Rotundo relatório da Intermón-Oxfam
Denúncia os paraísos fiscais e as débeis leis de emprego
Redacção, 19 de Janeiro de 2013 às 10:02
Pobreza em Santiago do Chile
Os 240.000 milhões de dólares de rendimentos líquidos que só em 2012 acumularam as 100 pessoas mais ricas do mundo poderiam acabar quatro vezes com a pobreza extrema. Além disso, 1% das personas mais ricas do planeta incrementaram os seus ganhos em 60% nos últimos 20 anos e a crise financeira não fez mais do que acelerar esta tendência, em lugar de a retardar. Estes são dois dos dados que apresenta o relatório The cost of inequality: how wealth and income extremes hurt us all (O custo de iniquidade: como a riqueza e os rendimentos extremos nos ferem a todos), realizado por Intermon Oxfam dias antes de que comece o Foro Económico de Davos.
O estudo adverte de que a riqueza e os rendimentos extremos não só não são éticos, mas sim que além disso são economicamente ineficientes, politicamente corrosivos, dividem a sociedade e são meio-ambientalmente destrutivos. José María Vera, director geral da Intermón Oxfam, afirma que "não podemos seguir fingindo que a geração de riqueza por uns poucos beneficiará os outros - e muitas vezes a realidade é a contrária. "A concentração de recursos nas mãos do 1% mais rico debilita a actividade económica e faz a vida mais difícil para os outros - particularmente para os mais vulneráveis e os mais pobres".
"Num mundo em que inclusive os recursos mais básicos, como a terra e a água são cada dia mais escassos, não podemos permitir-nos concentrar activos nas mãos de uns poucos e deixar a maioria discutir pelo que fica." E é que se estima que cada uma das pessoas que integram o selecto grupo do 1% mais rico do planeta utiliza umas 10.000 vezes mais carbono que um cidadão norte-americano médio.
Como paradigma da tendência contrária encontra-se o Brasil, que cresceu rapidamente ao mesmo tempo que reduzia a desigualdade - assim como o êxito histórico dos Estados Unidos nos anos 30 quando se implantou o New Deal de Roosevelt que ajudou a reduzir a desigualdade e a enfrentar os interesses espúrios. Nesta mesma linha manifesta-se Vera e assegura que "necessitamos um New Deal global para reverter décadas de incremento da desigualdade. Como primeiro passo os líderes mundiais deveriam comprometer-se formalmente a reduzir a desigualdade aos níveis existentes em 1990".
"Desde paraísos fiscais até débeis leis de emprego, os mais ricos beneficiam-se de um sistema económico global que está manipulado a seu favor. É hora de que os nossos líderes mudem o sistema para que funcione no interesse de toda a humanidade em lugar de fazê-lo para uma elite mundial". Acabar com os paraísos fiscais - que albergam cerca de 32 biliões de dólares (ou uma terceira parte da riqueza global) poderia gerar 189.000 milhões de dólares adicionais em colecta positiva.
(RD/Agencias)
Denúncia os paraísos fiscais e as débeis leis de emprego
Redacção, 19 de Janeiro de 2013 às 10:02
Pobreza em Santiago do Chile
Os 240.000 milhões de dólares de rendimentos líquidos que só em 2012 acumularam as 100 pessoas mais ricas do mundo poderiam acabar quatro vezes com a pobreza extrema. Além disso, 1% das personas mais ricas do planeta incrementaram os seus ganhos em 60% nos últimos 20 anos e a crise financeira não fez mais do que acelerar esta tendência, em lugar de a retardar. Estes são dois dos dados que apresenta o relatório The cost of inequality: how wealth and income extremes hurt us all (O custo de iniquidade: como a riqueza e os rendimentos extremos nos ferem a todos), realizado por Intermon Oxfam dias antes de que comece o Foro Económico de Davos.
O estudo adverte de que a riqueza e os rendimentos extremos não só não são éticos, mas sim que além disso são economicamente ineficientes, politicamente corrosivos, dividem a sociedade e são meio-ambientalmente destrutivos. José María Vera, director geral da Intermón Oxfam, afirma que "não podemos seguir fingindo que a geração de riqueza por uns poucos beneficiará os outros - e muitas vezes a realidade é a contrária. "A concentração de recursos nas mãos do 1% mais rico debilita a actividade económica e faz a vida mais difícil para os outros - particularmente para os mais vulneráveis e os mais pobres".
"Num mundo em que inclusive os recursos mais básicos, como a terra e a água são cada dia mais escassos, não podemos permitir-nos concentrar activos nas mãos de uns poucos e deixar a maioria discutir pelo que fica." E é que se estima que cada uma das pessoas que integram o selecto grupo do 1% mais rico do planeta utiliza umas 10.000 vezes mais carbono que um cidadão norte-americano médio.
Como paradigma da tendência contrária encontra-se o Brasil, que cresceu rapidamente ao mesmo tempo que reduzia a desigualdade - assim como o êxito histórico dos Estados Unidos nos anos 30 quando se implantou o New Deal de Roosevelt que ajudou a reduzir a desigualdade e a enfrentar os interesses espúrios. Nesta mesma linha manifesta-se Vera e assegura que "necessitamos um New Deal global para reverter décadas de incremento da desigualdade. Como primeiro passo os líderes mundiais deveriam comprometer-se formalmente a reduzir a desigualdade aos níveis existentes em 1990".
"Desde paraísos fiscais até débeis leis de emprego, os mais ricos beneficiam-se de um sistema económico global que está manipulado a seu favor. É hora de que os nossos líderes mudem o sistema para que funcione no interesse de toda a humanidade em lugar de fazê-lo para uma elite mundial". Acabar com os paraísos fiscais - que albergam cerca de 32 biliões de dólares (ou uma terceira parte da riqueza global) poderia gerar 189.000 milhões de dólares adicionais em colecta positiva.
(RD/Agencias)
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