral desta manhã ocorreu às 10h30 na Sala Paulo VI, onde o Santo Padre Bento XVI encontrou grupos de peregrinos e fieis provenientes da Itália e de toda parte do mundo. No discurso em língua italiana o Papa continuou o ciclo de catequeses dedicados ao Ano da fé. A Audiência Geral se concluiu com o canto do Pater Noster e com a Bênção Apostólica. Publicamos a seguir a tradução de ZENIT das palavras do Pontífice:

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Creio em Deus, Pai Todo-Poderoso

Queridos irmãos e irmãs,

Na catequese da quarta-feira passada, consideramos as palavras iniciais do credo: "Creio em Deus". Mas a profissão de fé especifica esta afirmação: Deus é o pai todo-poderoso, criador do céu e da terra. Gostaria que reflectíssemos agora sobre a primeira e fundamental definição de Deus que o credo nos apresenta: ele é pai.

Nem sempre é fácil falar de paternidade hoje. No ocidente, em especial, há muitos factores que podem impedir uma relação pacífica e construtiva entre pais e filhos, como as famílias desestruturadas, os compromissos de trabalho mais absorventes, as preocupações e, tantas vezes, a dificuldade para equilibrar o orçamento familiar, além da invasão distrativa da mídia na vida diária. A comunicação se torna difícil, a confiança pode ser perdida e a relação com a figura do pai pode se tornar problemática. Assim, quando não se tem modelos adequados de referência, torna-se difícil também imaginar Deus como pai. Para aqueles que tiveram a experiência de um pai muito autoritário e inflexível, ou indiferente e pouco afectuoso, ou mesmo ausente, não é fácil pensar com serenidade em Deus como pai e entregar-se a ele com confiança.

A revelação bíblica, no entanto, nos ajuda a superar essas dificuldades ao falar de um Deus que nos mostra o que significa verdadeiramente ser "pai". E é especialmente o evangelho que nos revela o rosto de Deus como um pai que ama até a doação do próprio filho para a salvação da humanidade. A referência à figura paterna ajuda a compreender um pouco do amor de Deus, mesmo que o amor divino seja infinitamente maior, mais fiel, mais total que o de qualquer homem. “Quem de vós”, pergunta Jesus aos discípulos para lhes mostrar o rosto do pai, “ao filho que lhe pedir pão, dará uma pedra? E, se pedir um peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem" (Mt 7,9-11; cf. Lc 11,11-13 ). Deus é nosso pai porque nos abençoou e escolheu antes da criação do mundo (cf. Ef 1,3-6) e fez de nós, realmente, seus filhos em Jesus (cf. 1 Jo 3,1). E, como pai, Deus acompanha com amor a nossa vida, dando-nos a sua palavra, os seus ensinamentos, a sua graça, o seu Espírito.

Ele, como revelado por Jesus, é o pai que alimenta as aves do céu sem que elas precisem plantar ou colher, e reveste de cores maravilhosas as flores do campo, com vestes mais belas que as do rei Salomão (cf. Mt 6,26-32 e Lc 12,24-28). E nós, acrescenta Jesus, valemos muito mais do que as flores e as aves do céu! E se Deus é bom o suficiente para fazer "nascer o seu sol sobre maus e bons, e vir a chuva sobre os justos e sobre os injustos" (Mt 5,45), podemos sempre, sem medo e com total confiança, confiar-nos ao seu perdão de pai quando trilhamos o caminho errado. Deus é um pai bom que acolhe e abraça o filho perdido e arrependido (cf. Lc 15,11), que dá gratuitamente a quem pede (cf. Mt 18,19; Mc 11,24; Jo 16,23) e que oferece o pão do céu e a água viva que dá a vida eterna (cf. Jo 6,32.51.58).

O filho orante do Salmo 27, cercado por inimigos, assediado pelos maus e por caluniadores, enquanto pede a ajuda do Senhor e o invoca, dá o seu testemunho cheio de fé, dizendo: "Meu pai e minha mãe me abandonaram, mas o Senhor me acolheu" (v. 10). Deus é um pai que nunca abandona os seus filhos, um pai amoroso que apoia, ajuda, acolhe, perdoa, salva, com uma fidelidade que supera imensamente a dos homens, para abrir-se uma dimensão de eternidade. "Porque o seu amor é para sempre", repete a cada verso, como em uma ladainha, o Salmo 136, percorrendo a história da salvação. O amor de Deus pai nunca falha, nunca se cansa de nós; é amor que se dá até o extremo, até o sacrifício do próprio filho. A fé nos dá esta certeza, que se torna uma rocha segura para a construção da nossa vida: nós podemos enfrentar todos os momentos de dificuldade e de perigo, a experiência do tempo escuro da crise e da dor, apoiados na certeza de que Deus não nos deixa sós e fica sempre perto, para nos salvar e nos levar à vida eterna.

