Palavras de Bento XVI ao recitar o primeiro Angelus do ano
CIDADE DO VATICANO, Quarta-feira, 2 Janeiro 2013.
Ao
final da Celebração Eucarística na Solenidade de Maria Santíssima Mãe
de Deus e por ocasião do 46° Dia Mundial da Paz, o Santo Padre Bento XVI
da janela do Palácio Apostólico Vaticano, antes de recitar o Angelus, dirigiu aos fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, as seguintes palavras:
Bom ano a todos! Neste primeiro dia de 2013 gostaria de fazer chegar a
cada homem e a cada mulher do mundo a benção de Deus. E o faço com a
antiga fórmula contida na Sagrada Escritura: “O Senhor te abençoe e te
guarde. O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e se compadeça de ti. O
Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz” (Nm 6,24-26).
Como a luz e o calor do sol são uma benção para a terra, assim a luz
de Deus o é para a humanidade, quando Ele faz brilhar sobre esta a sua
face. E isto aconteceu com o nascimento de Jesus Cristo! Deus fez
resplandecer para nós a sua face: inicialmente de maneira muito simples,
escondido – em Belém apenas Maria e José e alguns pastores foram
testemunhas desta revelação - mas aos poucos, como o sol que da aurora
chega ao meio dia, a luz de Cristo cresceu e se difundiu por todas as
partes.
No breve período de sua vida terrena, Jesus de Nazaré fez
resplandecer a sua face de Deus sobre a Terra Santa; e depois, mediante a
Igreja animada pelo seu Espírito, estendeu a todas as pessoas o
Evangelho de paz. “Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra
aos homens por ele amados" (Lc 2,14). Este é o canto dos anjos no Natal,
e é o canto dos cristãos sob todo o céu; um canto que dos corações e
das bocas passa a gestos concretos, nas acções de amor que constroem
diálogo, compreensão e reconciliação.
Por isso, oito dias após o Natal, quando a Igreja, como a Virgem
Maria Mãe de Deus, mostra ao mundo o recém nascido Jesus, Príncipe da
Paz, celebramos o Dia Mundial da Paz. Sim, aquele Menino, que é o Verbo
de Deus feito carne, veio trazer aos homens uma paz que o mundo não pode
dar (cf João 14,27). A sua missão é derrubar o “muro da inimizade” (cf
Ef 2,14). E quando, às margens do lago da Galiléia, Ele proclama suas
“Bem-aventranças”, entre estas está também: “bem-aventurados os
construtores da paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9).
Quem são os construtores da paz? São todos aqueles que, dia a dia,
procuram vencer o mal com o bem, com a força da verdade, com as armas da
oração e do perdão, com o trabalho honesto e bem feito, com a busca
cientifica a serviço da vida, com as obras de misericórdia físicas e
espirituais. Os construtores da paz são muitos, mas não fazem rumor.
Como o fermento na massa, fazem crescer a humanidade segundo o designo
de Deus.
Neste primeiro Angelus do novo ano, peçamos a Maria
Santíssima, Mãe de Deus, que nos
abençoe, como a mamãe abençoa os seus
filhos que devem partirem viagem. Um novo ano é como uma viagem: com a
luz da graça de Deus, possa ser um caminho de paz para cada ser humano,
para cada família, para cada país e para o mundo inteiro.
Após o Angelus o Papa dirigiu a seguinte saudação aos peregrinos de língua portuguesa:
A todos os povos e nações de língua portuguesa, aos seus lares e
comunidades, aos seus governantes e instituições, desejo a paz do Céu
que hoje vemos reclinada nos braços da Virgem Mãe. Feliz Ano Novo!
in