quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Os 10 indícios de que a cultura pró-vida vencerá ao aborto nos Estados Unidos

Segundo o politólogo George Weigel

Há 40 anos, quando se liberalizou o aborto, não havia sonogramas, nem se sabia tanto como hoje de embriologia. A sociedade continua sem aceitar o aborto e o movimento pró vida é cada vez mais jovem, criativo e ganha muitas batalhas parciais, cada vez mais.

Actualizado 25 Janeiro 2013

J. G. /ReL

George Weigel é um influente analista social católico, membro do Ethics and Public Policy Center, famoso pela sua biografia sobre João Paulo II “Testemunho da Esperança”; em espanhol publicou além disso “A coragem de ser católico”, “Política sem Deus” e “Cartas a um jovem católico”, entre outros.

Enquanto os Estados Unidos celebram (ou lamentam) os seus 40 anos de aborto liberalizado pela sentença Roe vs. Wade, que parecia blindar o aborto como um direito para sempre no gigante norte-americano, Weigel publicou na revista “First Things” 10 indícios de que a médio ou longo prazo a vitória estará do lado pró-vida.

1.    Há já 40 anos que se praticam abortos de forma generalizada mas a sociedade norte-americana, ainda que seja individualista e prática, continua sem aceitá-lo nem vê-lo como algo normal; o aborto é algo feio, irritante e na profissão sanitária contínua vendo-se com muitos maus olhos.

2.    Nestes 40 anos, os avanços científicos sobre a gestação e a reprodução humana deixaram obsoletos os argumentos “pseudocientíficos” que se usaram na sentença Roe vs. Wade.

3.    Os sonogramas permitem ver o feto dentro da mãe; quase todas as famílias viram já as ecografias de filhos, netos, sobrinhos; há fotos deles nos álbuns antes que nasçam. Isso muda a cultura.

4.    Em 1992 o Tribunal Supremo dos EUA, no caso “Casey vs. Planned Parenthood” vinha pedir que se acabasse o debate sobre o aborto, que se desse o aborto como algo consagrado na lei norte-americana para sempre. Mas a sociedade – incluindo os bispos dos EUA - não se calou, “e o movimento pró-vida cresceu mais do que nunca”.

5.    Com o tempo, os lobbies e associações pró-aborto tornaram-se cada vez mais rígidos, e começam a parecer histéricos e exagerados ante a opinião pública. “Em certos círculos políticos o aborto parece tratar-se como una espécie de sacramento secular”, assinala Weigel. As pessoas vêem que os abortistas se opõem a tudo: as leis de consentimento informado, as notificações a pais de menores, aos períodos de reflexão, às inspecções, ao uso de monogramas, etc, etc…

Os pró vida são cada vez mais jovens e são mais entre os jovens, enquanto os abortistas envelhecem. A Marcha pela Vida de Washington em cada 25 de Janeiro tem mais e mais jovens ano após ano, o mesmo se passa nos protestos locais, as associações, os grupos pró-vida universitários, os grupos de médicos e enfermeiras… “O movimento pró vida nos EUA está no seu momento mais robusto e revitalizante”, considera Weigel.

6.    “Os pró vida foram conseguindo mais e mais êxitos a nível das leis estatais nos anos recentes e pode-se esperar que tenham ainda mais a esse nível no futuro imediato”.

7.    A argumentação legal que se usou em Roe vs. Wade, com a passagem dos anos, torna-se cada vez menos plausível; um dos juízes que emitiu um voto discrepante, Byron White, disse que era um exercício de “poder judicial cru”. “Poucos académicos legais sérios defendem o raciocínio legal de Roe vs. Wade”, diz Weigel.

8.    Os Estados Unidos encheram-se de centros de assistência à grávida que demonstraram, caso a caso, uma e outra vez, que o movimento pró vida é um movimento de compaixão e apoio. Weigel não o diz, mas entende-se que o grupo abortista fica, simplesmente, como um negócio à custa da grávida.

9.    Nas estatísticas nota-se: uma sondagem Gallup de 2012 demonstrou que já metade dos norte-americanos se autodefine como “pró vida”.

Quarenta anos depois da liberalização do aborto nos EUA há razões para pensar que dentro de outros 40 anos a situação será muito diferente.

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