rande parte das “profecias” para 2013 concedem poucos motivos para sorrir e pouco espaço à esperança. Se partirmos daquela velha máxima segundo a qual: “a esperança é a última a morrer”, o que resta?
Se é verdade que não devemos fugir da realidade, ou pintá-la com cores irreais, não é menos verdade que, se retiram a esperança do nosso horizonte, onde vamos encontrar forças para enfrentar os desafios que se colocam? Realismo não se confunde com pessimismo.
A verdade, penso eu, deve nortear todas as opções e acções, e comprometer quem governa e quem é governado, pois só a partir dela é possível encontrar caminhos de autêntica renovação.
Como cristão só poderia ter uma atitude positiva perante o futuro, apesar de reconhecer que atravessamos tempos difíceis. A fé, com efeito, traz consigo uma dinâmica de esperança transcendente que não se confunde com messianismos mundanos, nem se subordina às pseudo previsões das pitonisas do nosso tempo. Ambas (fé e esperança) rejeitam, quer o saudosismo de um Éden irreal e etéreo, quer o lamaçal do pessimismo e do desânimo, antes nos desafiando ao compromisso de desbravarmos caminhos que desenhem, com verdade, cenários de mais justiça e fraternidade, nos quais o desenvolvi- mento tenha o Homem no centro e como seu objectivo final.
Espero que para nós cristãos o Ano da Fé, convocado pelo Papa Bento XVI, e o Sínodo Diocesano, desejado pelo nosso Bispo, D. António Vitalino, tragam uma lufada de renovação à Igreja, que necessita de cristãos mais activos e operantes no Mundo do que na sacristia, mais comprometidos com a justiça, a verdade e a caridade autênticas, e menos centrados em questões menores que infantilizam e descredibilizam.
Desejo a todos os nossos leitores, ao nosso país e a toda a Humanidade um ano de 2013 pleno da convicção de que o amanhã pode ser melhor, se todos quisermos, e não nos recusarmos a dar o nosso contributo, por mais pequeno que seja.
Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário