«És um crente renegado», disse a Javier Krahe
Foi evangélico, poli-toxicodependente, perdeu num só dia a sua futura mulher e os dois filhos que vinham... «Toquei fundo. E quem está aí para salvar-te?».
Actualizado 20 Janeiro 2013
Carmelo López-Arias / ReL
Fora de câmara, antes de começar a entrevista, o seu protagonista rezou: "Para encomendá-la a Deus, que não seja eu mas sim Ele em mim, que o que possa dizer possa tocar corações".
Não é bom que Deus esteja só, o programa de Gonçalo Altozano em Intereconomía TV, começou e terminou este sábado a toque de bateria. No comando do instrumento, Jimmy Ríos (Nova York, 1958), toda uma história pessoal vibrando a cada golpe da baquete: nasceu numa família católica não praticante ("baptismo e primeira comunhão, até aí, não há mais"), em Porto Rico ingressou num grupo juvenil evangélico ("hippies, sentia-me muito bem"), dois anos depois entrou num circo como palhaço e como mimo, e desembarcou em Espanha.
Quando tocou no fundo, quem estava aí para ajudá-lo?
Gostou e ficou, mas começou outro inferno: as drogas. "Todas as que me puseram à frente", admite, desde uma faixa a um charro. "Tornas-te poli-toxicodependente, e ainda que o desejes, isso é já para toda a vida. Então tocas no fundo e quem está aí para salvar-te? Jesus Cristo", como foi no seu caso.
Mas o seu tocar fundo adquiriu uma dimensão ainda mais dramática: "Tive uma namorada que ficou grávida de gémeos e por causas naturais morreu no mesmo dia em que nos deram a casa em que íamos viver depois de casarmos. Foi-se-me a vida: o meu futuro, o amor da minha vida e dois filhos. Toquei fundo, muito fundo, mas muito... À beira da morte em duas ocasiões... A quem recorres então? A Jesus Cristo".
O encontro
O curioso é que, nesse trance, passei a ser evangélico (ainda que "longe do Senhor"), fui a uma igreja católica. Ali, Jimmy conheceu uma rapariga que cantava na missa e o convidou a ir no domingo seguinte e, inopinadamente para ela, foi: "Fiquei no último banco, porque para mim, evangélico, as igrejas eram... brrr... Com todas essas imagens".
E então ela o convidou a ir a um grupo de oração da Renovação Carismática Católica. Foi, e ainda que no princípio tenha ficado à porta, sentado, no final algo o comoveu profundamente: "De repente olhei para o tecto e disse: Senhor, apanhaste-me, daqui não saio!".
Permaneceu vinculado à Renovação Carismática, "uma corrente dentro da Igreja católica onde se move o Espírito Santo" e onde ele sentiu uma imperativa chamada especial: "O Senhor pôs no meu coração um desejo: vem a Mim, já!".
Foi evangélico, poli-toxicodependente, perdeu num só dia a sua futura mulher e os dois filhos que vinham... «Toquei fundo. E quem está aí para salvar-te?».
Actualizado 20 Janeiro 2013
Carmelo López-Arias / ReL
Fora de câmara, antes de começar a entrevista, o seu protagonista rezou: "Para encomendá-la a Deus, que não seja eu mas sim Ele em mim, que o que possa dizer possa tocar corações".
Não é bom que Deus esteja só, o programa de Gonçalo Altozano em Intereconomía TV, começou e terminou este sábado a toque de bateria. No comando do instrumento, Jimmy Ríos (Nova York, 1958), toda uma história pessoal vibrando a cada golpe da baquete: nasceu numa família católica não praticante ("baptismo e primeira comunhão, até aí, não há mais"), em Porto Rico ingressou num grupo juvenil evangélico ("hippies, sentia-me muito bem"), dois anos depois entrou num circo como palhaço e como mimo, e desembarcou em Espanha.
Quando tocou no fundo, quem estava aí para ajudá-lo?
Gostou e ficou, mas começou outro inferno: as drogas. "Todas as que me puseram à frente", admite, desde uma faixa a um charro. "Tornas-te poli-toxicodependente, e ainda que o desejes, isso é já para toda a vida. Então tocas no fundo e quem está aí para salvar-te? Jesus Cristo", como foi no seu caso.
Mas o seu tocar fundo adquiriu uma dimensão ainda mais dramática: "Tive uma namorada que ficou grávida de gémeos e por causas naturais morreu no mesmo dia em que nos deram a casa em que íamos viver depois de casarmos. Foi-se-me a vida: o meu futuro, o amor da minha vida e dois filhos. Toquei fundo, muito fundo, mas muito... À beira da morte em duas ocasiões... A quem recorres então? A Jesus Cristo".
O encontro
O curioso é que, nesse trance, passei a ser evangélico (ainda que "longe do Senhor"), fui a uma igreja católica. Ali, Jimmy conheceu uma rapariga que cantava na missa e o convidou a ir no domingo seguinte e, inopinadamente para ela, foi: "Fiquei no último banco, porque para mim, evangélico, as igrejas eram... brrr... Com todas essas imagens".
E então ela o convidou a ir a um grupo de oração da Renovação Carismática Católica. Foi, e ainda que no princípio tenha ficado à porta, sentado, no final algo o comoveu profundamente: "De repente olhei para o tecto e disse: Senhor, apanhaste-me, daqui não saio!".
Permaneceu vinculado à Renovação Carismática, "uma corrente dentro da Igreja católica onde se move o Espírito Santo" e onde ele sentiu uma imperativa chamada especial: "O Senhor pôs no meu coração um desejo: vem a Mim, já!".
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