É em Jesus que se mostra por inteiro o rosto benevolente do pai que está nos céus. É conhecendo Jesus que podemos conhecer o pai (cf. Jo 8,19; 14,7), e, vendo-o, vemos o pai, porque ele está no pai e o pai está nele (cf. Jo 14,9.11). Ele é a "imagem do Deus invisível", como definido pelo hino da Carta aos Colossenses, "primogénito de toda a criação... primogénito de quem ressuscitou dos mortos", "por meio do qual temos a redenção, a remissão dos pecados" e a reconciliação de todas as coisas, "tendo pacificado com o sangue da sua cruz tanto as coisas que estão na terra quanto aquelas que estão nos céus" (cf. Col1 ,13-20).

A fé em Deus pai nos pede crer no filho, sob o agir do Espírito, reconhecendo na cruz que salva a revelação final do amor divino. Deus é nosso pai ao nos dar o seu filho; Deus é nosso pai perdoando os nossos pecados e nos trazendo a alegria da vida ressuscitada; Deus é nosso pai nos dando o Espírito que nos torna filhos e nos permite chamá-lo, na verdade, "Abba, Pai!" (cf. Rm 8,15). É por isso que, ao nos ensinar a orar, Jesus nos convida a dizer "pai nosso" (Mt 6,9-13; cf. Lc 11,2-4).

A paternidade de Deus é amor infinito, ternura que se inclina sobre nós, filhos frágeis, necessitados de tudo. O Salmo 103, o grande hino de misericórdia divina, proclama: "Assim como um pai é terno para com seus filhos, o Senhor é terno para com quem o teme, porque ele sabe do que somos feitos, ele se lembra de que somos pó" (Sl 103,13-14). É justamente a nossa pequenez, a nossa frágil natureza humana, a nossa fraqueza, que se transforma em apelo à misericórdia do Senhor para que ele manifeste a sua grandeza e ternura de pai, ajudando-nos, perdoando-nos e salvando-nos.

E Deus responde ao nosso apelo enviando o seu filho, que morre e ressuscita por nós; entra em nossa fragilidade e faz o que, por si só, o homem nunca poderia fazer: ele toma sobre si o pecado do mundo, como cordeiro inocente, e nos reabre o caminho para a comunhão com Deus, tornando-nos verdadeiros filhos de Deus. É ali, no mistério pascal, que se revela em toda a sua luminosidade o rosto definitivo do pai. E é ali, na cruz gloriosa, que acontece a plena manifestação da grandeza de Deus como "Pai Todo-Poderoso".

Mas podemos perguntar: como é possível imaginar um Deus Todo-Poderoso quando olhamos para a cruz de Cristo? Como, se vemos esse poder do mal, que chega ao ponto de matar o filho de Deus? Nós esperamos uma omnipotência divina de acordo com os nossos padrões de pensamento e com os nossos desejos: um Deus todo-poderoso que resolva os problemas, que nos evite as dificuldades, que vença o adversário, que mude o curso dos acontecimentos e anule a dor. Diversos teólogos dizem que Deus não pode ser omnipotente, pois, se fosse, não haveria tanto sofrimento, tanto mal no mundo. Diante do mal e do sofrimento, para muitos, para nós, é problemático, é difícil acreditar em um Deus Pai Todo-Poderoso. Alguns procuram refúgio em ídolos, cedendo à tentação de encontrar uma resposta numa omnipotência "mágica" e nas suas promessas ilusórias.

Mas a fé no Deus Todo-Poderoso nos conduz por caminhos muito diferentes: nos leva a aprender que o pensamento de Deus é diferente do nosso, que os caminhos de Deus são diferentes dos nossos (cf. Is 55,8) e que mesmo a sua omnipotência é diferente: não é uma força automática ou arbitrária, e sim um poder caracterizado por uma liberdade amorosa e paterna. Deus, ao criar seres livres, dando-lhes liberdade, renunciou a uma parte do seu poder, permitindo o poder da nossa liberdade. Ele ama e respeita a livre resposta de amor ao seu apelo. Como pai, Deus quer que nos tornemos seus filhos e vivamos como tais em seu Filho, na comunhão, na intimidade plena com ele. A sua onipotência não se expressa na violência, não se expressa na destruição de todo poder adverso, como nós gostaríamos, mas sim no amor, na misericórdia, no perdão, na aceitação da nossa liberdade e no incansável chamado à conversão do coração, numa atitude aparentemente frágil: Deus parece frágil, se pensarmos em Jesus Cristo orando, deixando-se matar. Uma atitude aparentemente débil, feita de mansidão, paciência e amor, demonstra que este é o verdadeiro modo de ser poderoso! Este é o poder de Deus! E este poder vencerá! O sábio do livro da Sabedoria se volta para Deus dizendo: "És misericordioso para com todos porque tudo podes; fechas os olhos para os pecados dos homens, à espera do seu arrependimento. Tu amas todas as coisas que existem... És indulgente com todas as coisas porque são tuas, Senhor, que amas a vida" (11,23-24a.26).

