quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O Vaticano saúda as medidas de Obama para reduzir o uso de armas

Lombardi adverte que "são insuficientes"

"As armas são e continuarão sendo demasiadas"

 

Redacção, 20 de Janeiro de 2013 às 09:47


As iniciativas anunciadas pelos Estados Unidos para reduzir o uso de armas são "um passo na direcção certa", considerou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, mas advertiu que ainda são insuficientes.

Num comentário editorial, o também director da Rádio Vaticana assegurou que, segundo diversas estimativas, os estadunidenses possuem na actualidade cerca de 300 milhões de armas de fogo.

"Ninguém pode iludir-se que basta limitar o número e o uso para impedir no futuro tragédias horrendas como a de Newtown, que chocou a consciência mundial e outras, seja de crianças como de adultos. E o pior seria contentar-se só com as palavras", disse.

Lombardi reconheceu que se bem os massacres foram cometidos por pessoas desequilibradas e presas do ódio, não existem dúvidas sobre os instrumentos com os quais foram perpetrados: as armas.

"Uns 47 líderes de várias confissões e religiões dirigiram um apelo aos legisladores dos Estados Unidos para limitar as armas de fogo que estão fazendo pagar à sociedade um preço inaceitável em termos de tragédia e de mortes insensatas. Estou com eles", acrescentou.

O porta-voz advertiu que enquanto a sociedade estadunidense se encontra nesse debate, "de necessário crescimento civil e moral", é necessário alargar a análise para recordar que as armas são o instrumento principal para consumar ameaças, violência e morte.

Por isso urgiu a repetir, sem cansar-se jamais, os apelos em favor do desarme, para contrastar a produção, o comércio, o contrabando das armas de todo o tipo, "alimentados por indignos interesses económicos ou de poder".

"As armas são e continuarão sendo demasiadas. A paz nasce do coração, mas será mais fácil alcança-la se tivermos menos armas na mão", apontou.

(Rd/Agencias)


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