Mensagem do cardeal Turkson para a jornada de oração pela paz na Terra Santa
ROMA, Quarta-feira, 23 Janeiro 2013
Reproduzimos
a seguir o texto da mensagem do cardeal Peter K. A. Turkson por ocasião
da 5ª Jornada Internacional de Intercessão pela Paz na Terra Santa.
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Queridos irmãos e irmãs,
Ao se aproximar a Jornada Mundial de Intercessão pela Paz na Terra
Santa, eu gostaria de lhes transmitir a minha saudação e a minha oração.
Como faz todos os anos, o Santo Padre nos ofereceu, na sua mensagem
para o Dia Mundial da Paz de 2013, um texto para reflectirmos e
meditarmos sobre o nosso papel de operadores da paz.
Preparando-nos para viver e celebrar esse dia de oração pela Terra
Santa, nós também encontramos nas palavras do Santo Padre um ponto de
partida para entender qual é a contribuição que podemos dar à Igreja
universal e à delicada porção da Igreja presente no Oriente Médio.
A mensagem de Bento XVI ecoou pelo mundo. Ela combinou o
desenvolvimento integral com a paz. O Santo Padre quer dizer que a
vocação inata da humanidade à paz faz parte do desejo natural de uma
vida plena, feliz e bem-sucedida. A aspiração de paz, assim, coincide,
em muitos aspectos, com o desejo do desenvolvimento integral de todos e
de cada um ("A paz, anseio profundo dos seres humanos de todos os
tempos, pode ser instaurada e consolidada somente no pleno respeito da
ordem estabelecida por Deus", diz João XXIII).
A paz é fruto da humanidade em comunhão com Deus, isto é, de uma
humanidade que não é apenas inerentemente capaz de procurar a verdade, o
bem e Deus, mas que os escolhe e que define a existência como partilha
de uma vida que vem do alto.
A mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2013 é uma perfeita
continuidade do sínodo de Outubro de 2012, sobre a nova evangelização.
A paz e a educação para a paz dependem principalmente - mas não
exclusivamente - de uma nova evangelização. Através dela é que se torna
possível, num processo de conversão, o encontro ou a reunião de pessoas
com Cristo, o Salvador e Redentor. A paz é um dom de Deus e do trabalho
do homem.
A comunhão dos homens com Deus, tornada possível pela encarnação de
Jesus Cristo e pela fé nele, origina uma nova visão da relação entre
indivíduos e instituições, uma nova moral, novas culturas, novas escalas
de valores e bens, novas escolhas, novas atitudes e estilos de vida,
novos humanismos.
Uma comunhão mais profunda com Deus, proporcionada por uma nova
evangelização, num contexto que tende a marginalizá-lo ou ser
indiferente a ele, nos habilita a ser operadores da paz de acordo com
Deus e, em particular, a ser arautos de um novo modelo de
desenvolvimento e, consequentemente, de um conceito de bem comum mais
abrangente e mais aberto à transcendência.
A mensagem de Bento XVI esclarece que a forma de alcançar a paz e o
bem comum é o respeito e a promoção da vida humana, considerada na
multiplicidade dos seus aspectos, a partir do seu início, do seu
desenvolvimento, até o seu fim natural.
Pacificadores verdadeiros são aqueles que amam e servem à vida humana
em sua totalidade, em todas as suas dimensões: pessoal, comunitária,
transcendente. A plenitude da vida é o ápice da paz.
A mensagem de Bento XVI nos convida a ser pacificadores integrais,
protegendo e implementando todos os direitos e deveres do homem e da
comunidade. A paz e o bem comum devem ser buscados em comunidade,
realizando o pleno bem de cada ser humano e de cada povo.
Que a próxima Jornada Internacional de Intercessão pela Paz na Terra
Santa seja outra boa oportunidade para nos sentirmos parte da Igreja
peregrina que se achega aos irmãos mais necessitados. Eu quero me tornar
mais próximo, de modo especial, dos muitos jovens que participarão
deste evento. Modelem a sua vida com base no evangelho e sigam os
ensinamentos de Jesus, que nos pede ser sempre e em toda parte, a
começar pelas nossas vidas diárias, operadores de paz.
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