Só os realmente poderosos podem suportar o mal e se mostrar compassivos; só os realmente poderosos podem exercitar plenamente o poder do amor. E Deus, a quem pertencem todas as coisas, porque todas as coisas foram feitas por ele, revela a sua força amando tudo e a todos, em uma espera paciente pela conversão de todos nós, os homens, que ele deseja ter como filhos. Deus espera a nossa conversão. O amor todo-poderoso de Deus não tem limites, tanto que "ele não poupou o próprio filho, mas o entregou por todos nós" (Rm 8,32). A omnipotência do amor não é a do poder do mundo, mas a do total doar, e Jesus, o filho de Deus, revela ao mundo a omnipotência verdadeira do pai dando a vida por nós, pecadores. Este é o real, autêntico e perfeito poder divino: responder ao mal não com o mal, mas com o bem; aos insultos com o perdão, ao ódio assassino com o amor que faz viver. Assim o mal é derrotado, porque o amor de Deus o lavou; assim a morte é finalmente vencida, porque é transformada no dom da vida. Deus pai ressuscita o filho: a morte, a grande inimiga (cf. 1 Cor 15,26), é privada do seu veneno (cf. 1 Cor 15,54-55), e nós, libertados do pecado, podemos viver a nossa realidade de filhos de Deus.

Quando dizemos "Creio em Deus Pai Todo-Poderoso", expressamos a nossa fé no poder do amor de Deus, que, em seu filho morto e ressuscitado, derrota o ódio, o pecado, o mal, e nos dá a vida eterna, aquela dos filhos que desejam estar para sempre na "casa do pai". Dizer "Creio em Deus Pai Todo-Poderoso", no seu poder, no seu modo de ser pai, é sempre um ato de fé, de conversão, de transformação dos nossos pensamentos, de todo o nosso afecto, de todo o nosso modo de viver.

Queridos irmãos e irmãs, peçamos ao Senhor que sustente a nossa fé, que nos ajude a encontrar a verdadeira fé e nos dê a força para anunciar o Cristo crucificado e ressuscitado e para dar testemunho dele no amor a Deus e ao próximo. Deus nos conceda receber o dom da nossa filiação para vivermos plenamente a realidade do credo, na entrega confiante ao amor do pai e à sua omnipotência misericordiosa, que é omnipotência verdadeira e salvadora.

Antes de conceder a bênção:
Dirijo-me aos jovens, aos doentes e aos recém-casados. Amanhã celebramos a memória litúrgica de São João Bosco, sacerdote e educador. Vejam nele, queridos jovens, um verdadeiro mestre de vida. Queridos doentes, aprendam com a experiência espiritual dele a confiar em todas as circunstâncias no Cristo crucificado. E vocês, queridos recém-casados, recorram à sua intercessão para viver com generoso compromisso a sua missão de esposos. Obrigado.


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A verdadeira omnipotência se expressa no amor

Durante a Audiência Geral, Bento XVI reflectiu na paternidade de Deus

Luca Marcolivio
ROMA, Quarta-feira, 30 Janeiro 2013

"Ele é o Pai" esta verdade fundamental da fé cristã foi considerada pelo Papa Bento XVI durante a Audiência Geral desta manhã. Continuando a série de catequeses dedicadas ao Ano da Fé, o Papa retomou o tema da audiência da última quarta-feira, dedicada ao Credo.
Hoje em dia, disse o Papa, é difícil até mesmo falar da paternidade humana, especialmente no Ocidente, onde "famílias desestruturadas, compromissos de trabalho mais absorventes, preocupações e muitas vezes o esforço para equilibrar o orçamento familiar, distraindo a invasão dos meios de comunicação na vida diária são alguns dos muitos factores que podem impedir uma relação pacífica e construtiva entre pais e filhos".

Com mais razão torna-se “problemático” imaginar Deus como um pai, especialmente para quem não tem “modelos adequados de referência". Quem, por exemplo, tem experimentado um pai "muito autoritário e inflexível, ou indiferente e carente de afecto, ou mesmo ausente," encontrará dificuldade ao “pensar com serenidade em Deus como Pai e abandonar-se à Ele com confiança”.

Contudo, a Bíblia, especialmente o Novo Testamento, nos fala de um Deus que é verdadeiramente Pai, em quanto que “ama até o dono do próprio Filho para a salvação da humanidade”. A paternidade de Deus, portanto, ajuda a compreender a natureza do seu amor que “permanece infinitamente maior, mais fiel, mais total do que o de qualquer homem".

Então, Deus como Pai, “acompanha com amor a nossa existência, dando-nos a sua Palavra, o seu ensinamento, a sua graça, o seu Espírito”, afirmou o Papa.

É aquele Pai que "alimenta as aves do céu sem que elas tenham que plantar e colher, e veste de cores maravilhosas as flores dos campos, com roupas mais bonitas do que as do rei Salomão (cf. Mt 6,26-32, Lc 12, 24 -28); e nós - acrescenta Jesus – valemos muito mais do que as flores e os pássaros do céu!". É aquele Pai bom que “ acolhe e abraça o filho perdido e arrependido (cf. Lc 15,11 ss), dá gratuitamente aos que o pedem (cf. Mt 18,19, Mc 11,24, Jo 16, 23) e oferece o pão do céu e a água viva que dá a vida para sempre (cf. Jo 6,32.51.58)".

Deus Pai nunca abandona os seus filhos, e nunca se cansa deles. A sua fidelidade “supera imensamente aquela dos homens, para abrir-se a dimensões de eternidade”. Por sua vez, em Jesus Cristo é revelado em toda a sua plenitude "o rosto benevolente do Pai que está nos céus": somente conhecendo a Ele - "imagem do Deus invisível" (Col 1, 15) - que podemos conhecer o Pai.

"A fé em Deus Pai pede para crer no Filho, sob a acção do Espírito, reconhecendo na Cruz que salva a revelação final do amor divino", continuou o Papa. Além do mais, Deus é Pai, “dando-nos o seu Filho", enquanto que "é dando-nos o Espírito que nos faz filhos".

Nós somos seus filhos porque "fracos" e "necessitados de tudo”. É "a nossa pequenez, a nossa natureza humana fraca, a nossa fragilidade que se torna atraente para a misericórdia do Senhor para que manifeste a sua grandeza e a ternura de um Pai, ajudando-nos, perdoando-nos e salvando-nos."

No entanto, existe um aparente paradoxo: “como é possível pensar num Deus omnipotente olhando para a Cruz de Cristo?". De acordo com alguns teólogos Deus "não pode ser omnipotente senão não poderia existir tanto sofrimento, tanta maldade no mundo."

A omnipotência de Deus, no entanto, assim como o seu pensamento, percorre caminhos “diferentes dos nossos”: ela “não se expressa como força automática ou arbitrária, mas é marcada por uma liberdade amorosa e paterna". Em outras palavras, Deus, ao criar os homens livres, “renunciou a uma parte do seu poder, deixando o poder da nossa liberdade”, explicou Bento XVI.

A sua omnipotência, portanto, "não se expressa na violência, não se expressa na destruição de todo o poder contrário como nós desejamos, mas se expressa no amor, na misericórdia, no perdão, no aceitar a nossa liberdade e no incansável apelo à conversão do coração”.

"Só quem é realmente poderoso pode suportar o mal e mostrar-se compassivo – acrescentou o Papa – . Só quem é realmente poderoso pode exercitar plenamente a força do amor”.

A omnipotência de Deus é aquela do amor, não aquela do “poder do mundo”, mas do “dom total” do Filho, sacrificado para dar a vida a “nós pecadores”.

A “verdadeira, autêntica e perfeita potência divina” significa portanto “responder ao mal não com o mal, mas com o bem, aos insultos com o perdão, ao ódio homicida com o amor que faz viver”. Só assim “o mal é realmente vencido, porque lavado pelo amor de Deus; então a morte é definitivamente derrotada, porque transformada em dom da vida”.

A expressão "Eu creio em Deus Pai Todo-Poderoso", que introduz o nosso Credo, é portanto um confiar-se ao “poder do amor de Deus, que no seu Filho morto e ressuscitado derrota o ódio, o mal, o pecado e nos abre para a vida eterna”, bem como “um ato de fé, de conversão, de transformação do nosso pensamento, de todo o nosso afecto, de todo o nosso modo de viver".


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Progressos significativos nas negociações entre Israel e a Santa Sé

O encontro de ontem em Jerusalém aconteceu num clima reflexivo e construtivo. Fixada para Junho de 2013 no Vaticano a próxima reunião plenária

ROMA, Quarta-feira, 30 Janeiro 2013

Aconteceu ontem, terça-feira, 29 de Janeiro, em Jerusalém, uma reunião entre Israel e a Santa Sé para continuar as negociações sobre questões económicas e fiscais da Igreja católica na Terra Santa, de acordo com o artigo 10, parágrafo 2 º do "Fundamental Agreement” estipulado entre os dois Estados em 1993.

De acordo com um comunicado conjunto, a Comissão bilateral permanente de trabalho “tomou nota do fato de que houve progressos significativos e deseja uma rápida conclusão do acordo”.

A reunião foi presidida pelo Sr. Daniel Ayalon, MK, Vice-Ministro das relações exteriores e por Mons. Ettore Balestrero, Sub-Secretário para as Relações com os Estados. A delegação da Santa Sé agradeceu o Vice-Ministro pela sua contribuição para as negociações e desejou-lhe sucesso em seus novos compromissos.

As negociações aconteceram num clima “reflexivo e construtivo” e as partes chegaram a acordo sobre os próximos passos e fixaram a próxima reunião plenária em Junho de 2013, no Vaticano.


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Porque escolher aula de religião católica nas escolas?

Pais e alunos da Itália são chamados a fazer suas escolhas

ROMA, Terça-feira, 29 Janeiro 2013

Apresentamos o texto do Monsenhor Raffaello Martinelli, bispo de Frascati, que resume alguns dos principais motivos para a escolha da aula de religião católica. Nos próximos dias, os pais e alunos da Itália são chamados a fazer suas próprias escolhas sobre isso.
Por que escolher aula de religião católica nas escolas?

