Era jovem e afastado da fé; o que viu fê-lo pró-vida
Actualizado 24 Janeiro 2013
P. J. Ginés /ReL
Quantos bispos estiveram na primeira linha de um aborto?
Quantos bispos podem dizer: "Eu sustinha uma vasilha enquanto o doutor retirava um bracito, uma pernita, e logo o resto do corpo destroçado de um pequeno menino no nascido"?
Ao menos um: o arcebispo de Denver.
Era bem sabido que o arcebispo Samuel Aquila era um firme defensor da vida e um activista incansável do direito a nascer. As catequeses que partilhou na JMJ de Madrid a centenas de jovens de língua inglesa demonstravam que conhecia o tema de próximo. Quando era bispo de Fargo fazia procissões com o Santíssimo perante clínicas abortistas. Mas quase ninguém sabia o próximo que viu o aborto.
Sucedeu quando era um jovem estudante de medicina, ainda afastado da fé, que pagava os estudos trabalhando como sanitário num serviço de urgências médicas. Acaba-o de contar numa impactante Carta Pastoral à sua diocese, por causa dos 40 anos de aborto despenalizado nos EUA.
Assim começa esta Carta Pastoral: há poucas tão intensas e testemunhais entre os escritos modernos de bispos.
Queridos irmãos e irmãs em Cristo:
Fui para a universidade em 1968 com a ideia de converter-me em doutor como o meu pai. Nos fins dos 60s e nos 70s, os campus universitários eram lugares de muita agitação.
Nos três primeiros anos na universidade, eu não pratiquei muito a minha fé, e certamente, nunca imaginei que o Senhor me chamaria a ser bispo.
Passei os meus primeiros três anos de universidade trabalhando como auxiliar e assistente na sala de emergência no Centro de saúde da universidade e num hospital na Califórnia, durante as férias de Verão.
Quando comecei a trabalhar, não tinha muita ideia do sofrimento humano ou da dignidade humana. Mas durante o meu trabalho em hospitais, algo mudou.
Nesse momento, alguns estados haviam aprovado leis a favor do aborto, que eu nem sequer sabia que existiam. Devido a estas leis, quando estive na universidade fui testemunha do resultado de dois abortos.
O primeiro foi numa unidade cirúrgico. Entrei numa das salas e no lavabo, totalmente abandonado estava o corpo de um pequeno menino não nascido, que havia sido abortado.
Recordo que me fiquei impactado. Recordo ter pensado que eu devia baptizar esse menino.
O segundo aborto foi mais traumático. Uma mulher jovem entrou na sala de emergência dando gritos. Disse que já havia tido [praticado] um aborto e que o doutor [o abortista, o que lhe fez o aborto] a enviou para casa dizendo que ela evacuaria os restos de forma natural. Mas enquanto o doutor, o seu noivo, a enfermeira e eu a pusemos na maca, ela estava sangrando.
Eu sustive uma vasilha enquanto o doutor retirava um pequeno braço, uma pequena perna e logo o resto do corpo destroçado de um pequeno menino não nascido.
Isso impactou-me. Senti-me muito triste pela mãe e o filho, pelo doutor e a enfermeira. Nenhum de nós tinha participado em algo assim, se não tivesse sido uma emergência. Eu fui testemunha de como um pequeno ser humano havia sido destruído pela violência.
A recordação disto persegue-me. Nunca esquecerei que fui testemunha de factos de inexplicável brutalidade. Nos abortos de que fui testemunha, pessoas poderosas tomaram decisões que terminaram com a vida de meninos pequenos e indefesos. Mediante mentiras e manipulação, os meninos foram vistos como objectos. Mulheres e famílias foram convencidas de que acabar com uma vida seria indolor e fácil de esquecer. Alguns especialistas construíram argumentos aparentemente convincentes, dizendo que os meninos não nascidos não eram pessoas em nenhum sentido, que não sentiam dor, e que estavam melhor mortos.
Eu fui testemunha da morte de duas pequenas pessoas que nunca tiveram a oportunidade de respirar. Isso não o poderei esquecer jamais. E desde então nunca fui o mesmo.
A minha fé era débil naquele momento. Mas soube pela razão, e pelo que vi, que uma vida humana havia sido destruída. A minha consciência despertou a verdade da dignidade do ser humano desde o momento da concepção. Converti-me em pró-vida e eventualmente regressei à minha fé.
»Aprendi o que era a dignidade humana quando a vi impiedosamente desprezada. Eu sei, sem dúvida alguma, que o aborto é um acto violento de assassinato e exploração.
O bispo Aquila, continua a expor algumas consequências de várias décadas de aborto legalizado:
Tolerar o aborto durante 40 anos calejou-nos. Aprendemos a ver as pessoas como problemas e objectos. Nestas 4 décadas desde Roe vs. Wade, a nossa nação encontrou novas formas de debilitar a família, marginar os pobres, os que não tem casa, os mentalmente doentes; temos encontrado novas formas de explorar e abusar.
O bispo lamenta também que naqueles dias ele não sabia como opor-se ao aborto e pede a todos os cristãos que se preparem:
Quando eu trabalhava em hospitais na universidade, não sabia ou entendia o que a Igreja ensinava a respeito da vida humana. Aprendi por experiência que uma vida humana é destruída em cada aborto. Mas não estava preparado para defender a vida, não estava preparado nem sequer para ver a verdadeira dignidade humana, muito menos para proclamá-la. Eu rogo para que nenhum de vocês queridos irmãos e irmãs, encontram-se alguma vez na posição em que eu estive muitos anos atrás. Rezo para que vocês estejam preparados para defender a verdade sobre a vida humana.
Pode ler-se esta completa Carta Pastoral pró-vida em espanhol na web diocesana de Denver:
http://www.archden.org/index.cfm/ID/9764
Actualizado 24 Janeiro 2013
P. J. Ginés /ReL
Quantos bispos estiveram na primeira linha de um aborto?
Quantos bispos podem dizer: "Eu sustinha uma vasilha enquanto o doutor retirava um bracito, uma pernita, e logo o resto do corpo destroçado de um pequeno menino no nascido"?
Ao menos um: o arcebispo de Denver.
Era bem sabido que o arcebispo Samuel Aquila era um firme defensor da vida e um activista incansável do direito a nascer. As catequeses que partilhou na JMJ de Madrid a centenas de jovens de língua inglesa demonstravam que conhecia o tema de próximo. Quando era bispo de Fargo fazia procissões com o Santíssimo perante clínicas abortistas. Mas quase ninguém sabia o próximo que viu o aborto.
Sucedeu quando era um jovem estudante de medicina, ainda afastado da fé, que pagava os estudos trabalhando como sanitário num serviço de urgências médicas. Acaba-o de contar numa impactante Carta Pastoral à sua diocese, por causa dos 40 anos de aborto despenalizado nos EUA.
Assim começa esta Carta Pastoral: há poucas tão intensas e testemunhais entre os escritos modernos de bispos.
Queridos irmãos e irmãs em Cristo:
Fui para a universidade em 1968 com a ideia de converter-me em doutor como o meu pai. Nos fins dos 60s e nos 70s, os campus universitários eram lugares de muita agitação.
Nos três primeiros anos na universidade, eu não pratiquei muito a minha fé, e certamente, nunca imaginei que o Senhor me chamaria a ser bispo.
Passei os meus primeiros três anos de universidade trabalhando como auxiliar e assistente na sala de emergência no Centro de saúde da universidade e num hospital na Califórnia, durante as férias de Verão.
Quando comecei a trabalhar, não tinha muita ideia do sofrimento humano ou da dignidade humana. Mas durante o meu trabalho em hospitais, algo mudou.
Nesse momento, alguns estados haviam aprovado leis a favor do aborto, que eu nem sequer sabia que existiam. Devido a estas leis, quando estive na universidade fui testemunha do resultado de dois abortos.
O primeiro foi numa unidade cirúrgico. Entrei numa das salas e no lavabo, totalmente abandonado estava o corpo de um pequeno menino não nascido, que havia sido abortado.
Recordo que me fiquei impactado. Recordo ter pensado que eu devia baptizar esse menino.
O segundo aborto foi mais traumático. Uma mulher jovem entrou na sala de emergência dando gritos. Disse que já havia tido [praticado] um aborto e que o doutor [o abortista, o que lhe fez o aborto] a enviou para casa dizendo que ela evacuaria os restos de forma natural. Mas enquanto o doutor, o seu noivo, a enfermeira e eu a pusemos na maca, ela estava sangrando.
Eu sustive uma vasilha enquanto o doutor retirava um pequeno braço, uma pequena perna e logo o resto do corpo destroçado de um pequeno menino não nascido.
Isso impactou-me. Senti-me muito triste pela mãe e o filho, pelo doutor e a enfermeira. Nenhum de nós tinha participado em algo assim, se não tivesse sido uma emergência. Eu fui testemunha de como um pequeno ser humano havia sido destruído pela violência.
A recordação disto persegue-me. Nunca esquecerei que fui testemunha de factos de inexplicável brutalidade. Nos abortos de que fui testemunha, pessoas poderosas tomaram decisões que terminaram com a vida de meninos pequenos e indefesos. Mediante mentiras e manipulação, os meninos foram vistos como objectos. Mulheres e famílias foram convencidas de que acabar com uma vida seria indolor e fácil de esquecer. Alguns especialistas construíram argumentos aparentemente convincentes, dizendo que os meninos não nascidos não eram pessoas em nenhum sentido, que não sentiam dor, e que estavam melhor mortos.
Eu fui testemunha da morte de duas pequenas pessoas que nunca tiveram a oportunidade de respirar. Isso não o poderei esquecer jamais. E desde então nunca fui o mesmo.
A minha fé era débil naquele momento. Mas soube pela razão, e pelo que vi, que uma vida humana havia sido destruída. A minha consciência despertou a verdade da dignidade do ser humano desde o momento da concepção. Converti-me em pró-vida e eventualmente regressei à minha fé.
»Aprendi o que era a dignidade humana quando a vi impiedosamente desprezada. Eu sei, sem dúvida alguma, que o aborto é um acto violento de assassinato e exploração.
O bispo Aquila, continua a expor algumas consequências de várias décadas de aborto legalizado:
Tolerar o aborto durante 40 anos calejou-nos. Aprendemos a ver as pessoas como problemas e objectos. Nestas 4 décadas desde Roe vs. Wade, a nossa nação encontrou novas formas de debilitar a família, marginar os pobres, os que não tem casa, os mentalmente doentes; temos encontrado novas formas de explorar e abusar.
O bispo lamenta também que naqueles dias ele não sabia como opor-se ao aborto e pede a todos os cristãos que se preparem:
Quando eu trabalhava em hospitais na universidade, não sabia ou entendia o que a Igreja ensinava a respeito da vida humana. Aprendi por experiência que uma vida humana é destruída em cada aborto. Mas não estava preparado para defender a vida, não estava preparado nem sequer para ver a verdadeira dignidade humana, muito menos para proclamá-la. Eu rogo para que nenhum de vocês queridos irmãos e irmãs, encontram-se alguma vez na posição em que eu estive muitos anos atrás. Rezo para que vocês estejam preparados para defender a verdade sobre a vida humana.
Pode ler-se esta completa Carta Pastoral pró-vida em espanhol na web diocesana de Denver:
http://www.archden.org/index.cfm/ID/9764
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