segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Um director de cinema converte-se do budismo ao catolicismo depois de filmar histórias de convertidos

O cidadão de Taiwan Jiang baptiza-se hoje

A capacidade de escuta de Jesus nos Evangelhos e a esperança profunda da fé cristã o animaram a dar o passo.

Actualizado 5 Janeiro 2013

José Calderero / Alfa y Omega

Jiang, conhecido director de cinema de Taiwan, casado e com filhos, de família budista, será baptizado este 6 de Janeiro, festa da Epifania de Jesus.

Escolheu esta data porque é quando Jesus «se manifesta» à humanidade. Jiang colaborou em vários projectos apologéticos e do diálogo intercultural e inter-religioso, impulsionados pelo cardeal Shan. Para alguém que viveu toda a sua vida profissional no sector da comunicação, «este é, de facto, um dia importante», relata Xin Yage à agência Asia News.

Jiang interessou-se pela fotografia desde que era pequeno. Mais tarde, o seu tio ofereceu-lhe um projector de 8 mm. Com o tempo, começou a pensar em trabalhar na indústria do cinema e dedicar-se a fazer boas películas.

Na década de 1970, trabalhou como assistente de fotografia na indústria cinematográfica de Taiwan, trabalhando em duas produtoras chinesas de êxito. Mudou-se para a televisão quando o governo começou com os programas infantis de financiamento educativo e de alfabetização.

Depois de conseguir um trabalho como cineasta nas redes de televisão do Governo, passou a Kuangqi Programa de Serviço (KPS), uma emissora católica, onde trabalhou como produtor, junto com uns 200 empregados, na sua maioria jovens e pessoas criativas que se haviam preparado para o dito trabalho na Universidade de Fujen, uma instituição católica.

«Há uns meses, o cardeal Paul Shan faleceu. Foi Presidente da rede durante um par de anos. A família KPS treinou alguns dos produtores de Taiwan de televisão mais famosos. Também me treinou a mim, especialmente no interior. O que levava dentro e queria comunicar eram valores, tratando de ver o significado das coisas. […] A sociedade de Taiwan não era tão rica como é agora. Olho para fora para copiar os valores mais importantes», explica Jiang.

«Mais tarde dei-me conta de que a dimensão religiosa era o que mais me atraía. Recordo que os missionários estrangeiros e religiosos locais sempre me animaram a tirar o melhor de mim mesmo. Quando és jovem tens uma grande quantidade de energia e queres comunicar algo que é teu, algo novo. Isto sempre encontrou espaço nos nossos programas».

«Fui crescendo e casei-me, tive filhos. Vários sucessos da minha vida deixaram marcas profundas. Uma jovem monja que trabalhava connosco e o então presidente da nossa estação, monsenhor Shan, animaram-me a produzir um programa religioso chamado Evangelho de hoje. Trabalhando neste projecto reflecti sobre o meu estilo de vida.

Provavelmente Jesus foi um dos primeiros a escutar os valores dos demais. Quando estava fazendo o programa escutei muitas histórias das pessoas contando como chegaram a conhecer e seguir Jesus. Para mim nunca foi algo neutral», assegura o cineasta.

«A segunda coisa sem resolver na minha vida foi uma doença que poderia ter sido fatal se não tivesse sido tratada adequadamente. Afectou tudo: dieta, estilo de vida, horário de trabalho, exercícios físicos. Superei a quimioterapia com a ajuda da minha esposa, meus amigos e colegas, consegui seguir em frente, lutei e ganhei. Deixei tudo, excepto O Evangelho de hoje, porque sentia que, além de ajuda física, necessitava ajuda espiritual, algo que me desse profunda esperança. Para mim, isto é muito importante», relata Jiang.

O director de cinema e produtor decidiu baptizar-se no início deste ano, porque «queríamos estar seguros de que podia acompanhar os meus familiares ao templo para as festividades budistas mais importantes, que afortunadamente não coincidem com as festividades cristãs. A minha esposa me disse: Ou vens oferecer incenso connosco, ou te expulsam lá de casa».


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