Pelo menos sete motivos:
  1. aprofundar a especificidade, originalidade, singularidade da religião católica, através da Bíblia e das propostas específicas da escola;
  2. conhecer melhor Jesus Cristo, que veio para que "todos tenham vida e a tenham em abundância" (Jo 10,10), Aquele que  “revela o homem a si mesmo e descobre-lhe a sua vocação sublime”. (Gaudium et spes, 22).;
  3. desenvolver ainda mais a dimensão religiosa, inata e complementar às outras dimensões, de modo a desenvolver uma personalidade completa, feliz e livre;
  4. buscar respostas profundas para as questões fundamentais da existência, ao "porquê" das pessoas e do mundo;
  5. entender melhor a cultura do passado e do presente, especialmente a italiana e europeia, que há na fé cristã a matriz e a chave de leitura;
  6. haver um diálogo sereno e fundamentado com as outras religiões;
  7. usufruir, no caminho formativo, de um serviço qualificado, de uma oportunidade preciosa, oferecida pelo Estado, pela Escola e a pela Igreja Católica.

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A dra. Janice Shaw Crouse, mulher do ano e Ignacio Arsuaga como "Homem do Ano na defesa da família"

Prémios do Congresso Mundial das Famílias

Redacção
MADRID, Terça-feira, 29 Janeiro 2013

As associações, fundações, membros do Congresso Mundial das Famílias, elegeram Ignacio Arsuaga, presidente de HazteOir.org como "Homem do Ano na defesa da família natural". O prémio de "Mulher do Ano" foi dado à doutora Janice Shaw Crouse, do Beverly La Hayw Institute, o grupo pensante de Concerned Women of América. Os prémios, instituídos pela primeira vez em 2012, são dados a aquelas pessoas extraordinárias na difusão e na compreensão da centralidade da família natural para a sociedade e a civilização.

As indicações para os prémios foram entregues no mês de Dezembro passado pelas 37 organizações internacionais do Congresso Mundial das Famílias e incluíam líderes, activistas, académicos, autores, parlamentares, advogados e investigadores de quatro continentes. A selecção final foi realizada por um grupo de vinte e dois reconhecidos líderes mundiais pró-família.

Ignacio Arsuaga é presidente e fundador da HazteOir.org, associação que promove a participação activa dos cidadãos na vida pública em defesa do direito à vida, à liberdade religiosa e de consciência, à educação e o governo limitado. O movimento HazteOir.org está formado por mais de 325 mil cidadãos activos.

Em 2012, HazteOir.org foi a entidade organizadora do VI Congresso Mundial das Famílias, celebrado no Palácio Municipal de Congressos de Madrid, Espanha, entre o dia 25 e o 27 de maio, com mais de 3200 participantes de 72 países.

Arsuaga disse, ao conhecer a concessão do prémio: "Este é um prémio que necessariamente tenho que compartilhar com a excelente equipe humana que fez possível o VI Congresso Mundial das Famílias. Sem eles, não teria sido possível”.

"A defesa da família é fundamental para sair da profunda crise humana que sofremos em todo o mundo – acrescentou Arsuaga -. Por isso a partir de HazteOir.org vamos continuar trabalhando para que se reconheçam os direitos da família natural, da infância, dos pais na educação dos seus filhos, etc. Arriscamos o futuro e este passa necessariamente pela família”.

A doutora Janice Shaw Crouse exerce o seu trabalho docente e de pesquisa no Beverly LaHaye Institute, o think tank das Mulheres organização cívica Concerned Women for America.

É uma autoridade mundial em questões como o tráfico sexual, Nações Unidas e política interior dos Estados Unidos (EUA). Por duas vezes foi delegada do presidente dos EUA ante as Nações Unidas e formou parte de cinco grupos de trabalho nacionais centrados no tráfico sexual, na violência às mulheres, na obesidade infantil, nos direitos humanos, e na liberdade religiosa.

É autora de vários livros, entre eles “O matrimónio é importante: Perspectivas sobre a prioridade e importância pública do matrimônio” (2012).

Os prémios serão entregues durante a celebração do VII Congresso Mundial das Famílias, que se realizará em Sydney, Austrália, do 15 ao 18 de Maio.


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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Ateia, de família sem fé e do país mais ateu da Europa, Zdenka enamorou-se de Jesus Cristo





Assis: Eleição do sucessor de São Francisco

Amanhã encontro com os jornalistas na sala de imprensa do Sacro Convento

ASSIS, Segunda-feira, 28 Janeiro 2013

Depois de dez dias de oração, considerações e verificações dos seis anos passados, os 99 frades franciscanos provenientes de 45 países vão eleger o sucessor de São Francisco. Amanhã, às 14:30 (Itália)  na Sala de Imprensa do Sacro Convento de Assis, o novo Ministro Geral OFM vai atender aos meios de comunicação, na presença do Guardião do Sacro Convento de Assis, padre Giuseppe Piemontese, e do Director da Sala de Imprensa, Padre Enzo Fortunato.

O capítulo geral, em sua 200° reunião, é o encontro mais importante da família franciscana conventual que reúne 99 religiosos de cinco países. Os frades menores estão presentes em 65 países com cerca de 4.300 religiosos que trabalham em todo o mundo ao lado dos últimos e mais necessitados.


A Ordem dos Frades Menores Conventuais carrega 800 anos de história. A data de fundação remonta a 1209 e diz respeito à aprovação oral que o Papa Inocêncio III concedeu a São Francisco quando veio a Roma com seus primeiros 12 companheiros que se reuniram em torno dele no casebre abandonado de Rivotorto de Assis.


Padre Enzo recorda e solicita a vossa presença na apresentação da Assembleia Plenária do Pontifício Conselho para a Cultura a ser realizada dia 31 de Janeiro, às 11h30 na Sala de Imprensa da Santa Sé.


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É possível um relativismo absoluto?

Reflexões sobre o actual ateísmo relativista

Pe. Anderson Alves

ROMA, Segunda-feira, 28 Janeiro 2013

Em um texto anterior[i], nos perguntávamos se fosse possível conciliar o relativismo e o ateísmo. E víamos que, segundo três famosos ateus (Nietzsche, Adorno e Horkheimer) o ateísmo, ao negar a origem do conhecimento e ao tomar como verdade a inexistência de Deus, cai numa contradição insuperável[ii]. De fato, quem nega a existência da verdade, não poderia coerentemente afirmar que Deus não existe. Entretanto, sabemos que há quem se esforce muito por conciliar relativismo e ateísmo, colocando um ateísmo indiscutível e dogmático como fundamento do relativismo e construindo um sistema de pensamento no qual se parte da negação de Deus e, a partir dessa verdade quase “divina”, afirma-se um relativismo moral e cognitivo radical.

Um pensador que colocou em íntima relação o ateísmo com o tema da verdade foi F. Nietzsche, autor que se considerava «ateu por instinto». De fato, seu ateísmo voluntarista tinha como consequência a afirmação de um forte relativismo e a verdade era considerada como «um exército de metáforas, metonímias», «ilusões das quais se esqueceu a sua natureza ilusória», «moedas nas quais as imagens foram consumidas»[iii]. Em outro texto famoso, ele fazia uma interessante observação: «receio que não possamos nunca afastar-nos de Deus porque ainda acreditamos na Gramática»[iv]. Desse modo, o ateísmo radical deveria conduzir a uma sociedade sem ciências, sem explicações últimas, na qual o homem só seria capaz de conhecer seus próprios estados de ânimo. Porém, tudo isso parte de uma afirmação com valor de verdade absoluta: «Deus morreu, Deus continua morto, nós o matamos»[v]. O “teomicídio” seria, pois, o ato supremo de uma vontade que busca uma autonomia absoluta, e não de uma demonstração racional. E aquele gesto traria consigo um relativismo radical, mas não certamente absoluto.

É certo que hoje muitos pensam que o relativismo seja o fundamento do ateísmo, mas isso se deve a um modo superficial de examinar o problema. Se o relativismo é total, se não há nenhuma verdade, jamais pode ser verdade que Deus não exista. De modo que, surpreendentemente, o ateísmo mesmo coloca limites ao relativismo. Em outras palavras, pode existir um ateísmo relativista, ou seja, um ateísmo a partir do qual se deduz o relativismo, mas não um relativismo ateu.

Então, é impossível um relativismo absoluto? Coloquemos de outro modo a questão: pode ser verdade que não existe nenhuma verdade? Só há duas respostas possíveis: “sim, é verdade que não existe nenhuma verdade”. Ora, quem diz isso, assume, talvez inconscientemente, que há alguma verdade; e se alguém disser “não, não pode ser verdade que não exista a verdade”, certamente estaria usando melhor a sua razão e teria encontrado a resposta lógica. De modo que, com uma resposta ou outra, a conclusão é sempre a mesma: não pode existir um “relativismo absoluto”, a verdade sempre faz parte do nosso pensamento e discurso.

A consequência disso é, que por incrível que pareça, o relativismo só pode ser relativo, uma vez que só pode ser parcial. Isso porque é sempre necessário aceitar que há alguma verdade, que algo pode ser conhecido. Certo tipo de relativismo pode ser aceito para as opiniões, que são afirmações de algo pouco fundamentado, de modo quando se opina se há receio de que a afirmação contrária seja a verdadeira. Mas nem tudo na nossa comunicação é simples opinião.

Aristóteles dizia que como a verdade é uma realidade primeira do nosso pensamento, quem nega a verdade, afirma a verdade. Ou seja, quem nega que ela exista, sabe já o que ela seja e supõe que é verdade a sua não existência, o que é uma contradição em termos. Outro modo de fugir ao compromisso com a verdade seria assumir a posição céptica, ou seja, aquela postura de certos pensadores que dizem não ser possível nem afirmar, nem negar a verdade. Quem assume essa posição, certamente se livra da linguagem e da “Gramática”, mas isso traz consigo uma consequência nefasta: não negar nem afirmar algo, faz o ser humano se tornar semelhante a uma planta, com quem não é educado discutir.

O relativismo só pode, pois, ser relativo, ou seja, só pode ser aplicado a algumas afirmações e nunca a todas. A verdade não pode jamais ser excluída da vida e da linguagem humana, a menos que alguém se conforme em viver como uma planta. F. Nietzsche só pôde dizer que a verdade é «um exército de metáforas», uma «ilusão», uma moeda sem valor porque sabia perfeitamente o que é uma metáfora, uma ilusão, uma moeda com valor. Negar a verdade implica sempre aceitar a verdade, assim como negar Deus implica pressupor a sua existência.

Então, temos que colocar agora a incómoda questão: afinal de contas, o que é a verdade? Platão dizia que «verdadeiro é o discurso que diz as coisas como são, falso o que diz como as coisas não são»[vi]. E Aristóteles afirmou algo tão simples quanto essencial: «Negar aquilo que é, e afirmar aquilo que não é, é falso, enquanto afirmar o que é e negar o que não é, é a verdade»[vii]. A verdade se dá quando o nosso discurso expressa o que as coisas realmente são.

Em que sentido então pode ser aceito o relativismo? Já iniciamos aqui a resposta, mas a aprofundaremos numa outra ocasião. O que importa agora é deixar clara a conclusão a que chegamos: o relativismo não pode ser absoluto, só pode ser, por incrível que pareça, relativo.

Pe. Anderson Alves, sacerdote da diocese de Petrópolis – Brasil. Doutorando em Filosofia na Pontificia Università della Santa Croce em Roma.




[ii] M. HORKHEIMER e Th.ADORNO, Dialettica dell’illuminismo, Einaudi, Torino 1966, p. 125: «Percebemos “que também os não conhecedores de hoje, nós, ateus e antimetafísicos, alimentamos ainda o nosso fogo no incêndio de uma fé antiga dois milénios, aquela fé cristã que era já a fé de Platão: ser Deus a verdade e a verdade divina”. Sendo assim, a ciência cai na crítica feita à metafísica. A negação de Deus implica em si uma contradição insuperável, enquanto nega o saber mesmo».

[iii] Cfr. F. NIETZSCHE, Sobre verdade e mentira no sentido extra-moral, ed. Hedra, São Paulo 2007.

[iv] Cfr. Idem, Crepúsculo dos Ídolos, ed. Companhia das Letras, São Paulo 2006.

[v] Idem, A Gaia ciência, ed. Hemus, Curitiba 2002, p. 134.

[vi] PLATÃO, Crátilo 385 b; cfr. também Sofista, 262 e

[vii] ARISTÓTELES, Metafísica, IV, 7, 1011 b 26 e segs.


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O Patriarca RaÏ prepara os textos para a via sacra da sexta-feira santa

Os textos serão preparados por dois jovens libaneses e seguirão o esquema tradicional das 14 estações

CIDADE DO VATICANO, Segunda-feira, 28 Janeiro 2013

O Santo Padre, recordando a recente viagem ao Líbano e convidando toda a Igreja para rezar pelo Oriente Médio, pelos seus problemas e pelas comunidades cristãs naquelas terras, convidou, por meio do Cardeal Secretário de Estado, o Patriarca Card. Béchara Boutros RaÏ para redigir os textos da Via Sacra da Sexta-feira Santa no Coliseu. De acordo com transmitido pela Assessoria de Imprensa vaticana, os textos serão preparados, sob a orientação do Patriarca, por dois jovens libaneses e seguirão o esquema tradicional das 14 estações.



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Bento XVI reza pelas famílias dos emigrantes e pelas vítimas da guerra

Intenções de oração do Papa para o mês de Fevereiro

CIDADE DO VATICANO, Segunda-feira, 28 Janeiro 2013

Apresentamos a seguir as intenções propostas pelo Papa para o mês de Fevereiro.
Intenção Geral: Famílias dos emigrantes

Para que as famílias dos emigrantes sejam apoiadas e acompanhadas nas suas dificuldades, de modo particular as mães.

Intenção Missionária: Vítimas da guerra, agentes de paz

Para que aqueles que sofrem por causa da guerra e dos conflitos sejam protagonistas de um futuro de paz.


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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O bispo de Denver revela como assistiu a um horripilante aborto quando estudava medicina

Era jovem e afastado da fé; o que viu fê-lo pró-vida

Actualizado 24 Janeiro 2013

P. J. Ginés /ReL

Quantos bispos estiveram na primeira linha de um aborto?

Quantos bispos podem dizer: "Eu sustinha uma vasilha enquanto o doutor retirava um bracito, uma pernita, e logo o resto do corpo destroçado de um pequeno menino no nascido"?

Ao menos um: o arcebispo de Denver.

Era bem sabido que o arcebispo Samuel Aquila era um firme defensor da vida e um activista incansável do direito a nascer. As catequeses que partilhou na JMJ de Madrid a centenas de jovens de língua inglesa demonstravam que conhecia o tema de próximo. Quando era bispo de Fargo fazia procissões com o Santíssimo perante clínicas abortistas. Mas quase ninguém sabia o próximo que viu o aborto.

Sucedeu quando era um jovem estudante de medicina, ainda afastado da fé, que pagava os estudos trabalhando como sanitário num serviço de urgências médicas. Acaba-o de contar numa impactante Carta Pastoral à sua diocese, por causa dos 40 anos de aborto despenalizado nos EUA.

Assim começa esta Carta Pastoral: há poucas tão intensas e testemunhais entre os escritos modernos de bispos.

Queridos irmãos e irmãs em Cristo:

Fui para a universidade em 1968 com a ideia de converter-me em doutor como o meu pai. Nos fins dos 60s e nos 70s, os campus universitários eram lugares de muita agitação.

Nos três primeiros anos na universidade, eu não pratiquei muito a minha fé, e certamente, nunca imaginei que o Senhor me chamaria a ser bispo.

Passei os meus primeiros três anos de universidade trabalhando como auxiliar e assistente na sala de emergência no Centro de saúde da universidade e num hospital na Califórnia, durante as férias de Verão.

Quando comecei a trabalhar, não tinha muita ideia do sofrimento humano ou da dignidade humana. Mas durante o meu trabalho em hospitais, algo mudou.

Nesse momento, alguns estados haviam aprovado leis a favor do aborto, que eu nem sequer sabia que existiam. Devido a estas leis, quando estive na universidade fui testemunha do resultado de dois abortos.

O primeiro foi numa unidade cirúrgico. Entrei numa das salas e no lavabo, totalmente abandonado estava o corpo de um pequeno menino não nascido, que havia sido abortado.

Recordo que me fiquei impactado. Recordo ter pensado que eu devia baptizar esse menino.

O segundo aborto foi mais traumático. Uma mulher jovem entrou na sala de emergência dando gritos. Disse que já havia tido [praticado] um aborto e que o doutor [o abortista, o que lhe fez o aborto] a enviou para casa dizendo que ela evacuaria os restos de forma natural. Mas enquanto o doutor, o seu noivo, a enfermeira e eu a pusemos na maca, ela estava sangrando.

Eu sustive uma vasilha enquanto o doutor retirava um pequeno braço, uma pequena perna e logo o resto do corpo destroçado de um pequeno menino não nascido.

Isso impactou-me. Senti-me muito triste pela mãe e o filho, pelo doutor e a enfermeira. Nenhum de nós tinha participado em algo assim, se não tivesse sido uma emergência. Eu fui testemunha de como um pequeno ser humano havia sido destruído pela violência.

A recordação disto persegue-me. Nunca esquecerei que fui testemunha de factos de inexplicável brutalidade. Nos abortos de que fui testemunha, pessoas poderosas tomaram decisões que terminaram com a vida de meninos pequenos e indefesos. Mediante mentiras e manipulação, os meninos foram vistos como objectos. Mulheres e famílias foram convencidas de que acabar com uma vida seria indolor e fácil de esquecer. Alguns especialistas construíram argumentos aparentemente convincentes, dizendo que os meninos não nascidos não eram pessoas em nenhum sentido, que não sentiam dor, e que estavam melhor mortos.

Eu fui testemunha da morte de duas pequenas pessoas que nunca tiveram a oportunidade de respirar. Isso não o poderei esquecer jamais. E desde então nunca fui o mesmo.

A minha fé era débil naquele momento. Mas soube pela razão, e pelo que vi, que uma vida humana havia sido destruída. A minha consciência despertou a verdade da dignidade do ser humano desde o momento da concepção. Converti-me em pró-vida e eventualmente regressei à minha fé.

»Aprendi o que era a dignidade humana quando a vi impiedosamente desprezada. Eu sei, sem dúvida alguma, que o aborto é um acto violento de assassinato e exploração.

O bispo Aquila, continua a expor algumas consequências de várias décadas de aborto legalizado:

Tolerar o aborto durante 40 anos calejou-nos. Aprendemos a ver as pessoas como problemas e objectos
. Nestas 4 décadas desde Roe vs. Wade, a nossa nação encontrou novas formas de debilitar a família, marginar os pobres, os que não tem casa, os mentalmente doentes; temos encontrado novas formas de explorar e abusar.

O bispo lamenta também que naqueles dias ele não sabia como opor-se ao aborto e pede a todos os cristãos que se preparem:

Quando eu trabalhava em hospitais na universidade, não sabia ou entendia o que a Igreja ensinava a respeito da vida humana. Aprendi por experiência que uma vida humana é destruída em cada aborto. Mas não estava preparado para defender a vida, não estava preparado nem sequer para ver a verdadeira dignidade humana, muito menos para proclamá-la. Eu rogo para que nenhum de vocês queridos irmãos e irmãs, encontram-se alguma vez na posição em que eu estive muitos anos atrás. Rezo para que vocês estejam preparados para defender a verdade sobre a vida humana.

Pode ler-se esta completa Carta Pastoral pró-vida em espanhol na web diocesana de Denver:

http://www.archden.org/index.cfm/ID/9764


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